Soja opera com estabilidade na Bolsa de Chicago nesta manhã de 5ª feira e aguarda reporte do USDA

Publicado em 11/08/2016 08:55

O mercado futuro norte-americano opera com estabilidade na manhã desta quinta-feira (11). À espera dos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), as oscilações entre as posições mais negociadas variavam entre baixas de 1 a 3,25 pontos, com exceção do agosto/16, que subia 0,50 ponto. Assim, o contrato mais negociado neste momento - o novembro/16 - era negociado a US$ 9,80 por bushel. 

O reporte que sai nesta sexta-feira, 12 de agosto, é aguardado pelos traders e pelos investidores, e dessa vez com um pouco mais de ansiedade já que traz, pela primeira vez nessa temporada, números de produtividade baseados em pesquisas de campo. E as expectativas do mercado, apesar do elevado potencial esperado para a safra americana 2016/17, acabam não convergindo para o mesmo lugar neste momento, mantendo, ao menos neste início de dia, o mercado de grãos ainda mais tranquilo.

Ainda nesta quinta, o USDA traz também seu boletim semanal de vendas para exportação, que é bastante aguardado depois das boas operações reportadas na última semana, com vendas de mais de 2 milhões de toneladas. A demanda pela soja dos EUA é bastante forte neste momento e, por isso, pode ser revista também no reporte mensal de amanhã. 

Veja como fechou o mercado nesta quarta-feira:

Soja perde força e fecha com leve queda em Chicago nesta 4ª feira; no BR, atenção ao câmbio

Ao lado das ligeiras baixas registradas pelos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago nesta quarta-feira (10), os preços da oleaginosa no Brasil também acumulam mais um dia de perdas. As referências recuaram não só nos portos, como também no interior do país, como já vem acontecendo há algumas semanas. 

Para a soja disponível, queda de 1,22% no terminal de Paranaguá, para R$ 81,00, e de 0,51% para R$ 77,50 no de Rio Grande. Já no mercado futuro, os preços para a soja da nova safra brasileira perderam 1,17% no terminal gaúcho, para R$ 76,00, enquanto mantiveram sua estabilidade nos R$ 77,00 no porto paranaense. 

Nesse ritmo, seguem lentos os negócios no Brasil. Os vendedores estão cada vez mais ausentes e evitando novas compras frente aos atuais patamares de preços e aguardam não só por novidades que pudessem puxar as cotações, mas também por uma reação significativa das mesmas, suficientes para atrair novas vendas, e, portanto, de momentos mais oportunos de comercialização. 

Porém, como explicam analistas e consultores de mercado, enquanto continuar o movimento negativo do câmbio no Brasil, a dificuldade de reação dos preços permanece. 

Dólar

A votação no Senado Federal que tornou a presidente afastada Dilma Rousseff ré no processo de impeachment foi um dos fatores de maior pressão sobre o dólar nesta quarta-feira que, nas mínimas do dia, foi a R$ 3,11. Além disso, o movimento de baixa da divisa podia ser observado, durante o dia, também em demais mercados e o Brasil acompanhou. 

"O dólar não para de cair em todo o mundo e o Brasil não é exceção", resumiu o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira, em entrevista à agência de notícias Reuters.

No cenário interno, os investidores, segundo sinalizaram analistas, se animam com a possibilidade de que Dilma não volte ao poder já que a equipe econômica do interino Michel Temer é bem recebida, bem como suas propostas de redução de gastos. Já no quadro internacional, as informações sobre as economias da China e dos EUA são as principais por estimulares os investidores a buscarem ativos mais arriscados. 

"A grande dúvida é o quanto do impeachment está no preço. Pelo andar da carruagem, parece que ainda tem alguma gordura relacionada a isso que pode ser queimada com a votação", disse o estrategista de um banco internacional, sob condição de anonimato também à Reuters.

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Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, a quarta-feira foi de volatilidade e "esse é o nome do jogo nesse momento", afirma o consultor de mercado Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios. Os preços da oleaginosa testaram, no início do dia, algumas novas altas, porém, perderam força e encerraram o dia em campo negativo. Os principais contratos cederam de 4,75 a 6,50 pontos, levando o novembro/16 a US$ 9,82, depois da posição chegar a superar US$ 9,90 ao longo dos negócios. 

Essa volatilidade se dá pela espera dos novos números que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz nesta sexta-feira (12) em seu novo reporte mensal de oferta e demanda. Os dados são aguardados com ansiedade pelos traders, principalmente aqueles que deverão confirmar o potencial da nova safra americana. Assim, a produtividade tem atraído a atenção do mercado e intensificado as especulações. 

"Podemos dizer que o mercado está se adaptando à espera do novo relatório do USDA", explica Fernandes. 

A demanda também permanece com bom espaço no campo de avaliação dos traders e investidores, e o fator também é motivo de especulação e espera por novidades no reporte do departamento norte-americano. Nas últimas duas semanas, o USDA chegou com anúncios de novas vendas em dias consecutivos e de volumes expressivos, favorecendo esse movimento. Nos primeiros dois dias desta semana, o acumulado de vendas foi de 366 mil toneladas. 

Já na outra ponta, seguem as informações e previsões sobre o clima no Corn Belt. "O clima ainda pode trazer algumas surpresas em agosto, mas as ameaças estão começando a diminuir. Se os rendimentos subirem e forem bons, o patamar dos US$ 10,00 pode ser uma memória nesta temporada", diz o analista do portal internacional Farm Futures, Bryce Knorr.  

E os mapas climáticos seguem indicando boas chuvas para os próximos cinco dias e também para o restante de agosto e a confirmação dessas condições, como explica o analista Darrell Holaday, da Country Futures em entrevista ao Agrimoney, podem ser ainda mais importantes para o complexo soja do que os números de sexta do USDA. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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