CBOT: Soja tem dia de pouca movimentação ainda com foco nos EUA
Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (23) operam próximos da estabilidade, oscilando entre os lados negativo e positiva da tabela, porém, sem uma movimentação muito expressiva. O mercado, segundo analistas, mostra-se um pouco mais calmo depois do recuo de mais de 20 pontos registrado pelos principais vencimentos no fechamento do pregão de ontem.
Entre os fatores que seguem pesando sobre as cotações no mercado futuro americano estão as informações sobre o bom desenvolvimento da nova safra dos Estados Unidos. Com um cenário climático ainda muito favorável, previsto para se estender até o início de outubro, as lavouras de soja podem concluir satisfatoriamente seu ciclo de produção e, ao mesmo tempo, a colheita avança de forma muito positiva.
O boletim de acompanhamento de safras que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou no final da tarde desta segunda-feira (22) mostrou que, até o último domingo (21), 3% da área norte-americana já havia sido colhida. O número ficou em linha com o registrado no mesmo período do ano passado, porém, ligeiramente abaixo da média dos últimos cinco anos.
"Um clima bom para a colheita nas regiões central e leste do Meio-Oeste poderia elevar o ritmo da colheita depois de um início um pouco mais lento", disse o analista de mercado e jornalista do site norte-americano Farm Futures, Bryce Knorr.
Além disso, o USDA informou ainda que 71% das lavouras estão em boas ou excelentes condições e 45% das plantações já apresentam a soja derrubando suas folhas. E são condições como estas que vêm resultando em reportes de excelentes produtividades nos principais estados produtores.
Fatores Positivos
Por outro lado, há alguns fatores dando suporte às cotações ou, ao menos, limitando as baixas que vêm sendo registradas pela oleaginosa. O principal deles é a demanda. Por conta de preços mais baixos, os importadores, segundo analistas, devem voltar com mais ânimo às compras.
Ontem, a Cargill, em nota divulgada pela agência internacional Bloomberg, afirmou estimar a demanda chinesa desse ano em 76 milhões de toneladas. Até o momento, a nação asiática já comprou cerca de 13,82 milhões de toneladas de soja.
Paralelamente, os últimos números do USDA mostram ainda que, das estimadas 46,7 milhões de toneladas a serem exportadas no ano comercial 2014/15, mais de 25 milhões de toneladas já foram comprometidas com as vendas para exportação e disso, 802,71 mil toneladas já foram embarcadas, contra um total de 588,22 mil toneladas do mesmo período do ano anterior.
"Da safra americana que tem sua colheita iniciada, o volume de comercialização está pouco acima de 20%, ou seja, de 20 a 22% da safra negociada. Mas, o movimento de compras é maior, principalmente por parte da China. As vendas para exportação dos EUA já chega a quase 26 milhões de toneladas, ou seja, os chineses já compraram mais em papeis do que os produtores americanos venderam. Então, certamente teremos que ver uns ajustes para atender a demanda ou pagar mais para o produtor entregar", explica Vlamir Brandalizze, consultor da Brandalizze Consulting.
Paralelamente, dados positivos sobre a economia da China também trouxeram um novo fôlego ao mercado. De acordo com informações da Reuters, o setor industrial chinês ganhou força em setembro e o índice de Gerente de Compras (PMI, na sigla em inglês) preliminar do HSBC/Markit para a indústria subiu a 50,5 em setembro contra leitura final de 50,2 em agosto. A expectativa do mercado, no entanto, era do que o setor permancesse estagnado nos 50,0 marca que separa expansão de contração.
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