Soja: Preços têm altas de dois dígitos na CBOT e portos do BR testam os R$ 72 no disponível

Publicado em 14/07/2017 13:30

No início da tarde desta sexta-feira (14), o mercado da soja na Bolsa de Chicago vem ampliando suas altas e, por volta de 12h40 (horário de Brasília),os futuros da oleaginosa subiam mais de 12 pontos entre as posições mais negociadas. Assim, o novembro/17 já testava, novamente, os US$ 10,00 por bushel. O mercado internacional vem buscando recuperar sua força após as perdas de mais de 40 pontos na sessão anterior. 

O momento é de irregularidade climática no Meio-Oeste dos Estados Unidos e, portanto, de intensa volatilidade e especulação sobre a direção das cotações. Assim, a busca é por, antes do final de semana, um bom posicionamento após a realização de lucros forte que se deu baseada nas previsões de chuvas um pouco melhores no Corn Belt nos próximos dias. 

"No curto prazo, porém, o cenário nas Planícies do Norte continua indicando tempo quente e seco. Nas porções centrais, leste e sul, o clima é tido como adequado", explica o economista e analista de mercado da Granoeste COrretora de Cereais, Camilo Motter. 

Nas previsões atualizadas nesta sexta, o padrão continua mostrando um tempo ligeiramente mais úmido, porém, com temperaturas ainda elevadas, acima da média para essa época, passando dos 37ºC nos próximos dias. As imagens abaixo mostram - à esquerda, as temperaturas, e à direita, as chuvas - para os próximos 6 a 10 e 8 a 14 dias, confirmando essas condições. 

EUA Chuvas e Temperaturas - NOAA

Segundo analistas internacionais, o foco dos negócios na CBOT, porém, continua sendo o clima no Meio-Oeste americano e as previsões - que continuam indicando um calor intenso, no entanto, agora com algumas chuvas - ainda são combustível para a movimentação dos preços. 

Informações atualizadas do Drought Monitor, um sistema que monitora a seca nos Estados Unidos, mostrou que há uma condição de seca extrema ainda nas Dakotas e em Montana. Os mapas indicam também um aumento da área que passa por uma seca moderada em partes do Nebraska e de Iowa. E essas chuvas previstas são esperadas somente até terça-feira. 

Dessa forma, o mercado agora se prepara para observar como serão as chuvas deste final de semana no Meio-Oeste americano e, principalmente, como virão as informações do reporte semanal de acompanhamento de safras que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta segunda-feira (17). Na última semana, o boletim indicou 64% das lavouras em boas ou excelentes condições. 

Ainda no pregão de hoje, porém, os preços da soja foram beneficiados por um notícia forte do front da demanda. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou uma nova venda de 1,3 milhão de toneladas de soja da safra nova para a China e contribuiu para o avanço das cotações em Chicago. 

Operações como esta vinham sendo esperadas, segundo analistas e consultores, depois da queda expressiva de mais de 40 pontos da oleaginosa negociada na Bolsa de Chicago no pregão desta quinta-feira. Depois de subir mais de US$ 1,00 por bushel somente nos primeiros 11 dias de julho, o mercado corrigiu as cotações e os players aproveitaram para vir às compras. 

Leia mais:

>> USDA anuncia nova venda de 1,3 milhão de toneladas de soja da safra nova para China

Portos do Brasil

Com as boas altas sendo observadas na Bolsa de Chicago, mas o dólar recuando frente ao real no Brasil nesta última sessão da semana, os preços da soja também perdem força para seguir seu movimento de alta nos portos nacionais. Depois de ficar entre R$ 75,00 e R$ 77,00 nos últimos dias, as cotações voltam ao intervalo dos R$ 71,00 e R$ 72,00 por saca. 

No terminal de Paranaguá, as primeiras indicações para o produto disponível estavanm, justamente, entre os R$ 71,00 e R$ 72,00 por saca, enquanto a referência em Rio Grande, pagamento agosto, tinha também R$ 72,00 por saca. 

Os negócios, entretanto, caminham de forma um pouco mais lenta nestes últimos dias, dada as baixas agressivas sentidas pelos indicativos não só nos portos, como também no interior do país. 

Dólar - A moeda norte-americana, perto de 13h25 (Brasília), cedia 0,68% e já era cotada a R$ 3,186. O recuo vem acompanhando dados fracos da economia norte-americana e um ambiente mais tranquilo internamente quando o assunto é a cena política. 

"O Fed já tinha um tom mais brando nos últimos dias e os números de hoje dão força para a autoridade monetária ter uma política menos agressiva (de juros) mais à frente", avaliou o analista econômico da gestora Rio Gestão, Bernard Gonin à agência de notícias Reuters. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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