Com fundamentos e safra nos EUA, soja opera com volatilidade

Publicado em 28/05/2014 12:57

Com a atuação de duas forças no mercado internacional da soja nesse momento, os futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago operam com volatilidade nesta quarta-feira (28). Enquanto os primeiros vencimentos registravam ligeiros, por volta de 12h25 (horário de Brasília), as posições mais longas trabalhavam com um pequeno recuo. 

Os fundamentos de oferta e demanda seguem ainda muito presentes no mercado internacional da soja, porém, nesse momento, exercem uma influência maior sobre as posições de mais curto prazo. Há uma intensa procura pela soja dos EUA e novas vendas sendo registradas no país apesar da escassez preocupante de produto disponível. 

"Sabemos que os temas mais recorrentes nesse ano têm sido a grande demanda pela soja norte-americana e a consequente queda nos estoques dos Estados Unidos", explica Camilo Motter, economista e analista de mercado da Granoeste Corretora. "Porém, nos últimos dias já se começa a ver uma pressão maior da safra norte-americano e do plantio", completa. 

A evolução da semeadura da temporada 2014/15 nos EUA tem acontecido de forma muito satisfatória e sob boas condições climáticas no país. As últimas semanas foram de temperaturas adequadas e chuvas na medida certa, o que fez com que o plantio da soja chegasse a 59% até o último domingo (25), contra uma média histórica para esse mesmo período de 41%. As informações são do boletim de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportado nesta terça-feira (27). 

Paralelamente a esse quadro, há ainda a expressiva atuação dos fundos de investimento nesse mercado. Para Motter, julho deverá ser um mês com uma forte rolagem de contratou ou simplesmente uma liquidação de parte de suas posições. 

"Pode haver uma venda simples dos contratos, o que pressiona o mercado, ou uma saída desses contratos e recompra na posição novembro, o que poderia encurtar o spread entre julho e novembro, que hoje varia entre US$ 2,00 e US$ 2,50. Porém, as condições de campo também irão influenciar as decisões do fundo, principalmente no longo prazo, mesmo que eles trabalhem mais com as questões técnicas", explica o analista.

Conflitos geopolíticos x Mercado financeiro

A continuidade do conflito entre Rússia e Ucrânia ainda causa algum desconforto no mercado financeiro, porém, sem uma influência já tão intensa. Isso pode ser observado, principalmente, no mercado também do trigo, onde os preços parecem estar mais acomodados, uma vez que ambos os países são importantes produtores e exportadores do grão. 

"Os movimentos maiores já passaram nessa questão geopolítica. Obviamente, um recrudescimento da situação poderia levar a novos movimentos mais agudos, mas por hora, houve uma ação preventiva maior", afirma Motter. 

Nesta quarta-feira, o dólar opera em alta frente ao real e já caminha na casa dos R$ 2,24. Os investidores parecem estar mais atentos para as ações internas do que para a agenda do exterior nessa sessão, sobretudo nas decisões de política monetária do Banco Central. 

Como explicou o Valor Econômico, os investidores apostam na manutenção da Selic em 11% ao ano, o que marcaria uma interrupção no ciclo de aperto monetário em curso há mais de um ano, depois de nove altas consecutivas.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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