Soja: Rallies em Chicago e prêmios levam preços acima dos US$ 11 no Brasil

Publicado em 01/03/2018 18:35

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Os preços da soja negociados na Bolsa de Chicago voltaram a disparar nesta quinta-feira (1) diante de novas informações que chegam da safra argentina. As cotações terminaram o pregão com altas de mais de 12 pontos e os principais vencimentos já parecem buscar os US$ 11,00 por bushel. O maio/18, referência para a safra brasileira, encerrou os negócios cotado a US$ 10,68. 

No Brasil, contabilizando os prêmios - que seguem positivos e elevados, a soja já vale mais do que US$ 11,00 por bushel. Ao considerar o vencimento maio, o valor é de US$ 10,33, com um prêmio de 65 cents de dólar acima do valor praticado em Chicago. 

Aliado ao dólar, esses dois fatores encontram força também para fechar preços melhores nos portos e interior do país. Em Rio Grande, a soja disponível foi a R$ 78,80 no disponível, com alta de 1,03%, e para maio/18, R$ 79,30, subindo 1,02%. Em Paranaguá, R$ 79,00 e R$ 79,50 por saca, respectivamente. Entre as principais praças de comercialização, os ganhos chegaram a bater em 2,26%.

O ritmo das altas em Chicago e mais a melhora considerável das cotações no mercado brasileiro motivaram uma retomada do ritmo dos negócios. A comercialização tem recuperado o atraso observado há alguns meses, diante de uma janela maior de melhores oportunidades. 

Entretanto, ainda segundo Cachia, o produtor brasileiro parece, neste momento, tirar um pouco o 'pé do acelerador' para acompanhar com mais atenção ainda a movimentação das cotações, principalmente na CBOT, daqui em diante. 

O dólar terminou o dia com alta de 0,37% nesta quinta-feira, valendo R$ 3,2548 "com o avanço da aversão ao risco após notícia sobre tarifas de importação para aço e alumínio nos Estados Unidos", segundo reporta a Reuters. "Investidores americanos estão preocupados que o presidente Trump tenha iniciado uma guerra comercial entre países", comentou o diretor de operações da corretora Mirae, Pablo Syper à agência de notícias.

AGResources aponta que a seca da Argentina é uma das piores das últimas décadas

 Preocupações com a administração de Trump e possíveis conflitos econômicos com a China tem colocado uma "pulga atrás da orelha" da especulação. No entanto, as atualizações climáticas para a Argentina voltaram a ser o grande foco dos operadores, que ainda apos tam em uma seca severa e em expansão no país. Fundos de investimento voltam no empilhamento de posições compradas. Até com que um maior volume da safra argentina seja colhido, e os resultados preliminares sejam estabelecidos no Mercado, qualquer queda repentina da CBOT será corrigida pela falta de chuvas nos mapas.

A ARC lembra que ainda há soja verde no país, com a necessidade de reposição hídrica. No entanto, as previsões meteorológicas falham em trazer chuvas expressivas para as principais regiões sojicultoras da Argentina, nos próximos 10 dias. A janela para uma "amenização" das perdas de produção está se fechando no país.

Os mapas climáticos atualizados hoje não trouxeram mudanças no cenário de seca, em algumas regiões da América do Sul. Precipitações significantes voltam a tomar conta dos mapas após o dia 13 de março, na Argentina. No entanto, a ARC alerta que até lá, tais chuvas poderão chegar tarde demais.

O atual cenário no país é preocupante, a seca já é classificada uma das piores das últimas décadas na Argentina.

São necessárias chuvas no curto prazo. Além do mais, as temperaturas voltam a se manterem acima da média, dificultando qualquer tentativa da planta em resistir ao estresse hídrico.

No Brasil, o cenário continua com chuvas intensas e em intervalos regulares para o Centro e Norte do país. As regiões centrais do país enfrentam dificuldades de acelerar a colheita. No entanto, não há nenhum problema grave sendo observado para o Brasil.

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Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduz produção para 44 milhões

Nesta quinta, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires voltou a corrigir sua estimativa da nova safra de soja do país para baixo trazendo o número de 44 milhões de toneladas, contra a projeção anterior de 47 milhões. E para alguns analistas e consultos, a prevalência das condições de seca no país poderiam agravar ainda mais esse cenário. 

Como explica Steve Cachia, diretor da Cerealpar e consultor do Kordin Grain Terminal, de Malta, "se continuarmos nesse ritmo, o número pode ficar abaixo dos 40 milhões de toneladas, como já disseram algumas consultorias privadas internacionais". No entanto, ele alerta ainda para uma precificação do mercado dessa que é uma quebra importante, mas que pode ter limitado sua influência positiva sobre as cotações na CBOT. 

Por outro lado, Cachia afirma que há também uma forte atuação dos fundos especuladores que seguem apostando em uma continuidade dessas altas no mercado futuro norte-americano. E é esse movimento que teria força para levar os preços a testarem os US$ 11,00 por bushel. 

Ainda segundo o analista, as informações da demanda também ajudaram a dar suporte às altas registradas nesta quinta-feira. Foram dois novos anúncios de venda dos EUA pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de 246 mil toneladas de soja para a China e destinos não revelados, além das vendas semanais para exportação acima das expectativas do mercado. 

Na semana encerrada em 22 de fevereiro, foram vendidas 857,9 mil toneladas de soja da safra 2017/18, com a China ainda como principal destino da oleaginosa. As projeções dos traders, porém, variavam de 400 mil a 700 mil toneladas. 

No acumulado da temporada, as vendas americanas já somam 45.571,3 milhões de toneladas, contra pouco mais de 52 milhões do ano passado, nessa mesma época. O USDA estima que as exportações de soja da safra 2017/18 sejam de 57,15 milhões de toneladas.

O boletim mostrou também as vendas de 122,1 mil toneladas de soja da safra 2018/19, a maior parte adquirida por destinos não revelados. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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