Com boas perspectivas para safra dos EUA, soja amplia perdas na CBOT
O mercado internacional da soja vem ampliando suas perdas na sessão regular desta terça-feira (19) na Bolsa de Chicago. Por volta de 12h10 (horário de Brasília), os principais vencimentos da oleaginosa já operavam com baixas de dois dígitos e a posição novembro/14, referência para a nova safra norte-americana, era cotada a US$ 10,52 por bushel, com queda de 13,75 pontos.
O principal fator de pressão para os preços é agora o bom desenvolvimento das lavouras nos Estados Unidos, bem como o cenário climático favorável no Corn Belt. De acordo com o último boletim de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), o índice de lavouras em boas ou excelentes condições subiu, em uma semana, de 70 para 71% refletindo, justamente, essas boas condições de clima.
No último final de semana, boas chuvas chegaram à regiões que vinham sofrendo com um clima mais seco há alguns dias, afastando, ao menos por hora, qualquer ameaça climática à produção dessas áreas. Além disso, são esperadas novas chuvas para ainda essa semana, principalmente nas regiões norte e leste do Meio-Oeste americano. Para os próximos dias, são esperados 76mm de precipitações em importantes regiões de produção de soja.
De acordo com as primeiras informações do Crop Tour Pro Farmer - um percurso de avaliação feito por especialistas da consultoria pelos campos norte-americanos -, a estimativas para a produtividade norte-americana já estão ligeiramente acima da última projeção do USDA em seu último relatório mensal de oferta e demanda divulgado no dia 12 de agosto.
As estimativas do Crop Tour indicam o rendimento em algo entre 52,27 e 53,52 sacas por hectare, enquanto o departamento americano aposta em algo em torno de 51,47 sacas/ha. Em alguns estados como Ohio e Dakota do Sul com produtividade maior do que a registrada no ano passado.
No curto prazo, porém, o mercado da soja ainda vê alguma sustentação. A demanda pelo produtor norte-americano segue aquecida, bem como pela soja da América do Sul também e a oferta é ajustada.
Assim, apesar das grandes expectativas sobre a produção dos EUA, e até que se tenha a entrada efetiva dessa colheita no mercado, os preços ainda se deparam com baixos estoques nos Estados Unidos e vendedores retraídos não só no país, como também no Brasil e na Argentina.
"Até que se tenha um volume considerável da nova safra entrando no mercado, teremos uma situação de aperto na oferta no curto prazo. Por isso, vemos uma baixa mais acentuada nos vencimentos de mais longo prazo com essas perspectivas para a safra americana", afirma o analista de mercado da Cerrado Corretora, Mársio Antônio Ribeiro.
No Brasil, os preços da soja já se mostram claramente descolados de Chicago. Ainda de acordo com Ribeiro, os estoques brasileiros também são ajustados, as exportações estão aquecidas e isso segue como importantes fatores de suporte para as cotações. Além disso, há uma demanda interna também bastante aquecida, com escalas alongadas de esmagamento, o que também favorece a formação dos preços domésticos.
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