Soja: Mercado em Chicago renova máximas em meses com suporte do dólar e da retração vendedora no BR

Publicado em 29/03/2016 18:01

Na sessão desta terça-feira (29), os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago registraram seus melhores momentos em oito meses. Os principais contratos fecharam a sessão com ganhos de 6,50 a 7 pontos, levando o maio/16 a US$ 9,16 por bushel, enquanto o setembro/16 encerrou o dia cotado a US$ 9,25. Os futuros do farelo e do óleo de soja acompanharam o avanço e terminaram o dia subindo, respectivamente, 

"O mercado dos grãos encontrou suporte, nesta terça, com os ganhos registrados também no trigo, na queda do real frente ao dólar e um reposicionamento dos fundos antes da chegada dos novos boletins do USDA na próxima quinta-feira, dia 31", afirma Jason Roose, analista da U.S. Commodities ao portal norte-americano Agriculture.com.

A presidente do Federal Reserve, Janet Yellen, sinalizou, ainda nesta terça, que a instituição deverá agir com cautela sobre a taxa de juros nos Estados Unidos diante dos 'riscos globais', o que ajudou a pressionar o dólar não só no Brasil, que reduziu sua alta, mas também no quadro global frente às demais moedas. 

O recuo da divisa acaba aumentando ainda mais a competitividade da soja norte-americana diante de suas principais concorrentes, a brasileira e a argentina, estimulando um ganho no mercado futuro dos EUA. 

"Os acontecimentos no exterior sugerem que o cumprimento de nossas metas de emprego e inflação provavelmente vão exigir uma trajetória um pouco menor para a taxa de juros em relação ao que era esperado em dezembro", quando o Fed elevou os juros pela primeira vez em uma década, disse Yellen no Economic Club em Nova York. "Dados os riscos para a perspectiva, considero apropriado que o Comitê proceda cautelosamente no ajuste da política" monetária, disse Yellen.

Além disso, a maior parte das expectativas do mercado indicam que no Prospective Plantings, o boletim que traz a atualização dos números de área de plantio da safra 2016/17 dos EUA, os dados para a soja poderiam vir menores do que o total semeado com a oleaginosa na temporada 2015/16. 

"Assim, os comentários de Janet Yellen, o dólar mais baixo e a possibilidade de menos acres sendo plantados com soja apresentados no reporte desta quinta-feira foram importantes suportes para a soja", disse Bob Burgdorfer, analista de mercado do portal internacional Farm Futures. 

E o mercado da oleaginosa foi capaz de sustentar e intensificar seus ganhos mesmo diante de um novo dia de baixas significativas para os preços do petróleo no quadro internacional. 

Nesta terça, os futuros do combustível perderam mais de 2% e voltaram à casa dos US$ 38,00 por barril. Ainda de acordo com analistas internacionais, esta é uma commodity que poderia passar por novas e severas quedas, de acordo com as últimas análises gráficas, e voltar a atuar com menos de US$ 30,00. 

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Mercado Nacional

Os preços no mercado brasileiro subiram nesta terça-feira. Com uma demanda interna aquecida, o suporte do dólar, os prêmios para as referências dos portos e mais uma retração vendedora, as principais praças de comercialização registraram valorização, bem como os principais terminais de exportação da soja brasileira. 

Em Paranguá, a oleaginosa disponível subiu 0,67% para R$ 75,50 e, em Rio Grande, o ganho foi de 1,20% para R$ 76,20. Já no mercado a futuro, embarques entre maio e junho, altas respectivas de 0,67% e 1,71%, para encerrarem o dia com R$ 75,50 e R$ 77,30 por saca. No interior do país, as referências ainda oscilam entre R$ 58,00 e R$ 73,00, depedendo da região, e os ganhos desta terça foram de 0,27% a 0,79%. 

"E essa retração vendedora do produtor brasileiro deve continuar um pouco mais, principalmente se o câmbio continuar comedido, nessa faixa de R$ 3,60 / R$ 3,70 para baixo. E se as mudanças políticas vierem na velocidade que estamos observando, é possível que o câmbio ganhe um patamar menor logo logo. Então, mais uma razão para o produtor ficar ausente", explica o analista de mercado e economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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