Soja: Com falta de acordo entre China e EUA, preços trabalham com baixas de dois dígitos na CBOT

Publicado em 04/05/2018 12:33

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Nesta sexta-feira (4), segue o recuo dos preços da soja na Bolsa de Chicago. Os futuros da commodity, por volta de 12h40 (horário de Brasília), variavam de 9 a 12,50 pontos entre os principais vencimentos, com o julho/18 - que é o mais negociado agora - sendo cotado a US$ 10,42 por bushel. 

A falta de acordo sobre o comércio da soja entre China e Estados Unidos após dois dias de negociações pressiona as cotações, fazendo com que o mercado devolva toda a alta registrada no pregão anterior. 

Um dos principais questionamentos dos especialistas é sobre se os Estados Unidos conseguiram garantir, ao menos, mais tempo para prorrogar as tarifações planejadas pela China na casa de até US$ 150 bilhões nas importações chinesas. Assim, para a soja - que era um dos principais pontos de especulação dos mercados internacionais -, o cenário continua incerto e sem acordo. 

Leia mais:

>> China x EUA: Discussões terminam sem acordo para soja; seguem as incertezas

"O mercado reflete a dureza da negociação entre China e EUA e a possibilidade de retaliações mútuas nas transações comerciais. Depois que a China colocou na mesa a possibilidade de taxar a importação de soja norte-americana em 25% praticamente não houve negócios da oleaginosa entre os dois países", explica o analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais. 

Ao mesmo tempo, a China já vem anunciando medidas emergenciais para aumentar sua produção da oleaginosa, com a possibilidade de um aumento de área na próxima temporada. 

Na outra ponta do mercado, a Argentina também mantém seu espaço no radar dos traders. "As vendas argentinas limitadas e as exportações reduzidas do complexo em abril sugerem que os estoques norte-americanos deverão ser reduzidos pelo USDA nos próximos boletins". diz Richard Feltes, analista de mercado da RJ O'Brien ao Agrimoney. 

Ademais, o mercado se atenta também às primeiras expectativas ao redor do novo boletim mensal de oferta e demanda que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz na próxima semana, bem como nas condições de clima do Meio-Oeste americano e da evolução dos trabalhos de campo por lá. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Marcelo De Baco Viamão - RS

    Algumas perguntas que me faço: 1) Porque os chineses teriam pressa em negociar com os EUA? (Uma vez que a maior oferta virá do Brasil, sendo que os EUA somente colherão soja em setembro!!?)... 2) Sendo francos compradores de soja, poderiam os chineses dispensar um fornecedor como os EUA?.. 3) Se a ideia for produzir soja em casa, porque eles não fizeram isto quando as cotações bateram 15 cents na bolsa e existia uma grande crise de fretes?...

    É um assunto muito longo e tenho a impressão que é preciso olhar com mais profundidade estas questões.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Sr. Marcelo, creio que o Sr. Liones Severo é a pessoa mais capacitada para responder sua perguntas. Mas, adiantando uma delas, é que na China a agricultura é completamente diferente do nosso AGRO. Lá as áreas de produção não passam de SEIS MIL METROS QUADRADOS POR PRODUTOR. ... Isso mesmo, 0,6 ha, mesmo assim o montante produzido no País é maior do que a produção brasileira, só que existem 1,3 bilhões de bocas para serem alimentadas.. A China, embora seja um país de fronteiras continentais, a atividade de produção de alimentos é restrita a menos da metade do país devido às suas condições climáticas e de relevo. Enfim são muitos fatores... Por favor Sr. Liones, me ajude...

