Comissão vai estudar propostas de alterações no vazio sanitário da soja em Goiás

Publicado em 18/08/2016 10:06

Propostas de alteração no vazio sanitário da soja em Goiás voltaram ao debate nessa terça-feira (16), na sede da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg), em Goiânia, com participação da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Goiás (Aprosoja-GO) e da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa).

A antecipação do fim do vazio para 15 de setembro é uma demanda recorrente de produtores do extremo Sudoeste goiano. Eles defendem a padronização do calendário de plantio com o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul – que são autorizados a plantar a partir de 16 de setembro – como forma de reduzir em suas áreas de soja a pressão da ferrugem asiática vinda de propriedades vizinhas localizadas nesses Estados. Também no Sudoeste, há produtores que solicitam o início do plantio ao menos na última semana de setembro para aproveitar as chuvas que venham a ocorrer nesse período.

Como tentativa de encerrar o assunto que volta à tona a cada safra, foi proposta a criação de uma comissão que vai analisar possíveis alterações nos vazios sanitários vigentes em Goiás para a soja e também para as culturas do feijão e algodão. Esse grupo deve ser formado por representantes do setor produtivo, órgãos de pesquisa (Embrapa e universidades) e Agrodefesa. A intenção é que os resultados sejam apresentados no início do próximo ano. Portanto, nada muda para a safra 2016/17, permanecendo o dia 30 de setembro como data final do vazio sanitário da soja e 1º de outubro como o início do plantio da oleaginosa em Goiás.

Presidente da Agrodefesa, Arthur Toledo, afirmou que o vazio sanitário é uma política nacional de natureza científica e climatológica. Na comparação com outros Estados, ele disse que o modelo vigente em Goiás é o mais completo e vitorioso, porque não houve sucessivas mudanças. Para ele, as medidas tomadas devem beneficiar a maioria dos produtores. “Enquanto a perda for maior que o ganho em afrouxar a medida, a regra deve ser mantida.”

Zoneamento

Já o presidente da Aprosoja-GO, Bartolomeu Braz Pereira, alertou que qualquer alteração no calendário de plantio de soja em Goiás deve vir acompanhada de mudanças no zoneamento agrícola, pois os produtores que precisarem acionar o seguro só estarão cobertos se suas lavouras foram plantadas a partir de 1º de outubro, como prevê o zoneamento. Bartolomeu também lembrou que os fungicidas mais eficientes do mercado estão com preços muito elevados. “O fator econômico é importante, mas a sustentabilidade da produção é maior ainda”, destacou.

Há um entendimento científico estadual e nacional sobre a necessidade de se respeitar o período de 90 dias sem plantas de soja no solo como forma de reduzir a pressão de pragas e doenças. O presidente da Agrodefesa lembrou que a medida mais eficiente de combate à ferrugem asiática é o vazio sanitário, pois os fungicidas vêm perdendo sua eficácia de forma muito rápida. Ele também reafirmou a importância de se controlar a soja tiguera: “Quando o fungo se reproduz e não encontra uma folha de soja, ele morre em sete dias, mas quando encontra uma folha, ele só morre em 54 dias”.

Caso haja alterações no vazio, Bartolomeu sugeriu certificar as áreas de sequeiro que queiram antecipar o plantio. Para receber o documento, essas propriedades se comprometeriam a não plantar soja sobre soja e a adotar um bom manejo contra a ferrugem asiática. Por sua vez, o presidente da Faeg, José Mário Schreiner, disse estar “convicto de que haverá um novo calendário de plantio em 2017, mas sem atrapalhar ninguém”. Ele defendeu a continuidade do debate e ressaltou que não seria possível tomar nenhuma decisão agora, pois “estamos em pleno vazio sanitário”.

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Fonte:
Aprosoja-GO

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