Soja retoma negócios em Chicago focada no clima e novos números do USDA

Publicado em 29/05/2017 17:28

Os negócios no mercado internacional da soja serão retomados nesta terça-feira, 30 de maio, e analistas e consultores esperam por uma semana de volatilidade já que novas e importantes informações deverão ser reportadas nos próximos dias. Segundo a Labhoro Corretora, a chamada de abertura desta próxima sessão na Bolsa de Chicago é de 1 a 3 pontos de baixa para os futuros da oleaginosa. 

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Relatórios do USDA

Nesta terça-feira, chegam dois reportes semanais importantes do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O primeiro deles, ainda com o mercado em andamento, é o de embarques semanais de grãos dos Estados Unidos. 

A demanda pela soja americana tem tido ainda mais atenção dos traders neste ano comercial 2016/17, uma vez que o total comprometido com vendas para exportação já se aproxima de 58 milhões de toneladas, contra a última projeção do departamento americano de 55,75 milhões. Assim, mercado acompanha agora a evolução dos embarques para confirmar se toda esta soja sairá efetivamente dos EUA até 31 de agosto, quando se encerra a temporada. 

Em seu último relatório de embarques, divulgado no dia 22 de maio, o total da oleaginosa norte-americana já embarcada era de 50.447,843 milhões de toneladas, contra pouco mais de 43 milhões do mesmo período do ano passado.

Na sequência, às 17h (Brasília), após o fechamento do mercado em Chicago, o USDA traz a atualização dos trabalhos de campo nos EUA com o reporte semanal de acompanhamento de safras. 

Ainda segundo números levantados pela Labhoro, o mercado espera o plantio da soja entre 64% e 67%, contra 53% da semana anterior. Já no caso do milho, o índice esperado é de algo acima dos 90%, uma vez que nas áreas onde o plantio do cereal estava menos evoluído, o final de semana foi de condições mais favoráveis de clima, permitindo um melhor desenvolvimento da semeadura. 

O boletim traz também os primeiros números nacionais das condições das lavouras de milho do país e as expectativas são de plantações em boas ou excelentes condições na casa de 66% a 68%. A média para este período é de 72%. 

Clima no Meio-Oeste

Os últimos números das chuvas nos EUA mostram volumes dentro do esperado pelas últimas previsões, chegando, porém, em uma área mais limitada. "Os maiores acumulados ficaram localizados principalmente no centro-sul dos Estados Unidos, áreas onde o plantio do milho já praticamente finalizou", disse a Labhoro.

E os próximos dias serão de mais chuvas, apesar de mais espaçadas e menos volumosas. Os modelos climáticos europeus, como mostram as informações da corretora, trazem as possibilidades de algo entre 75 e 100 mm de chuvas em Iowa (exceto sudeste), oeste e sul do Missouri, Oklahoma, Texas, Louisiana, Arkansas, Mississippi, Alabama e Tennessee. As demais áreas têm chuvas previstas de no máximo 45 mm acumulados. 

Os mapas a seguir, atualizados nesta segunda-feira (29), pelo NOAA, o serviço oficial de clima do governo americano, mostra que nos próximos 5 e 7 dias, o Meio-Oeste ainda recebe volumes consideráveis de chuvas. 

Chuvas nos EUA - 5 dias - NOAA

Chuvas previstas para os EUA nos próximos 5 dias - NOAA

Chuvas nos EUA - 7 dias - NOAA

Chuvas previstas para os EUA nos próximos 7 dias - NOAA

Sobre as temperaturas, as previsões seguem indicando que elas continuam mais baixas do que o normal para o período e, segundo a AgResource Brasil, esse ainda deve ser o padrão pelas próximas duas semanas. Porém, a consultoria afirma ainda que "a frente fria chegando ao leste do Cinturão nos primeiros dias de junho começa a perder forças, dando espaço para um padrão climático dentro das normalidades sazonais".

Do meio da semana para o final, há ainda previsões até mesmo de geadas em alguns estados produtores norte-americanos, como explica o analista de mercado Marlos Correa, da Insoy Commodities. 

Migração de Área

Analistas internacionais chamam a atenção ainda para a possibilidade de uma migração dos produtores americanos do milho para a soja em função das adversidades climáticas que comprometeram o plantio do cereal em algumas regiões. 

"Tenho dito há meses que poderíamos ter uma área de soja igual ou maior do que 90 milhões de acres (36,42 milhões de hectares) pela primeira vez na história, maior do que a de milho e aqui estamos", acredita o analista de mercado Kevin Van Tramp, em seu artigo no site internacional Corn and Soybean Digest.

Fundos de Investimento

Ao mesmo tempo, há ainda a pressão vinda dos fundos de investimento, que aumentaram sua posição baixista sobre os futuros da soja para o maior nível desde 2015 na semana passada, segundo informa o relatório do Commodity Futures Trading Commission (CFTC). Na semana encerrada em 23 de maio, foram vendidos próximos de 26 mil contratos (agora vendidos em 69,775 mil), contra pouco mais de 39 mil da semana anterior. 

O movimento, ainda segundo analistas internacionais, se deu de forma mais intensa com a projeção de uma grande safra vinda dos Estados Unidos na temporada 2017/18 e também frente aos elevados estoques globais da commodity. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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