Soja: Após perdas recentes, mercado esboça reação e exibe ganhos de mais 8 pontos na CBOT

Publicado em 03/02/2015 07:30

Depois das perdas registradas nos últimos dias, as cotações futuras da soja negociadas na Bolsa de Chicago (CBOT) iniciaram o pregão desta terça-feira (3) do lado positivo da tabela. Por volta das 8h10 (horário de Brasília), as principais posições da oleaginosa exibiam ganhos entre 7,75 e 8,25 pontos. O vencimento março/15 era cotado a US$ 9,68 por bushel, após ter encerrado o pregão anterior a US$ 9,59 por bushel.

As cotações da commodity esboçam uma recuperação frente às recentes quedas observadas no mercado. Em meio à falta de notícias, as informações do andamento da colheita do grão no Brasil, acaba contribuindo para pressionar os preços futuros, conforme destaca o noticiário internacional.

Nesta segunda-feira, o mercado tentou romper o patamar de US$ 9,50 por bushel, mas voltou a se sustentar. "O mercado pode estar perto das mínimas e pode voltar a subir para testar novas resistências e é aí que podem estar as oportunidades para o produtor brasileiro", explica o consultor em agronegócio, Ênio Fernandes. 

Veja como fechou o mercado nesta segunda-feira:

Soja: Com dólar acima de R$ 2,70, preços fecham a 2ª feira acima dos R$ 60 nos portos do Brasil

Por Carla Mendes

Enquanto continua a pouca movimentação dos preços da soja na Bolsa de Chicago, o dólar vem retomando sua força frente ao real e favorecendo a formação das cotações no Brasil. Nesta segunda-feira (2), a moeda norte-americana fechou o dia com 0,96% de alta a R$ 2,7152, registrando o maior patamar desde dezembro do ano passado. Assim, o valor da soja com entrega em abril fechou com R$ 1,84% de alta de R$ 60,80 por saca, enquanto o valor em Rio Grande, com soja para entrega em maio/15, ficou em R$ 62,10, subindo 0,98%. 

No interior do país, os preços também subiram na maioria das praças de comercialização pesquisadas pelo Notícias Agrícolas junto sindicatos rurais e cooperativas. Em Ubiratã e Londrina, no Paraná, alta de 0,92% para R$ 55,00 e em Cascavel, a cotação se valorizou 1,85% para R$ 55,00, por exemplo. No Mato Grosso do Sul, o mercado físico exibiu altas de mais de 3% em praças como Caarapó, Dourados, Ponta Porã e Maracaju.

Além da alta do dólar, outro fator que contribui para os ganhos na Bolsa de Chicago é a administração da comercialização da safra 2014/15 no Brasil. Apesar das ofertas de compra, o produtor brasileiro segue evitando fazer novas vendas nos atuais patamares de preços, postura que contribui para uma manutenção dos valores no mercado brasileiro. 

Paralelamente, há ainda os prêmios positivos nos portos brasileiros. Para o contrato março/15, referência porto de Paranaguá, o prêmio é de 65 centavos de dólar sobre o valor praticado em Chicago, enquanto para as posições abril e maio, esse valor é de 37 cents. 

"O produtor está vendo que o mercado não está em um momento favorável e agora vamos entrar em um pico de fevereiro e março, que são os piores momentos normais para se vender soja no Brasil, pois é o pico da colheita e o pico dos preços fretes, e isso é negativo para o produtor. Então, ele tem que sair dessa gangorra de vender nesse período que é o de maior custo para o produtor. É frete, é fila de caminhão, é porto congestionado, é esse período crítico e o produtor tem que evitar e se planejar para operar de outra forma", explica Vlamir Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting. 

Hoje, o produtor brasileiro já tem de 40 a 50% de sua safra comercializada, aproximadamente e com esse número variando de região para região, ainda de acordo com Brandalizze, e com o restante ele adota essa postura mais conservadora, de aguardar por melhores oportunidades de venda. 

Bolsa de Chicago 

Em Chicago, os futuros da soja fecharam o dia, mais uma vez, próximos da estabilidade, com leves baixas de pouco mais de 1 ponto entre os principais vencimentos. O contrato maio/15 encerrou o dia valendo US$ 9,66 por bushel, enquanto o julho/15 ficou em US$ 9,71. 

Segundo explicou o consultor de mercado Ênio Fernandes, sem novidades e em uma tentativa frustrada de romper os US$ 9,50, o mercado voltou a se sustentar e novos rallies de alta podem ser observados mais adiante. 

"O mercado pode estar perto das mínimas e pode voltar a subir para testar novas resistências e é aí que podem estar as oportunidades para o produtor brasileiro", afirma Fernandes. 

O números dos embarques semanais divulgados nesta segunda pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) também vieram bastante expressivos e ajudaram a trazer ganhos pontuais para a soja no mercado internacional. O número ficou acima do registrado na semana anterior e elevou o acumulado no ano a 37.446,010 milhões de toneladas da oleaginosa já embarcadas pelos EUA. 

