Soja espera pelo USDA em campo positivo e tem 9ª semana de altas em Chicago nesta 6ª feira

Publicado em 10/06/2016 08:10

A sexta-feira (10) começou positiva para os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago, com os preços se recuperando da correção registrada na sessão anterior. Por volta das 7h40 (horário de Brasília), as posições mais negociadas subiam entre 5 e 5,50 pontos, com o julho/16 de volta ao patamar dos US$ 11,80 por bushel. 

O mercado internacional hoje se posiciona à espera dos novos números de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz em seu reporte mensal. Os dados serão divulgados às 13h (Brasília) e, segundo as expectativas dos traders, poderiam trazer uma redução dos estoques finais tanto dos EUA, quanto mundial, das temporadas 2015/16 e 2016/17. 

Veja os números completos das expectativas:

USDA Junho - Expectativas do Mercado

Apesar dessa espera pelo novo boletim do departamento norte-americano, analistas seguem chamando a atenção para a força que os fundamentos ainda possuem e da influência que seguem exercendo sobre as cotações, principalmente os climáticos - agora mais intensamente nos Estados Unidos - e os de uma oferta de soja disponível bastante limitada. Com isso, os futuros da oleaginosa já acumulam nove semanas consecutivas de altas na Bolsa de Chicago. 

Veja como fechou o mercado nesta quinta-feira:

Soja: Mercado fecha estável em Chicago nesta 5ª feira após fortes altas e à espera do USDA

Depois de consecutivas sessões de altas fortes, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago fecharam a quinta-feira (9) com estabilidade e as posições mais negociadas em campo misto. O contrato julho/16 terminou o dia com US$ 11,85 por bushel, recuando 1,6 ponto, enquanto o novembro/16 foi a US$ 11,57, subindo 2,4 pontos. As oscilações em todos os principais contratos foram bastante tímidas durante todo o pregão. 

O dia foi de realização de lucros uma vez que o mercado internacional registrou, nesta quarta-feira (8), seus maiores patamares em dois anos na CBOT, acumulando altas consideráveis nos últimos meses. No ano, os ganhos passam de 30%. E o movimento de correção técnica se estendeu por todas as commodities, as quais também vinham trabalhando com boas altas e, nesta sessão, parecem ter tirado um tempo para recompor o fôlego. O petróleo, em Nova York, cedeu mais de 1% e ajudou a pressionar a soja. 

Além disso, os traders, nesta quinta-feira, se ajustaram também à espera do novo reporte mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz nesta sexta-feira, 10 de junho. "Além da tomada de lucros, houve também uma liquidação de posições antes da chegada do novo reporte do USDA de junho, mas não são esperadas grandes mudanças", explicou Bryce Knorr, analista de mercado do portal Farm Futures. 

Ainda assim, os fundamentos seguem fortes, positivos e no radar dos traders. A oferta cada vez mais ajustada na América do Sul ajuda a puxar a demanda para a soja norte-americana, o que dá mais suporte ainda para as cotações e que veio refletido nos números das vendas semanais para exportação trazidos pelo USDA em seu reporte semanal. 

Na semana encerrada em 2 de junho, as vendas de soja somaram 1,234 milhão de tonelada, superando as expectativas do mercado, que variavam de 800 mil e 1,2 milhão de toneladas. Foram 758,5 mil toneladas da safra 2015/16 e mais 475,5 mil da 2016/17. No caso do presente ano comercial, o acumulado está apenas 4% menor do que o registrado no mesmo período do anterior e, na semana em questão os maiores compradores foram destinos não revelados. 

Os EUA venderam ainda 181 mil toneladas de farelo de soja - sendo 44,3 mil da temporada atual e mais 136,7 mil da próxima - dentro do volume esperado pelo mercado, que era de 175 mil a 420 mil toneladas. Já as vendas semnais de óleo norte-americanas totalizaram 22,1 mil toneladas na semana encerrada no último dia 2, sendo 14,5 mil da safra 2015/16 e mais 7,6 mil da 2016/17. No caso do derivado, as projeções do mercado oscilavam entre 10 mil e 50 mil toneladas. 

Além disso, o USDA fez, ainda nesta quinta-feira, um novo anúncio de venda de 240 mil toneladas de soja da safra 2016/17 para a China, sendo este o terceiro da semana, que incluíram também operações com volumes da safra atual. 

Leia mais:

>> Vendas semanais para exportação dos EUA disparam na semana e superam expectativas

Expectativas para o USDA

As expectativas para o novo reporte do USDA indicam, principalmente, uma redução nos estoques finais - tanto da safra 2015/16 como 2016/17 - dos Estados Unidos e mundial. Além disso, os traders esperam ainda uma menor produção de soja do país na próxima temporada. 

Para os estoques finais de soja da safra 2015/16 norte-americanos, a média esperada é de 10,53 milhões de toneladas, também menor do que o número do boletim anterior, de 10,89 milhões. Na temporada anterior, os estoques norte-americanos da oleaginosa foram de 5,2 milhões de toneladas. Já no cenário mundial, esse recuo poderia ser de 74,3 milhões para 73 milhões de toneladas. A produção de soja poderia ficar, de acordo com as expectativas, entre 102,09 milhões de 106,39 milhões de toneladas, com média de 103,66 milhões e frente à estimativa de maio de 103,42 milhões. 

Leia mais e veja os números completos:

>> USDA: Expectativas indicam redução dos estoques de soja e milho nos EUA

No Brasil

Enquanto isso, no Brasil, os preços da soja nos portos voltaram a subir, acompanhando o câmbio. Após duas sessões seguidas de baixas, as moeda norte-americana trabalhou em campo positivo nesta quinta-feira, com ganhos de mais de 1%, mas ainda sem recuperar o patamar dos R$ 3,40. 

"O mercado está digerindo essa nova postura do BC, que parece mais tolerante com a queda do dólar", disse à agência o operador da corretora Intercam Glauber Romano à agência de notícias Reuters.

Dessa forma, a soja disponível subiu 1,04%  para R$ 97,00 no porto de Paranaguá e 0,54% no de Rio Grande, para R$ 93,00 por saca. No caso do produto da nova safra do Brasil, o terminal de Paranaguá manteve os R$ 90,00 por saca, enquanto em Rio Grande foi a R$ 91,50, com ganho de 1,10%. 

 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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