Importações de soja da China sobem 30% no mês e superam 10 mi de t em julho

Publicado em 08/08/2017 12:18

As importações de soja da China, em julho, somaram 10,08 milhões de toneladas e o volume é recorde, segundo informações da Administração Geral da Alfândega do país. O total é 31,08% maior do que o registrado no mês anterior, de 7,69 milhões de toneladas, e 5,11% maior do que o maior total registrado, em maio, de 9,59 milhões de toneladas. 

De janeiro a julho, as importações chinesas já somam 54,89 milhões de toneladas, 16,8% a mais do que no mesmo período do ano passado. Segundo o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, desse total, cerca de 30 milhões de toneladas são do Brasil. 

O alto volume, segundo especialistas, se deu, além do consumo ainda aquecido, pela atraso na descarga dos navios em junho, quando os estoques locais eram elevados e, principalmente, diante de uma mudança nos impostos. 

"O grande volume de importações em julho foi principalmente devido à mudança de impostos e atraso de chegada do mês anterior", disse Tian Hao, analista sênior da First Futures.

Já para Brandalizze, os números expressivos - que vieram até melhores do que o esperado - refletem a demanda ainda muito intensa. "O consumo é forte e talvez eles não queiram abrir isso para não colocar um estímulo nas cotações internacionais. Mas os preços estão mais baixos, e eles estão crescendo. 

O consultor explica também que, ao contrário do que acreditam alguns analistas internacionais, o desembarque dessas compras expressivas não deverão ser suficientes para pressionar as margens de esmagamento de forma muito severa. 

Além disso, os estoques tendem a ser menores nos próximos meses, ajudando a promover essa recuperação nas margens. Em julho, as margens da indústria chegaram a testar o lado positivo, porém, voltaram a trabalhar em campo negativo. 

"Espera-se que as margens se recuperem como estoques de soja e farelo de soja começando a diminuir gradualmente a partir de agosto", disse Liang Yong, analista da Galaxy Futures.

E não foram só as importações de soja da China que impressionaram, mas também os dados fortes de aço e petróleo, o que, ainda segundo analistas, confirma a demanda intensa dos chineses por matérias-primas nesse momento. 

"As compras de commodities por parte da nação asiática em julho vieram, de uma forma geral, melhores do que o esperado, com a desaceleração sazonal típica e, aparentemente, atrasada por mais um mês", informou uma nota do Banco da Austrália e da Nova Zelândia. "Isso reforça nossa projeção de que segue muito positiva a demanda chinesa", completa o boletim. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Liones Severo Porto Alegre - RS

    O total de soja brasileira embarcada para a China até julho foi 40,777 milhões de tons, porém somados os navios nos portos, o volume chega a 45,444 milhões de tons, muito superior aos 38,855 milhões de tons embarcados todo ano passado, e o recorde de 41,558 milhões de tons. Não será nenhuma supresa se até o final do ano os embarques de soja para aquele destino alcancem 50,0 milhões de tons.

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    • Paulo Roberto Espires Maringá - PR

      A demanda por soja é muito intensa, firme e crescente podendo surpreender com preços melhores aos produtores.

      Sr. Liones será que milho recupera um pouco os preços este ano ainda?

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    • MARIO SOLIGO Pato Branco - PR

      LIONES, Obrigado pela colaboração. as suas informações são importantes pra nós produtores. volte mais vezes...

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    • carlo meloni sao paulo - SP

      Faço coro com o sr Mario, suas informações são perolas que os leitores não podem deixar de ler.

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    • Liones Severo Porto Alegre - RS

      Caro Paulo Roberto, a safra mundial de milho de 2016/17 produziu 1,068 bilhão de tons com o consumo na ordem de 1,054 bilhão de tons. A safra mundial e 2017/18 tem a produção estimada em 1,036 bilhão de tons para o consumo estimado em 1,063 bilhão de tons. A produção e o consumo mundial de milho concorrem em volumes muito ajustados e os grandes estoques reportados são gráficos, isto é, são os critérios de calendário do USDA que criam esses estoques inexistentes. Neste tempo, o milho brasileiro sofre grande concorrência do milho argentino que tem sua moeda com frequentes desvalorizações e a valorização do real age em detrimento do preço final em real. A demanda tem sido suficiente para absorver toda a produção mundial de milho, e esta é a razão que dedicam grande atenção para as condições das lavoura americana, porque uma perda acima de 10,0 milhões de tons pode impactar positivamente os preços cotados na CBOT. Sim, o preço do milho tem boas perspectivas de melhores preços no médio/longo prazo. abraços

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