Na semana que terminou em 29 de janeiro, os EUA embarcaram 1.697,852 milhão de toneladas de soja, contra 1.544,809 milhão da semana anterior e 1.191,357 milhão do mesmo período da temporada anterior. Na safra 2013/14, nesse período, o total já embarcado pelos EUA era de 31.534,727 milhões de toneladas. 

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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7 comentários

  • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

    Ainda mais Liones,como estimo que os compradores estão repondo e fazendo estoques com a soja(aproveitando preços baixos)..quanto mais esperarmos pra vender e mantidas as expectativas da safra brasileira..argentina e a próxima safra americana a tendencia do preço é de lado e para baixo...por isto que desde setembro do ano passado tenho dito que devem efetuar as vendas aproveitando os bons momentos conjugados de dólar e Chicago...pois a medida que o tempo passa mais os compradores jogariam os preços para baixo...e os fundos a medida que o negocio não ofereceria oportunidades de grandes altas e baixas que é o que lhes interessam eles sairiam um pouco do mercado e neste cenário a corda vai estourar na mão do produtor...é assim que penso mas respeito a quem pensa diferente.

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  • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

    Caro Liones fique a vontade,gosto de trocar ideias com quem conhece,mas penso que o consumo(demanda) aumentou um pouco mas os maiores volumes estão indo ao meu ver para reposição e aumento de estoques aproveitando a oferta a preços baixos.Sobre os navios quem anda é o papel(documentação) usado nas trocas e em determinado momento ele chega via outros meios de comunicação ao navio isto antes de se apresentar ao destino...

    Como voce bem coloca demanda é consumo e não venda ou embarque...claro que preços baixos e oferta abundante aumentam um pouco o consumo...mas para aumentar a demanda ha que se aumentar os consumidores...e estes tem um ciclo operacional...logo pessoas..suinos ..aves bovinos...cada ser tem um ciclo operacional..

    Minha indignação sobre isto não é com voce e sim com muitos jornalistas e consultores ..que hoje cai o preço e eles dão uma enrolada..amanhã sobe e aí vem eles com a balela da demanda que aumentou...isto não tem lógica nenhuma...demanda não se altera hoje as 18 horas e amanha quando começam as operações ela vai em sentido contrário.

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  • Liones Severo Porto Alegre - RS

    Caro Dalzir, se me permite : 1) há cerca de 50 anos atrás, como existiam no mundo impedimentos de comercio internacional com alguns países, havia sim, troca de documentos para troca de destino de mercadorias e, estrategicamente acontecia na Cidade do Cabo e nas Ilhas Canárias, ponto de reabastecimento de navios. Atualmente, os navios são autossuficiente para a navegação de qualquer origem para qualquer destino, como a China que é o pais geograficamente mais distante do Brasil. Mas tinham necessariamente que descarregar em algum pais para poder receber o pagamento. Isto pertenceu ao passado, e não faz sentido o navio ir e voltar o mesmo porto de embarque, isto nunca aconteceu porque não existe qualquer vantagem para os recebíveis e durante a viagem, os navios são monitorados por satélite e por rádios costeiras espalhadas nos percursos dos trajetos. 2) Mudou sim, o consumo aumentou na medida da oferta, ou seja, em 20%, ou não ? - abraços

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  • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

    Outra coisa os grandes exportadores no Brasil e no USA são os mesmos..só mudam o CNPJ,mas das mesmas corporações..dias atras postei a seguinte informação...há grandes atacados no Brasil que as mercadorias tem um destino e que há um processo de troca de notas fiscais e ctrcs feito por veículos nas divisas de estados do sudeste e centro oeste...quem sabe os grandes exportadores não usam esta prática em alto mar...onde a documentação vai e volta do navio ao porto...

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  • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

    Lembro que a penúltima safra americana foi 20% menor que a última...logo 37.446.010 da última..e 31.534.727 da penúltima no mesmo período ...então representam uma diferença de mais o menos 6.000.000....logo como a produção da última safra americana foi 20% maior e 20% de 31.534.727 representam mais de 6.000.000...logo tudo dentro da normalidade..ou seja com uma safra 20% maior se exportou no período 20% a mais...nada mais que isto!!!!

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  • Liones Severo Porto Alegre - RS

    Os preços estão em elevação porque as filas de navios para carregar soja em fevereiro em portos norte-americanos e brasileiros, já somam 10 milhões de toneladas e pode chegar a 12 milhões de toneladas. Nem tanto a China mas outros destinos acumulam compras recordes de soja. Como era esperado, os preços deprimidos da soja e milho expandiram compras pelos mercados consumidores. Intensifica-se o fluxo de produto físico e mercado experimenta passar do estado liquido (CBOT) para o estado sólido (físico).

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  • Liones Severo Porto Alegre - RS

    Os preços estão em elevação porque as filas de navios para carregar soja em fevereiro em portos norte-americanos e brasileiros, já somam 10 milhões de toneladas e pode chegar a 12 milhões de toneladas. Nem tanto a China mas outros destinos acumulam compras recordes de soja. Como era esperado, os preços deprimidos da soja e milho expandiram compras pelos mercados consumidores

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