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    • Rodrigo Polo Pires Balneário Camboriú - SC

      Marcelo, esse é um assunto que me interessa também, e, independentemente da politica, existem muitas formas de olhar e analisar dados... Nós não temos o hábito de conferir os dados que nos passam, e quando fazemos isso é sempre sob a ótica de quem fornece os dados... Dados de fonte primária são sempre de difícil acesso; tenho buscado encontrar esses dados e sempre que posso compartilho com quem possa ter interesse... Sem dúvida seria mais interessante que as pessoas que leem meus comentários rebatessem o que digo, falassem dos dados, dos argumentos, mas normalmente o que ocorre não é um ataque aos argumentos e sim ao tipo de caráter que pensam que eu possuo... Toda essa explicação é para dizer que, o que direi aqui, vai contra tudo que é divulgado na mídia, os dados da USDA apontam uma diminuição da exportação de soja no ano corrente deles (que vai de 01/09 a 31/08 de um ano para outro). E a soma dos acumulados semanais comparando o mesmo período do ano passado aponta uma diminuição das exportações de mais de 6 milhões de toneladas no total geral.... Até a China importou menos soja dos EUA... No Brasil temos o que chamo de crise do cambio, que é onde o governo se ancora toda vez que o navio está indo a pique, com exportações de carnes diminuindo (com exceção da bovina) e diminuição do consumo interno (apesar da queda nos preços).... No milho temos por exemplo o USDA com uma previsão de 92 mi de ton de produção e nossa Conab com estimativa de 88 mi de ton. Outro dado é o de aumento no consumo interno de milho de 2 mi de ton,, mas todos ficam com o pé atrás pois o granjeiro patina e já reclama dos preços... Esse assunto é espinhoso e gera muita revolta de certos setores agrícolas, pois onde estão hoje aqueles que foram buscar financiamento do BNDES, dinheiro público, para financiar usinas de etanol de milho? Estão em pior situação dos que os granjeiros, a conjuntura mudou e eles não tem mais discurso. Espero que se houver resposta a esse comentário, que seja aos argumentos que utilizei e não ao meu possível tipo de caráter, pois é evidente que não sou politico, não respondo processos por corrupção e nem comprei burocratas em tribunais de contas da União.

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    • DOMÊNICO ANTONIO PERTILE Horizontina - RS

      Sr. Marcelo, vou te dar uma ideia de louco... mas imagine como se faz para manter 1,2 bilhão de bocas cheias, e não ter onde comprar comida... sem os EUA, a China não vive..., devem fazer jogo pra comprar comida barata... ou passar fome..., com meu pouco conhecimento, dou uma ideia: não vendam nada se não precisarem... os chineses deverão comprar a qualquer preço.

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    • Marcelo De Baco Viamão - RS

      Eu diria que, em teoria, a demanda pressiona...

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    • Marcelo De Baco Viamão - RS

      Eu diria que a demanda pressiona a oferta, muito embora estejam muito próximas. Na vida real, os agricultores têm compromissos a saldar. Dentro desta realidade vejo que a lógica do mercado é observada sobre o macro. Tomar a decisão de venda é de cada um. Mas inserir dados sem a devida análise lógica pode parecer tendencioso.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      Esse comentário do Sr. Liones é mais uma pérola no FALA PRODUTOR, principalmente por um detalhe..., a flecha atingiu o alvo a milhares de quilômetros do lançamento. O "alvo" é o ex-governador do maior produtor de grãos do país, atual ministro, envolvido na denuncia de compra de vagas para o Tribunal de Contas do MT. PARABÉNS !!! Sr. Liones, pelo comentário & pontaria...

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    • Liones Severo Porto Alegre - RS

      Caro Paulo Roberto Rensi, esta havendo um equívoco me apontar como autor do dito comentário, nem subliminarmente faria qualquer referência ao nosso competente Ministro Blairo Maggi, que juntamente com sua família é um dos maiores responsáveis pelo desenvolvimento da agricultura brasileira.

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    • Paulo Roberto Rensi Bandeirantes - PR

      MIL DESCULPAS !!!...

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    • Dalzir Vitoria Uberlândia - MG

      Caro Liones... gosto quando as pessoas se posicionam, independente da situação... se o ministro roubou não sei... mas há muito não tínhamos um ministro com força no governo... acho que o ultimo foi Delfim neto... o resto parece um bananal...

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