Preços da soja nos portos do Brasil despencam nesta 3ª e baixas se aproximam de 5%

Publicado em 20/12/2016 16:49

Os preços da soja praticados nos portos do Brasil registraram uma terça-feira (20) bastante negativa refletindo, novamente, a junção das baixas de mais de 14 pontos nos principais contratos negociados na Bolsa de Chicago - que levaram o janeiro/17 de volta aos US$ 10,05 por bushel - e de uma baixa do dólar de quase 1%, forçando a divisa a terminar o dia abaixo dos R$ 3,35. 

Em Paranaguá, o produto disponível encerrou os negócios com R$ 78,00 por saca, caindo 1,27%, enquanto em Rio Grande, o preço despencou 4,94% para R$ 77,00. Já para o mercado futuro, as baixas foram de, respectivamente, 1,26% e 2,40% e as últimas referências nos portos paranaense e gaúcho de R$ 78,50 e R$ 81,50. 

O mercado brasileiro da soja, que já parece começar a se adequar ao período das festas de final de ano, perde ainda mais seu ritmo nessa conjuntura de indicativos mais baixos em Chicago ao lado da pressão sentida pelo dólar, que também já sente um momento de volume menor de negócios neste momento. 

"A semana da soja no Brasil começa sem negócios. Temos vendedores parados e compradores em ritmo lento", relata o consultor Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting. Já é possível observar, como diz ainda o executivo, um menor movimento dos fretes, com as últimas cargas do ano rodando neste início de semana e, na sequência, só em 2017. 

Além disso, ainda de acordo com consultores e analistas, os produtores brasileiros conseguiram avançar um pouco mais com sua comercialização nas últimas semanas, onde os preços deram uma puxada no final de novembro e início de dezembro, e agora se focam, portanto, em concluir bem a nova safra e esperar pelas novas boas oportunidades que podem vir mais a diante. 

"O intervalo é muito longo entre a venda e o potencial de compra do momento, assim, para haver alguma mudança teríamos que ter avançosno dólar ou em Chicago, e ambos ainda não apareceram nesta semana. Continuamos a ver uma grande safra chegando e mais cedo neste ano começo de 2017, o que obrigará os produtores a planejar a sua logística para não correr riscos de ficar com o grão em cima do caminhão e ter descontos maiores", conclui Brandalizze. 

Mercado Disponível 

Na contramão dos preços nos portos, há praças de comercialização no interior do Brasil onde, apesar desse recuo da moeda americana e dos futuros em Chicago, o valor da saca continua subindo. Como explica o analista de mercado e economista da Granoeste Corretora, Camilo Motter, a escassez de produto disponível dá espaço para esses pequenos ganhos e a intensidade do avanço das cotações vai refletir a realidade de cada região. "E isso é bastante comum nesse período", diz. 

Nesta terça, por exemplo, os preços avançaram em Tangará da Serra, Campo Novo do Parecis e Sorriso, em Mato Grosso, novas altas foram registradas e as referências foram a R$ 63,50 e R$ 66,00. Na segunda, Paraná e Rio Grande do Sul também registraram algum avanço e, no estado gaúcho, os preços ainda superam os R$ 70,00.

Dólar

No mercado de câmbio, o volume de negócios já se mostra bem menor do que o comum e, nesta terça, a moeda terminou a sessão com uma baixa de 0,83% e cotada a R$ 3,3436, após bater em R$ 3,3399 na mínima do dia. 

"O (cenário) político está praticamente parado e o Judiciário, em vias de parar. A menos que aconteça alguma grande novidade que possa impactar o governo até o final do ano, o dólar deve ficar oscilando mais ou menos onde está", comentou o trader da Ouro Minas Corretora, Mauricio Gaioti à agência de notícias Reuters. 

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Bolsa de Chicago

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago foram pressionados, nesta terça-feira, mais uma vez pela melhora do clima na Argetina, com a chegada de boas chuvas nos últimos dias, além das boas condições para a safra 2016/17 no Brasil. Com o clima na América do Sul como foco para o mercado internacional neste momento, a tendência, como explica Camilo Motter, é de que a volatilidade se acentue e se mantenha até fevereiro. 

"Agora a grande questão para os preços é o clima na América do Sul, e é isso que estão nos dizendo estas chuvas na Argentina", acredita analista da Granoeste. "Ou seja, tem um prêmio climático muito dilatado em razão das dúvidas relativas à produção em um ano de mudança no padrão do clima. Por esta razão é normal que haja mais volatilidade e tensão", completa. 

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Ao lado da pressão das chuvas na Argentina, porém os grãos negociados na CBOT sentiam ainda o peso do dólar, com o index renovando suas máximas no exterior, frente a uma série de outras divisas. Completando o cenário negativo para os preços há ainda um recuo dos óleos vegetais no mercado asiático. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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