Soja: Chicago volta os olhos para a safra dos EUA e acumula baixas de 4% na semana; BR com preços estáveis

Publicado em 24/08/2018 17:53

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O mercado da soja na Bolsa de Chicago acumulou mais uma semana negativa, pressionado pelas estimativas de uma grande safra que vem se concluindo nos Estados Unidos. Nestes últimos dias, os traders voltaram seus olhos aos números do crop tour Pro Farmer, um dos mais tradicionais do país, e assim, os futuros da commodity acumularam perdas de mais de 4% entre os contratos mais negociados. 

Com esse movimento, o vencimento novembro/18 - referência para as cotações neste momento - foi de US$ 8,92 para US$ 8,55 por bushel, recuando 4,15%, enquanto o janeiro/19 fechou com US$ 8,68, contra os US$ 9,05 da última sexta-feira (17), registrando uma perda de 4,09%. 

Os Estados Unidos deverão colher uma safra cheia e os problemas sentidos têm sido apenas pontuais. O mês de agosto, que é o mais importante para a cultura da soja no país, teve condições de clima bastante favoráveis, que permitiram uma boa conclusão das lavouras até este momento.

"A soja encheu muito bem a vagem e, em termos gerais de produtividade, teremos índices bem próximos do teto produtivo", explica o analista de mercado da AgResource Mercosul (ARC), Matheus Pereira, direto de Illinois em entrevista ao Notícias Agrícolas. 

No entanto, embora a pressão da nova oferta exista sobre as cotações, ela deverá ser limitada neste momento, uma vez que os preços em Chicago já se aproximaram muito do "fundo do poço", como explicam analistas e consultores, além de, ainda mais baixos, inviabilizarem mais ainda a atividade para o produtor americano.

Ainda segundo Pereira, os sojicultores nos EUA têm perdido atualmente R$ 1 mil por hectare em função desses menores patamares, que são reflexo também da guerra comercial entre chineses e americanos que já se estende desde maio deste ano. A disputa tarifária entre os dois países segue muito intensa e mantém afastada a demanda da nação asiática pela oleaginosa norte-americana, que esta tarifada pela China em 25%. 

"Há uma grande procura pela soja dos EUA nesse momento, de outros países, mas ainda assim temos que levar em conta que a China é a maior compradora de soja do mundo", diz o analista da ARC. 

Nesse ambiente, os tarders seguem atentos também aos desdobramentos dessa guerra comercial, que pode ter novos capítulos nos próximos dias, na medida em que líderes tanto dos EUA, quanto da China, buscam ainda fazer com que o Donald Trump e Xi Jinping entrem em um acordo. 

No link a seguir, veja a íntegra da entrevista de Matheus Pereira, ao lado de Tarso Veloso, ao Notícias Agrícolas:

>> Nos EUA, produtor de soja perde R$ 1 mil por hectare com guerra comercial

Preços e negócios no Brasil

No mercado nacional, a formação dos preços da soja teve como foco principal a movimentação cambial. O dólar superou os R$ 4,00 e acumulou um ganho de 4,85%, fechando com R$ 4,1044 nesta sexta-feira. O maior combustível para a subida da divisa foi o cenário da corrida presidencial no Brasil, com Lula, mesmo preso, liderando as pesquisas. 

"A torcida do mercado continua pesando a favor do Alckmin. Isso quer dizer que ainda tem espaço para o dólar piorar", afirmou o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco Lima Gonçalves à Reuters, ao justificar que muitos investidores foram às compras durante a tarde para se proteger no final de semana.

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Assim, os preços da soja no Brasil continuam sendo sustentados, com indicativos acima dos R$ 90,00 por saca para o produto disponível, o que tem ajudado a manter também o bom ritmo dos negócios. Para a soja da safra nova, o fluxo é um pouco mais lento e os produtores esperam por referências melhores. 

Nesta sexta, em Paranaguá, o spot fechou com R$ 92,00 por saca e alta de 1,10%, enquanto o fevereiro/19 permaneceu nos R$ 86,00. Já em Rio Grande, R$ 92,00 no disponível e R$ 92,50 para setembro/18. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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