Soja opera próxima da estabilidade antes dos novos dados do USDA

Publicado em 27/06/2014 07:30

Nesta sexta-feira (27), na última sessão da semana, os futuros dos grãos negociados na Bolsa de Chicago trabalham tentando se manter próximos da estabilidade, ainda à espera dos novos boletins que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga na próxima segunda-feira, dia 30 de junho. Na soja, por volta das 7h20 (horário de Brasília), as posições mais negociadas perdiam pouco mais de 1 ponto. Os futuros do óleo de soja também registravam ligeira baixa, enquanto o farelo ainda tentava se manter do lado positivo da tabela. 

Os investidores buscam definir um melhor posicionamento nesta sexta, antes do boletim dos estoques trimestrais e do de área de plantio da safra 2014/15 que o departamento traz no início da próxima semana e que é aguardado com ansiedade. De um lado, as expectativas são de estoques trimestrais historicamente baixos no país e, ao mesmo tempo, de uma área recorde de cultivo com soja nesta nova temporada. 

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Soja foca exportações dos EUA e fecha com boas altas nesta 5ª feira

Os dados sobre as exportações semanais da safra 2013/14 de soja dos Estados Unidos foram divulgados nesta quinta-feira (26) pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) vieram fortes e causaram um bom impacto nos futuros da oleaginosa negociados na Bolsa de Chicago. Com o volume de mais de 300 mil toneladas vendidas na semana que terminou em 19 de junho, os primeiros vencimentos encerraram o dia com altas superiores a 20 pontos. O contrato agosto/14 fechou os negócios valendo US$ 13,82 por bushel. 

Em relação à semana anterior, os números apresentaram um expressivo aumento e elevaram o total de soja já comprometido para exportação a 45.475,4 milhões de toneladas, enquanto a última projeção do departamento para toda a temporada, que se encerra somente em 10 semanas, é de 43,55 milhões de toneladas. Esse volume semanal - 317,2 mil toneladas - foi o maior em mais de quatro semanas e ficou bem acima das expectativas do mercado que variavam do cancelamento de 100 mil toneladas até a venda de 100 mil. No ano passado, nesse mesmo período, as vendas apresentavam um volume 24% menor do que o atual. 

"No quadro atual de exportações, se for transferido para o de oferta e demanda americana que o USDA apontou no início do mês, para se ter um estoque final em agosto de 3,4 milhões de toneladas, atualmente isso já seria impossível e os estoques finais chegariam a pouco mais de 1 milhão de toneladas, que é um volume muito pequeno e o sinal é de que aperto é grande nos Estados Unidos", explicou o consultor de mercado da Brandalizze Consulting, Vlamir Brandalizze. 

USDA - Estoques trimestrais dos EUA

Essas vendas que continuam acontecendo em um bom ritmo nos Estados Unidos apertam ainda mais a situação do quadro de oferta e demanda do país. Bem com as vendas para exportação, os embarques de soja acumulados no ano também já se aproximam dos números projetados pelo USDA e a temporada comercial ainda conta com mais 10 semanas pela frente. 

Assim, para o novo relatório de estoques trimestrais que o USDA divulga no próximo dia 30, segunda-feira, as expectativas do mercado são de números ainda mais ajustados. Os dados referem-se á posição dos estoques norte-americanos em 1º de junho e, de acordo com um levantamento feito por agências e consultorias internacionais, aponta para algo entre 10,61 milhões de 10,34 milhões de toneladas e, caso esses números forem confirmados, os estoques norte-americanos seriam os menores em 37 anos. O banco Société Génerale, por sua vez, aposta em estoques ainda mais apertados, na casa das 9,55 milhões de toneladas. 

Em março, os estoques trimestrais de soja foram reportados pelo departamento em 27 milhões de toneladas e, em junho do ano passado, esse número foi de 11,84 milhões de toneladas. 

"O USDA não deve trazer nada de anormal por ter um nome a zelar. Esses são os dados mais importantes para a formação dos preços no mercado mundial e eu acredito que haverá uma confirmação de números baixos para a época e, automaticamente, para fechar o ano comercial, os Estados Unidos terão que comprar as posições que forem aparecendo na América do Sul e é por isso que estamos vendo os portos nos prêmios brasileiro crescendo", acredita Brandalizze. 

Safra 2014/15 dos EUA

Enquanto os vencimentos da safra velha são pautados pelos fundamentos de oferta e demanda, estoques apertados nos EUA e ritmo das exportações, os contratos que se referem à nova safra dos Estados Unidos contam com a volatilidade e o nervosismo do mercado climático. Ainda assim, os futuros da soja de mais longo prazo registraram, nesta quarta, uma sessão positiva e fecharam o dia com ganhos de dois dígitos. 

Até o momento, as condições de clima no Meio-Oeste dos Estados Unidos, principal região produtora de grãos, têm se mostrado extremamente favoráveis. O plantio do milho já está concluído há algumas semanas e o da soja está em seus últimos dias, com os campos apresentando um bom índice de lavouras em boas ou excelentes condições. Até o último domingo, 72% das plantações de soja foram bem classificadas, de acordo com números divulgados pelo USDA. 

Por conta dos bons preços que vêm sendo registrados pela soja no mercado internacional, principalmente no ano passado e no início deste na Bolsa de Chicago, a área cultivada com a oleaginosa deve aumentar nos Estados Unidos. A consultoria alemã Oil World, por exemplo, projeta a expansão em dois milhões de hectares, com a área podendo chegar ao recorde dos 33 milhões. 

Com isso, o outro boletim que o USDA traz na segunda-feira, o primeiro com dados oficiais sobre a área de plantio da safra 2014/15, também é aguardado com ansiedade. As expectativas do mercado estão na casa dos 33,25 milhões de hectares. Caso esses números se confirmem, eles superam largamente a área plantada em 2013, que foi de 30,96 milhões de hectares. 

Entretanto, nos últimos dias, excessivas chuvas chegaram à importantes regiões produtivas, causando inundações e encharcando os campos. O excesso de umidade poderia causar alguns problemas ao oeste do rio Mississipi nos próximos quatro dias, caso novas precipitações voltem à região. Somente neste mês, mais de 300 mm de chuvas já caíram no local , de acordo com informações do instituto meteorológico World Weather. Para as demais regiões, o clima úmido e quente na medida certa deverá estimular e favorecer o bom desenvolvimento das lavouras. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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