Em Chicago, soja realiza lucros e fecha em baixa nesta 3ª feira

Publicado em 20/05/2014 16:24 e atualizado em 20/05/2014 17:21

Após operar durante todo o dia em alta, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago realizaram lucros no final da sessão e fecharam em queda nesta terça-feira (20). Os primeiros vencimentos foram os que registraram as perdas mais expressivas, com o julho perdendo 15,50 pontos e o agosto com um recuo de 14,50 pontos. 

O mercado passou por uma correção técnica depois das fortes altas de ontem, quando as posições mais negociadas subiram mais de 20 pontos diante da escassa oferta de soja nos Estados Unidos e uma demanda ainda muito aquecida pelo produto norte-americano.

Esse quadro de oferta e demanda ainda preocupante continua sendo, no entanto, o principal fator de suporte para os preços da oleaginosa. Os estoques norte-americanos são os mais baixos historicamente e, segundo analistas, nem mesmo as importações por parte dos EUA, estimadas pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) em 2,5 milhões de toneladas, serão suficientes para amenizar a escassez no país.

A China, maior consumidora mundial de soja, também continua comprando em um ritmo bastante contínuo e forte, o que completa o cenário positivo para os preços. Com isso, nesta terça-feira (20), os valores da oleaginosa registraram preços recordes no país e Chicago acabou refletindo esse avanço nos melhores momentos do pregão, explicou Liones Severo, consultor de mercado do SIM Consult. 

"Se existe toda essa demanda é preciso que o preço continue a subir, porque os Estados Unidos deverão sofrer sua pior crise de abastecimento interno e as cotações têm que aumentar para racionar as compras", explica Severo.  

Apesar de pouco produto disponível, os Estados Unidos seguem embarcando soja com vigor e esse tem sido o principal componente da base de sustentação para os preços praticados em Chicago. No acumulado do ano, os embarques norte-americano já somam 41.862,57 milhões de toneladas, contra a estimativa do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de 43.550 milhões. 

O ano comercial, no entanto, só termina em agosto e o Brasil, ainda de acordo com o consultor, não tem como vender mais de 32 milhões de toneladas para a China, o que configura uma situação de aperto também aqui no país, o que poderia dificultar ainda mais as vendas para os Estados Unidos. 

"Ainda existe uma boa resistência acima dos US$ 15 por bushel e essa é uma boa hora para os produtores venderem, com um movimento de três dias de preços altos, depois o mercado pára para ver o que aconteceu", diz. "No Rio Grande do Sul, nesta terça-feira, a soja safra velha foi negociada a R$ 72,00 e a nova a R$ 67,00 por saca base porto, o produtor tem que vender a safra nova por esse valor, que é muito bom preço para começar a travar seus custos de lavoura", completa.

Veja como ficaram as cotações dos grãos no fechamento desta terça-feira:

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Veja como fechou o mercado de milho nesta terça-feira:

Milho: Mercado fecha em queda frente ao clima favorável nos EUA

Por Fernanda Custódio

Pelo segundo dia consecutivo, os futuros do milho negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão em queda nesta terça-feira (20). Durante os negócios, as principais posições do cereal reverteram os ganhos registrados no início da sessão e terminaram o dia com perdas entre 3,00 e 3,75 pontos. O vencimento julho/14 era negociado a US$ 4,73 por bushel.

Segundo informações da agência internacional Bloomberg, as especulações de que o clima benéfico irá impulsionar o plantio do cereal nos EUA pressionaram negativamente as cotações futuras. O contrato julho atingiu o patamar de US$ 4,74 por bushel, menor nível desde 11 de março. Porém, o contrato foi para a quinta queda consecutiva, a mais longa desde 7 de novembro. 

O relatório divulgado nesta terça-feira aponta que o tempo quente e seco nos próximos dias irá contribuir para o avanço da semeadura do grão de Dakota do Norte a Ohio. De acordo com o analista de mercado da Safras & Mercado, Paulo Molinari, a preocupação com o clima nos EUA deve ganhar força em julho, quando as lavouras entram em fase de polinização.

Até o último dia 19 de maio, o plantio do milho alcançou 73% da área projetada para a safra 2014/15, conforme dados divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). Na última semana, a semeadura do grão era de 59%. Já no mesmo período do ano passado, o cultivo do grão atingia 65% da área e a média dos últimos cinco anos é de 76%. 

A Carolina do Norte é o estado mais adiantado na semeadura do milho, com 96% da área plantada. Ainda de acordo com o órgão norte-americano, cerca de 34% das lavouras do cereal já emergiram, número acima do registrado na última semana, de 18%, e do mesmo período do ano anterior, de 17%. A média dos últimos cinco anos é de 42%.

Ainda na visão do analista, o mercado está em uma curva de baixa. "Os preços ainda têm espaço para baixar, os vencimentos já recuaram de US$ 5,00 para US$ 4,76 e, agora os contratos podem buscar os US$ 4,50 por bushel. As oscilações nos preços não estão descartadas, mas só teremos novas altas caso haja problemas em relação ao clima nos EUA", diz Molinari.

Mercado interno

No Brasil, as cotações do cereal estão mais baixas no mercado interno. Nesta terça-feira, o Cepea informou que a comercialização da safrinha segue em ritmo lento, uma vez que os compradores estão retraídos e os vendedores tentam negociar alguns lotes. O indicador Cepea Esalq/BMF&Bovespa referente à região de Campinas (SP) baixou de 3,56% e terminou a segunda-feira cotado a R$ 28,43 a saca de 60 kg.

Ainda segundo o analista de mercado da Céleres Consultoria, Anderson Galvão, a pressão nos preços é decorrente da entrada da segunda safra no mercado, movimento normal de mercado. Além disso, as exportações brasileiras poderão ficar próximas de 27 milhões de toneladas nesta safra.

Já para o consultor do SIMConsult, Liones Severo, os produtores ainda terão boas oportunidade para negociar o cereal. “No momento, temos um recuo nos preços, com a oferta superior a demanda no mercado interno, mas o milho ainda terá bons preços. Nos últimos 14 anos, a produção mundial foi inferior ao consumo, teremos em dado momento a cotação certa ao milho”, afirma. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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2 comentários

  • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

    Mercado internacional é muito complicado...Certa vez uma bobinas de aço foram exportadas para o Japão cumprindo contratos...o Brasil sendo carente de aço, importa também...Não é que as bobinas "passearam" até o Japão e voltaram pra cá sem dar o trabalho de apagar o carimbo da empresa exportadora!!! Não sei se a soja "passeia" até os EEUU e depois vai conhecer a China... Existe esta possibilidade? Alguém poderia responder?

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  • Liones Severo Porto Alegre - RS

    O total embarcado de soja brasileira para os Estados Unidos somam 392,849t, enquanto existem navios nomeados para carregar até metade do mês de junho, o adicional de 299,950t, perfazendo o total de 692,799t. Esse volume corresponde a apenas 5,48 dias do processamento industrial anual norte-americano. Será suficiente para resolver o déficit de soja ?

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