Soja sobe mais de 4% na semana em Chicago com China e EUA mais próximos de um acordo

Publicado em 17/08/2018 17:51

LOGO nalogo

A semana foi de importante recuperação para os preços da soja no mercado internacional. Os vencimentos novembro/18- referência para o mercado - e janeiro/19 subiram mais de 4% e 5%, respectivamente, levando as cotações a US$ 8,92 e US$ 9,05 por bushel. 

Os preços já vinham se recuperando na Bolsa de Chicago após a despencada da sexta-feira anteriro (10), quando foram impulsionados pelas informações de que China e Estados Unidos iriam retomar suas negociações em torno das disputas tarifárias. 

O mercado, depois disso, chegou a subir mais de 3% - ou quase 30 pontos - somente no pregão desta quinta-feira (16), trazendo importante recuperação de patamares para os principais indicativos. Uma nova delegação chinesa deverá chegar a Washington no final deste mês e os principais líderes de ambos os países voltarão a conversar. 

De acordo com informações da agência internacional de notícias Dow Jones Newswires, frentes de ambos os países já estariam trabalhando para que as conversas entre Xi Jinping e Donald Trump resultem, finalmente, em um acordo. 

"O plano representa um esforço das duas partes para evitar que a espiral de tensões comerciais - que já envolveu bilhões de dólares em tarifas e traz junto a ameaça de centenas de bilhões em novas barreiras - detone a relação entre Washington e Pequim e sacuda ainda mais os mercados globais", diz a notícia.

Leia mais:

>> EUA e China traçam plano para que Trump e Xi encerrem disputa comercial

Além dessa proximidade de um acordo, segundo especula o mercado, os traders já começam a ver cada vez com mais frequência e força a necessidade da China de voltar a comprar soja dos Estados Unidos e esse tem sido um importante fator de suporte para os preços, como explica o analista de mercado da Insoy Commodities, Marlos Correa. 

"A China necessita desse volume de compra, e não vai deixar de consumi-la, nem farelo e, principalmente, óleo vegetal. Então, por mais que tenha essa guerra, a China acaba voltando para o mercado americano, já que estamos praticamente no fim da safra brasileira", diz. 

A oferta brasileira está bastante restrita, 85% da safra 2017/18 já está comprometida e os prêmios pagos no Brasil já chegaram em seu limite, com os chineses pagando até US$ 2,60 acima de Chicago nos melhores momentos do mercado nacional.

Ademais, mesmo com as taxações e a chegada da nova e grande safra dos EUA, ainda como explica Correa, o produto americano acaba se mostrando um pouco mais competitivo para os importadores da China. "O mercado já absorveu todo o impacto desse impasse, e a demanda vai voltar da China para os EUA", completa. 

Tecnicamente falando, ainda segundo o analista da Insoy, o mercado segue trabalhando de lado, buscando seus altos e baixos, mas já se aproximando muito do 'fundo do poço', com um piso importante nos US$ 8,50 por bushel.

Preços no Brasil

No Brasil, os preços da soja, nos portos principalmente também subiram de forma bastante expressva no acumulado da semana, com força não só de Chicago, mas ainda do dólar. Nesta sexta-feira, a soja disponível voltou a superar os R$ 90,00 por saca nos terminais de exportação. 

Em Paranaguá, o produto ficou em R$ 92,00, com alta de 2,22%, enquanto em Rio Grande foi a R$ 91,50, subindo 5,17%. Ainda no porto paranaense, alta de de 1,81% para a referência fevereiro/19, com R$ 83,00, e de 5,11% para o gaúcho, no setembro/18, para 92,50. 

"Se colocarmos na ponta do lápis o ganho que o produtor está tendo é um bom preço, satisfatório para participar do mercado neste momento", acredita Marlos Correa. 

Além das exportações, o analista chama atenção ainda às necessidades maiores de compra de indústria no final do ano, fator que pode ajudar a manter as cotações fortalecidas no Brasil. "E são nesses momentos que o produtor tem que entrar e aproveitar", afirma. "O produtor tem que estar atento e não esperar grandes estouros de preço", completa. 

Dólar

A demanda intensa - tanto externa, quanto interna - mais os prêmios se aliam ainda ao câmbio, que também se mantêm como importante fator de suporte para os preços da soja brasileira. A moeda americana subiu pela segunda semana e fechou o pregão desta sexta-feira nos R$ 3,9147, após chegar a tocar nos R$ 3,95 ao longo do dia. No acumulado semanal, a alta foi de 1,31%. 

"O mercado doméstico seguiu a melhora externa. Não foi além por causa do final de semana", comentou um profissional da mesa de câmbio de uma corretora doméstica à Reuters ao citar a cautela que predomina nos negócios.

Veja ainda:

>> Dólar sobe pela 2ª semana seguida e vai a R$3,91 com exterior e política local

Já segue nosso Canal oficial no WhatsApp? Clique Aqui para receber em primeira mão as principais notícias do agronegócio
Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

RECEBA NOSSAS NOTÍCIAS DE DESTAQUE NO SEU E-MAIL CADASTRE-SE NA NOSSA NEWSLETTER

Ao continuar com o cadastro, você concorda com nosso Termo de Privacidade e Consentimento e a Política de Privacidade.

0 comentário