Soja: Chicago inicia a semana sem direção definida

Publicado em 05/05/2014 07:36 e atualizado em 05/05/2014 09:20

Os contratos futuros da soja na Bolsa de Chicago até tentaram iniciar a semana com alta, mas a falta de novidades e o posicionamento cauteloso dos operadores à espera de novas notícias para o mercado impediram a consolidação destas elevações. Por volta das 7h40 (Brasília) os contratos mais próximos trabalhavam , literalmente, sem tendência com o vencimento Julho/2014 cotado a US$ 14,70 /bushel, queda de 0,75 pontos em relação ao fechamento da última sexta-feira(02). O vencimento Agosto/2014 operava  a US$14,07/bushel , ligeira alta de 0,75 pontos e o vencimento Novembro/2014 , referência para a comercialização nos EUA, operava com alta de 2,25 pontos negociado a US$12,24/bushel. No melhor momento da sessão, durante a madrugada no Brasil, o vencimento Julho/14 chegou a registrar cotação de US$14,75/bushel com 5 pontos de alta. Sem novidades, mercado deve permanecer com direção indefinida até que novas informações sobre o desenvolvimento das lavouras norte-americanas sejam divulgados e principalmente , para os contratos mais próximos, alguma novidade sobre a oferta e demanda atuais possam dar alguma indicação para os negócios.

Na última sexta-feira(02) ,com uma movimentação técnica, o mercado internacional da soja fechou o pregão em alta na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa tentaram se recuperar nesta sessão, após fecharam a anterior com baixas de mais de 50 pontos devido à uma intensa realização de lucros, e depois de registrarem uma sessão de forte volatilidade.

Para Camilo Motter, economista e analista de mercado da Granoeste Corretora,  as cotações, nesse momento, não apresentam uma direção definida, apesar de um quadro de fundamentos ainda bastante positivo. As informações que movimentam os preços já são conhecidas pelos investidores e o mercado precisaria de novidades para consolidar movimentos novos e mais expressivos de alta ou de baixa. 

As exportações de soja norte-americanas já ultrapassam largamente a projeção doUSDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em mais de 1 milhão de toneladas, apesar do boletim negativo de ontem - o primeiro da temporada -, e os estoques do país se mostram ainda muito apertados. 

"Olhando para o presente, ainda temos um mercado com muita volatilidade, com largas passadas para cima e para baixo, sem um rumo muito claro agora. Temos elementos no quadro fundamental que dão sustentação, porém, podemos ter também outros que criem um alerta para o mercado. Temos uma perspectiva de safra cheia e se o plantio começa a desenvolver-se bem, mais os fundos comprados que podem começar a vender ou recompor suas carteiras e comprar de forma bastante acentuada", explica o analista. 

Os fundos de invesimentos se mantêm presentes no mercado e, nesse momento de carência de informações, optam por realizar os lucros, movimento que se acentua nos períodos de viradas de mês, e acabam pressionando os preços, provocando baixas como as que foram registradas na última quinta-feira (1) e levaram as cotações aos menores patamares em sete semanas.

"Graficamente, o mercado preocupa. Ele formou um topo duplo nos dias 17 e 30, e quando se aproxima desses topos, ao redor de US$ 15,20, e não os rompe, isso pode configurar um movimento de resistência muito forte e os fundos começarem a vender, podendo romper o suporte dos US$ 14,60", diz Motter. 

Clima nos Estados Unidos 

Paralelamente, o clima dos Estados Unidos é outro elemento que vem ganhando espaço no mercado internacional de grãos. Nesse momento, o impacto tem sido maior no plantio do milho, o qual está mais adiantado em relação à soja. Nas últimas semanas, o que se viu foram condições adversas para o plantio, com o excesso de chuvas e temperaturas muito baixas, abaixo da média para essa época do ano. 

Porém, as fortes precipitações que eram esperadas para os últimos dias não foram confirmadas e, segundo as últimas previsões climáticas, se abre uma boa janela de plantio dos grãos para a próxima safra. 

De acordo com informações apuradas pela agência internacional Bloomberg, o ritmo do plantio deverá se acentuar no final da próxima semana, com um clima mais seco e temperaturas mais altas em algumas partes do Corn Belt, no Meio-Oeste norte-americano.

Até o último domingo (27), 19% da área de milho e 3% da de soja já estavam plantados, de acordo com o último boletim divulgado pelo USDA. A média dos últimos cinco anos para o milho, no entanto, é de 28% e para a soja, 6%. 

"Eu acredito que os agricultores do oeste de Iowa, onde as chuvas foram menos intensas e os solos estão mais leves, podem estar de volta ao plantio já no domingo ou segunda-feira. Se as chuvas recuassem definitivamente, o plantio poderia estar acontecendo em todo o estado por meio até o final da próxima semana", disse Mark Licht, agrônomo da Universidade de Iowa. 

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Fonte:
Notícias Agrícolas

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