Argentina: Atraso na colheita da soja já provoca perdas de qualidade

Publicado em 30/05/2014 12:22 e atualizado em 02/06/2014 05:37

A colheita de grãos na Argentina, terceiro maior produtor mundial, está sendo atrasada pelo excesso de chuvas, informou a Oil World nesta terça-feira (27). Até o último dia 22, cerca de 6,2 milhões de hectares de soja e 3,4 milhões de hectares de milho ainda não tinham sido colhidos. Nesse mesmo período, em 2013, esses números eram bem menores, sendo de 2,6 milhões para a soja e 1,4 milhão para o milho. 

"Há agora um risco crescente de perda de qualidade e deterioração da safra de soja da Argentina, estimada em 55 milhões de toneladas. Estão sendo reportados inúmeros casos da proliferação de doenças. As áreas abandonadas podem ser de 1 milhão de hectares ou mais no cultivo da soja", afirmou a consultoria alemã em nota. 

Apesar dos ganhos que vêm sendo registrados pela oleaginosa em Chicago - só neste ano os futuros já subiram 16% frente ao quadro de oferta e demanda - os produtores argentinos continuam mais reservados em relação à novas vendas. 

Como explica a Oil World, os sojicultores parecem segurar seu produto como forma de se proteger da inflação, em uma espécie de hedge. Com o peso argentino desvalorizado em relação ao dólar e especulações de que o governo poderia causar uma maior desvalorização da moeda local tem afastado os vendedores. 

Avanço da colheita

Apesar de não terem sido registradas fortes chuvas nos últimos sete dias, a colheita continua avançando de forma lenta na Argentina e o progresso em relação à última semana foi de apenas 3,9%. Assim, a área colhida chega a 73,8%, de acordo com os números divulgados pela Bolsa de Cereais de Buenos Aires. 

No entanto, a projeção para a produção continua mantida em 55,5 milhões de toneladas. As produtividades médias que vem sendo registradas estão dentro da média e foram alcançadas mesmo com condições de déficit hídrico e altas temperaturas durante dezembro e janeiro. 

Previsão do Tempo

O relatório da Bolsa de Cereais mostrou também que a previsão para a próxima semana deve ser de temperaturas ligeiramente mais altas. No entanto, as chuvas poderiam se intensificar no nordeste da área agrícola do país, e na parte sul da Cordilheira. Dessa forma, a maior parte das principais regiões produtoras deverão receber poucas chuvas. Em seguida, porém, já é esperada uma massa de ar polar trazendo frio às áreas agrícolas. 

Perdas de Qualidade

Segundo Gean Kuhn, operador da New Agro Commodities, os reais efeitos dessas perdas deverão ser conhecidos nos próximos dias com a chegada do novo relatório de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga no próximo dia 11 de junho. As primeiras expectativas, entretanto, apontam para perdas entre 5 e 7%, de acordo com números de consultorias privadas, mas ainda não há informações concretas. 

A colheita está bastante atrasada e as previsões para os próximos dias são de clima frio e chuvoso, o que deve atrasar ainda mais a colheita da oleaginosa. "Ainda há um grande volume a ser colhido por lá e, com isso, já se espera uma quebra em qualidade, está saindo um produto ardido das lavouras, e em quantidade, já que os grãos avariados não pesam e o que pesam não dão qualidade", explica o operador.

Com informações do site da agência de notícias Bloomberg e do InfoCampo.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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