Soja: Pressão da guerra comercial, safra dos EUA e dólar no Brasil derrubam Chicago nesta 5ª feira

Publicado em 23/08/2018 17:42

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O mercado da soja voltou a intensificar suas baixas na Bolsa de Chicago na sessão desta quinta-feira (23) e terminou o dia com perdas de 15,50 a 16,25 pontos - ou mais de 1,5% - entre os principais vencimentos, levando o novembro/18 aos US$ 8,54 por bushel. 

As cotações continuam a ser pressionadas pelos bons números de produtividade esperados para a safra 2018/19 trazidos pelo crop tour Pro Farmer e da falta de novidades sobre as negociações entre China e Estados Unidos que deverão ser retomadas no final deste mês. 

"Sem fatores de suporte e sem ninguém querendo comprar futuros de soja neste momentoo, o mercado vende mais ainda e recua. Para a volta dos compradores é necessário algo altista e hoje não tivemos nada, nem movimento de fundos e especuladores", explica o diretor da Cerealpar, Steve Cachia. 

Para o executivo, uma mudança efetiva na direção dos npreços, neste momento, não está prevista e viria somente com um possível entendimento na guerra comercial entre China e EUA ou com uma nova entrada dos fundos. Entretanto, na disputa comercial entre as duas maiores economias do mundo, um novo capítulo foi iniciado nesta quinta com a efetivação de novas tarifas em US$ 16 bilhões de produtos chineses pelos Estados Unidos. 

Além desses fatores, a nova alta forte do dólar frente ao real nesta quinta-feira foi mais um peso sobre os preços da soja. "É uma gangorra, o câmbio sobe, cai a soja. Isso se dá uma vez que o Brasil se torna mais competitivo", explica Camilo Motter, economista e analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais. 

Os temores cada vez mais intensos em torno das eleições presidenciais no Brasil promoveram uma nova disparada da moeda americana, que fechou o dia com R$ 4,1230, subindo 1,65%. Esse é o mais alto nível de fechamento do dólar, segundo a Reuters, desde 21 de janeiro de 2016. 

"É o conjunto da obra. Problemas lá fora, China e Estados Unidos, eleição no Brasil, a decisão do TSE e ainda o fator especulação", afirmou o operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello à agência de notícias.

Nem mesmo os números fortes das vendas semanais para exportação da safra nova dos EUA reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) foram capazes de limitar as baixas em Chicago. 

Na semana encerrada em 16 de agosto, os EUA venderam 1.148,6 milhão de toneladas de soja da temporada 2018/19, enquanto o mercado esperava algo entre 400 mil e 650 mil toneladas. A maior parte do total foi adquirida pelo México. 

Da safra velha, as vendas somaram apenas 152,7 mil toneladas, contra projeções de 100 mil a 300 mil toneladas. A Indonésia foi a maior compradora da oleaginosa americana na última semana. No acumulado da temporada, as vendas totalizam 58.761,7 milhões de toneladas, contra a última estimativa total do USDA de 57,43 milhões. 

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Mercado Nacional

E mais uma vez, a alta do dólar de quase 2% foi neutralizada pelas baixas de mais de 1,5% dos futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago, mantendo as cotações estáveis no mercado brasileiro. As oscilações foram bem pontuais no interior do país, como a alta de 3,6% para R$ 72,00 por saca no Oeste da Bahia. 

Nos portos, as referências não apresentaram mudanças. Em Rio Grande, a soja disponível fechou com R$ 92,00 por saca e em Paranaguá, com R$ 91,00. A referência setembro no porto gaúcho sustentou os R$ 92,50. Já a safra nova, no terminal paranaense, ficou em R$ 86,00 no indicativo para fevereiro/19. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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