Soja: Mercado fecha o dia com altas de dois dígitos e suporte no financeiro e na demanda intensa

Publicado em 31/08/2017 17:43

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Uma acomodação dos preços após consecutivas quedas na Bolsa de Chicago, aliada a bons números da demanda e um suporte ainda do financeiro criaram um cenário positivo para os preços da soja nesta quinta-feira (31) na Bolsa de Chicago. As cotações da oleaginosa terminaram o dia subindo mais de 12 pontos, com o contrato novembro/17 - que é a principal referência para o mercado neste momento - valendo US$ 9,45 por bushel. Farelo e óleo também subiram. 

Como explica o consultor Flávio França Junior, da França Junior Consultoria, o avanço dos preços foi, de fato, uma combinação de fatores neste final de semana - e de mês - com os participantes dos negócios se ajustando, principalmente, à essa conclusão da safra americana e do chamado 'weather market' (mercado climático) nos EUA. No entanto, afirma também que não se trata de uma mudança de tendência. 

Na medida em que o mercado internacional da soja se aproxima, a pressão do início da colheita norte-americana também cehga mais perto e pode pesar sobre as cotações. Até que isso aconteça, porém, a atenção dos traders poderá ser mais forte, de fato, sobre outros fatores como a demanda. 

Vendas semanais dos EUA

Nesta quinta, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe seu novo reporte semanal de vendas para exportação com bons números para a oleaginosa. "A força da demanda é muito grande", explica o consultor em agronegócio Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios. 

Na semana encerrada em 24 de agosto, foram vendidas 123,2 mil toneladas da safra velha - enquanto o mercado esperava entre um cancelamento de 600 mil e vendas de 200 mil toneladas, com a maior parte sendo adquirida pela China. Assim, as vendas da temporada 2016/17 já somam 60.843,0 milhões de toneladas, enquanto o USDA espera que as exportações concluam o ano comercial em 58,51 milhões de toneladas. 

Petróleo e mercado financeiro

Os futuros do petróleo, nesta quinta, subiram mais de 2%, refletindo, entre outros fatores, os efeitos do furacão Harvey que atinge os Estados Unidos. A produção norte-americana teve, até este momento, sua produção reduzida em 4,25 milhões de barris por dia. 

Para Jamie Webster, um representante do Centro Global de Políticas de Energia da Universidade de Columbia, no momento atual irá "a concentração e conectividade da mais importante região energética do mundo irão testar a segurança energética global". 

Assim, o avanço da commodity puxou as demais, incluindo os grãos na Bolsa de Chicago. 

"Quando você tem uma ausência de novidades no lado da safra e do clima, positivos números de demanda e um financeiro a favor, se cria uma combinação para esse movimento de alta. O financeiro é sempre importante nessa formação de preços na parte 'financeira' dos grãos, relacionada com petróleo, dólar e tudo mais", explica França Junior. 

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Preços no Brasil

No Brasil, os preços se mantiveram estáveis em praticamente todas as suas referências nesta quinta-feira. A exceção ficou pelo porto de Paranaguá, com alta de 1,45% no disponível para R$ 70,00 por saca e de 0,72% na safra nova, para os mesmos R$ 70,00. 

Ainda abaixo dos R$ 3,15, o dólar não dá muito espaço para uma recuperação dos preços no Brasil. "A moeda (norte-americana) deve continuar operando nos atuais níveis, entre 3,10 reais e 3,20 reais", afirmou o economista-chefe da corretora BGC Liquidez, Alfredo Barbutti á agência de notícia Reuters.

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>> Dólar fecha agosto com leve alta, mas ainda abaixo de R$ 3,15

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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