Soja: Preços começam semana recuando no Brasil com combinação de Chicago e dólar em baixa

Publicado em 12/12/2016 16:52

A semana começou negativa para os preços da soja no mercado brasileiro. Com a combinação de um recuo das cotações na Bolsa de Chicago na sessão desta segunda-feira (12) e mais uma nova baixa do dólar frente ao real, a oleaginosa cedeu tanto nos portos, quanto no interior do Brasil. 

Em Paranaguá, baixa de 0,64% no disponível e de 0,63% no futuro, para referências de R$ 78,00 e R$ 79,00 por saca, respectivamente. Já no terminal de Rio Grande, o disponível conseguiu manter sua estabilidade nos R$ 79,00, enquanto no mercado futuro, o valor da oleaginosa cedeu para R$ 83,00, com queda de 0,60%. 

No interior, as praças do Rio Grande do Sul conseguiram se manter estáveis, enquanto no Paraná foram registradas baixas de até 0,71% para R$ 70,00 em Ubiratã, por exemplo. Em Mato Grosso, nas praças de Tangará da Serra e Campo Novo do Parecis, as perdas chegaram a superar os 6%, com o preço descendo para os R$ 62,00 nesta segunda. 

Dessa forma, os negócios no Brasil voltam a perder ritmo, também com os produtores aproveitando as boas condições climáticas para concluir bem o plantio da safra 2016/17. Entretanto, os produtores têm melhorado sua comercialização nas últimas semanas, respeitando o perfil e a realidade de cada região, como explica o consultor de mercado Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios. 

Segundo a última pesquisa da consultoria AgRural, já há 95% da área prevista cultivada com soja, enquanto nesse mesmo período, na temporada 2015/16, o índice era de 93%. No Centro-Oeste, os trabalhos de campo já foram concluídos. O esperado pela empresa é de uma colheita no Brasil de 101,8 milhões de toneladas. 

Dólar 

Nesta segunda, o dólar recuou 0,81% frente ao real e encerrou o dia valendo R$ 3,3455 e, em seis sessões, a baixa acumulada já chega a 3,66%. Segundo explicam especialistas ouvidos pela agência Reuters, a dispara do petróleo neste início de semana ajudou a pressionar a moeda americana. 

"O mercado internacional influenciou a virada do dólar, ajudado pelo leilão de swap do Banco Central", comentou o gerente de câmbio da corretora Fair, Mário Battistel, à Reuters ao destacar o avanço do petróleo.

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Bolsa de Chicago

Na Bolsa de Chicago, os futuros da soja, na sessão desta segunda-feira, trabalharam durante todo o dia com oscilações tímidas e à espera de novidades. Com a falta de informações novas - e algumas chuvas sendo registradas na Argentina, em áreas bem necessitadas - os traders optaram, mais uma vez, pela realização de lucros. 

O dia foi, portanto, calmo neste início de semana e nem mesmo os fortes números dos embarques semanais norte-americanos trazidos pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) foram suficientes para promover uma retomada das cotações. Entre as principais posições, as baixas foram de pouco mais de 5 pontos, com o janeiro/17 cotado a US$ 10,29 e o maio/17, referência para a safra brasileira, a US$ 10,48 por bushel. 

Na semana encerrada em 8 de dezembro, os EUA embarcaram 1.837,632 milhão de toneladas da oleaginosa, contra o intervalo esperado pelo mercado de 1,3 milhão a 1,6 milhão de toneladas. No acumulado do ano comercial 2016/17, o total embarcado já é de 27.905,963 milhões de toneladas de soja, enquanto no mesmo período do ano anterior era de 23.359,021 milhões. 

A demanda, portanto, ainda se mantém como o principal pilar de suporte para os futuros da commodity em Chicago e os números seguem chamando a atenção dos traders. Para Ênio Fernandes, porém, o foco principal deverá se manter sobre o clima na América do Sul, já que os consumidores precisam de uma boa oferta vinda das origens brasileiras, argentinas, paraguaias e vizinhas, as quais respondem por mais de 50% do total ofertado nesta temporada. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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