Soja fecha o dia em queda no Brasil, mas câmbio ainda pode trazer novas oportunidades

Publicado em 09/09/2015 18:06

O mercado internacional da soja fechou a sessão desta quarta-feira (9) em campo negativo, com baixas de até 8 pontos entre os principais vencimentos negociados na Bolsa de Chicago. Um perfil construído com as perspectivas de uma grande safra vinda dos Estados Unidos ao lado de um mercado financeiro ainda muito incerto segue como o principal fator de pressão sobre as cotações, como explica o consultor de mercado da França Junior Consultoria, Flávio França Jr. 

No Brasil, o dia foi de um mercado sem uma direção bem definida. Enquanto as cotações exibiram um ligeiro recuo nos portos, no interior do país, os preços trabalharam com valorizações em algumas praças de comercialização, de acordo com um levantamento feito pelo Notícias Agrícolas junto às cooperativas e aos sindicatos rurais. O foco para a formação dos preços continua sendo a taxa cambial. 

Nesta quinta, a divisa terminou o dia com 0,51% a R$ 3,7994, após bater na mínima do dia em R$ 3,7671. De acordo com informações da Reuters, no acumulado do mês até agora, o dólar ainda acumula alta de 4,75% e, no ano, de 42,9 %.

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No terminal de Paranaguá, a soja disponível encerrou o dia estável em R$ 80,00 por saca, enquanto em Rio Grande esse indicativo perdeu 1,44% para R$ 81,90. Já o produto da safra nova foi a R$ 78,00 no porto paranaense, caindo 1,27%, e no gaúcho recuo 0,61% para R$ 81,00/saca. No interior, o destaque ficou para Cascavel, no Paraná, onde o valor subiu 0,75% para R$ 67,00 e São Gabriel do Oeste, onde o preço foi a R$ 70,00 com ganho de 2,94%. 

"A pergunta central é se esse câmbio sobe um pouco mais", afirma França Jr. "Os preços desse momento estão próximos dos melhores do ano e esse é, sem dúvida nenhum, um bom momento de venda, não se pode dizer o contrário. Porém, ainda acredito que, seja no aspecto político ou econômico, as notícias ainda podem piorar. A impressão nítida que eu tenho é que ainda não chegamos no fundo do poço (...) Enquanto isso, não podemos descartar alguma alta adicional em relação aos níveis atuais", completa o consultor. 

Os negócios, entretanto, seguem com um ritmo bem menor do que aquele que foi registrado em agosto e a tendência, daqui em diante, é de que esse padrão se mantenha, com as vendas acontecendo "a conta gotas". Até o momento, de acordo com um levantamento da França Junior Consultoria, 89% da safra 2014/15 já foram vendidos, e da 2015/16, 32,4%. 

Bolsa de Chicago 

No próximo dia 11 de setembro, sexta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz um novo boletim mensal de oferta e demanda e, ao contrário do que aconteceu no mês anterior, as expectativas do mercado para a atualização dos números não são unânimes e há traders apostando em correções para cima, para baixo e ainda uma manutenção dos dados. O quadro, portanto, acaba tirando a direção dos negócios, ainda de acordo com França Jr. 

"O momento, no geral, é delicado para os preços internacionais diante da proximidade do início da colheita da nova safra e bom encaminhamento dessa safra da soja. Esse é o ponto central que tirou a sustentação dos preços, juntamente com o aspecto financeiro ruim observado nos últimos dias", explica o consultor. "O conjunto das informações fundamentais está complicado, mantendo o mercado, no curto prazo, com um viés negativo. Está difícil uma reação sustentável diante desse padrão", completa. 

Assim, nesta quarta-feira, as posições mais negociadas encerraram o dia perdendo entre 5,50 e 8 pontos, com o contrato novembro/15, referência para a safra norte-americana, valendo US$ 8,72 por bushel, enquanto o março/16 ficou com US$ 8,78 no fechamento do pregão. 

E o direcionamento das cotações e uma possível mudança de patamar irá depender, ainda segundo França, dessa avaliação sobre a nova safra norte-americana de grãos, além das novas informações que surgem do mercado financeiro, especialmente do mercado acionário chinês e das medidas que vêm sendo adotadas pelo governo da nação asiática de estímulo à economia do país. "Agora é só uma questão de definição", diz, apostando em um ponto de equilíbrio entre US$ 9,00 e US$ 9,50 por bushel. 

No link abaixo, veja a íntegra da entrevista de Flávio França Jr.:

>> Soja: Com suporte do câmbio, preços no mercado interno podem buscar patamares ainda melhores

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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