À espera do boletim do USDA, soja tem sessão volátil e recua mais de 3 pts em Chicago

Publicado em 07/02/2018 16:52

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O pregão desta quarta-feira (7) foi de volatilidade aos preços da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Após testar os dois lados da tabela, as principais posições da commodity encerraram o dia com perdas entre 3,25 e 4,00 pontos. O vencimento março/18 era cotado a US$ 9,83 por bushel, enquanto o maio/18 operava a US$ 9,94 por bushel.

As agências internacionais reportaram que o mercado passou por um movimento de correção, com os participantes do mercado ajustando posições antes do boletim de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos). O relatório será divulgado às 15h (horário de Brasília), nesta quinta-feira (8).

Os investidores ainda esperam que haja uma revisão para cima na produção de soja no Brasil. Inclusive, nesta quarta-feira, o adido do USDA estimou a produção de soja do país em 112,5 milhões de toneladas.

Em seu último boletim, a Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) projetou a safra em 110,4 milhões de toneladas. A entidade atualiza as informações nesta quinta-feira. Já a AgRural, estimou a produção em 116,2 milhões de toneladas.

Paralelamente, o comportamento do clima na Argentina segue no radar dos investidores. "A soja encontra sustentação nas preocupações sobre as chuvas previstas na Argentina no final de semana e também ao longo da próxima semana. Há especulações de que as precipitações não sejam suficientes para aliviar o estresse na cultura", destacou a agência.

Os órgãos oficiais já divulgaram que as lavouras de soja argentinas apresentam perdas depois do longo período sem chuvas e das altas temperaturas. "Se as chuvas não chegarem, a safra poderia sofrer os efeitos e cair para 40 milhões de toneladas de soja nesta temporada", disse Eduardo Sierra, o principal assessor climático da Bolsa de Cereais de Buenos Aires.

Em contrapartida, "o mercado têm algumas preocupações a curto prazo sobre o excesso de chuvas em algumas regiões do Brasil, que pode atrasar a entrada de produto no mercado e frágil logística do país", destacou Tobin Gorey, do Commonwealth Bank of Australia ao Agrimoney.com.

Já a ARGResources informa que o banco de investimento Goldman Sachs continua olhando para as commodities como um bom investimento de compra, uma vez que a economia mundial volta a aquecer e suporte direto nas commodities devem ser observados.

"Nós concordamos com esta visão", diz a AGR em seu boletim diário, no entanto este não é o tipo de fundamento que causará novas altas no Mercado no curto prazo.

Os novos relatórios mensais da CONAB e USDA estarão sendo publicado amanhã. Aumentos expressivos de 1,5 - 2 MTs deverão ser observados na produção estimada brasileira.

A AGR continua com estimativas em 111.6 MTs para a soja no Brasil. Já o avanço da colheita brasileira de soja alcançou 8% até ontem, dia 6, um ritmo ainda é modesto quando comparado a média dos últimos 5 anos de 8,6% e ao ano passado em 10,9%.

Mercado doméstico

No mercado interno, a quarta-feira foi de ligeiras altas aos preços da soja. Conforme levantamento do economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, o valor subiu 3,64% em Sorriso (MT), com a saca a R$ 57,00. Já em Brasília, o ganho ficou em 2,46%, com a saca a R$ 62,50.

Em Não-me-toque (RS), o preço subiu 1,67% e encerrou o dia a R$ 61,00 a saca. No Paraná, nas praças de Ubiratã e Londrina, a valorização foi de 0,47%, com a saca da oleaginosa a R$ 63,60.

Nos portos, o dia também foi de alta aos preços da soja. No terminal de Rio Grande, o disponível encerrou a quarta-feira a R$ 73,40, com ganho de 0,55%. O preço futuro registrou valorização de 0,81%, com a saca a R$ 74,80. No porto de Santos, a saca subiu 1,39% e terminou o dia a R$ 73,00.

A colheita da safra no Brasil permanece no radar dos participantes do mercado. Depois do atraso na semeadura e, consequentemente, no início dos trabalhos de colheita, as atenções estão voltadas às previsões de chuvas nas principais regiões de produção no país.

Dólar

A moeda norte-americana encerrou a quarta-feira com alta de quase 1%. O câmbio era cotado a R$ 3,2770 na venda, maior patamar desde 28 de dezembro do ano passado, quando o dólar fechou a R$ 3,3144.

"O câmbio acompanhou o cenário externo, sobretudo após o Senado nos Estados Unidos ter fechado um acordo sobre o orçamento do país e ter liberado 300 bilhões de dólares em gastos", destacou a Reuters.

Clima na Argentina na análise da AGresources

Os modelos de previsões climáticas para os próximos 15 dias trazem diferenciações nas leituras para a Argentina, entre 17-22 de fevereiro. Chuvas mais intensas voltam a serem previstas para o Centro-Norte do país, que também cobre a região Sul do Brasil.

Índices pluviométricos de menor relevância são projetados para a província de Buenos Aires e sul de Córdoba.

No entanto, o período de estiagem entre 11-17 de fevereiro é reafirmado nas leituras para a Argentina.

No atual cenário argentino, chuvas deviam possuir um caráter regular e intenso, uma vez que os níveis de umidade do solo sofrem com a falta de chuvas desde os primeiros dias de 2018.

O estresse vegetal é presente pelas principais regiões produtoras no país, e um padrão mais "molhado" seria necessário para reverter este quadro nos próximos 15-20 dias, na Argentina

Confira como fecharam os preços nesta quarta-feira:

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas

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