Soja recupera parte das perdas em Chicago e opera em alta

Publicado em 04/06/2014 08:06

O  mercado internacional da soja já recupera boa parte das perdas registradas ontem e opera em alta na manhã desta quarta-feira (4). No pregão eletrônico da Bolsa de Chicago, por volta das 7h50 (horário de Brasília), o contrato julho/14 operava com alta de 10,75 pontos, valendo US$ 14,92 por bushel. As altas nas demais posições variavam entre 5,25 e 9,75 pontos. 

O mercado, no curto prazo principalmente, ainda encontra espaço para se manter sustentado frente à situação de escassez nos Estados Unidos. No entanto, movimentos técnicos de rolagens de posições por parte dos fundos, nesta terça-feira (3), estimularam uma realização de lucros e acabou pesando sobre os preços. 

Além disso, o mercado também se mostra um pouco mais sensível à espera pelo novo boletim de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga no início deste mês. 

No dia 11 de junho, o departamento atualiza seus números e há analistas que acreditam que o reporte pode trazer um reajuste na estimativa para as exportações da temporada 2013/14, uma vez que os embarques no acumulado do ano - de mais de 42 milhões de toneladas de soja - já se aproximam da última estimativa da instituição que é de 43,5 milhões. Além disso, o volume de soja vendido para exportação e já comprometido passa de 44,5 milhões de toneladas. 

Veja como fechou o mercado nesta terça-feira:

Soja fecha com forte recuo, mas baixas no curto prazo são pontuais

O mercado da soja registrou um dia de severas baixas no cenário internacional. Com perdas de dois dígitos nos primeiros vencimentos, as cotações fecharam a terça-feira (3) em campo negativo na Bolsa de Chicago, e o contrato julho ficou valendo US$ 14,81 por bushel. Já nas posições mais distantes, o recuo foi mais ameno. As perdas mais expressivas nos primeiros contratos foram acentuadas pelas rolagens de posições por parte dos fundos, que vendem as posições mais próximas e compram as mais curtas. O movimento, consequentemente, limitou o potencial de baixa dos vencimentos mais distantes. 

O avanço do plantio nos Estados Unidos, que no caso da soja já está concluído em 78% da área, tem evoluído em um ritmo muito rápido, com números que já mostram índices acima da média, se mostra como um dos principais fatores de pressão para as cotações nesse momento. 

Essa é, segundo analistas, uma pressão sazonal frente ao andamentos dos trabalhos de campo nos Estados Unidos e, com o passar das semanas, as informações do mercado climático deverão ganhar mais espaço e exercer uma influência ainda mais expressiva sobre as cotações, sobretudo na época de enchimento dos grãos no Meio-Oeste americano. 

Apesar do excesso de chuvas ter provocado um certo atraso no início do plantio nos Estados Unidos, o clima atual mais úmido tem agora contribuído para o bom desenvolvimento e germinação das lavouras, o que reforça ainda mais essas boas estimativas para a produção de grãos no país, segundo explicou a analista de mercado da FCStone, Ana Luiz Lodi.

"Assim como acontece no milho, as perspectivas para a safra de soja também são muito favoráveis. Apesar do clima mais frio no norte do país, a soja tem uma janela de plantio mais ampla do que o milho e, com isso, não deve haver uma perda de área", explicou a analista. 

Entretanto, apesar dessa intensa dinâmica e volatilidade do mercado, as cotações ainda permanecem sustentadas no curto prazo pelos fundamentos de oferta e demanda. 

"Se os preços começam a cair eles criam um risco de voltar a estimular a demanda e isso é inaceitável nos Estados Unidos pela atual situação do país. Então, eu acredito que o mercado não deva ceder mais ou entrar em uma espiral de baixa, as quedas, portanto, são pontuais", explica Vinícius Ito, analista de mercado da Jefferies Corretora, de Nova York. 

Além disso, para o analista de mercado Carlos Cogo, nem mesmo a rolagem de posições por parte dos investidores deixando o contrato julho e migrando para o novembro deverá tirar o suporte do primeiro vencimento, que se mantém sustentado por conta da situação dos estoques norte-americanos. 

Com isso, só de janeiro a abril, os Estados Unidos compraram do Brasil 247 mil toneladas de soja. "Não parece muito, mas eles são o quarto maior importador de soja do Brasil neste ano de 2014, coisa que não acontecia há mais de uma década. Isso é sinal de que eles estão buscando socorro no mercado brasileiro para atender o esmagamento em regiões específicas onde há a produção de suínos e aves", afirma Cogo.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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