Apesar da queda do dólar, soja disponível sobe 2% em Paranaguá nesta 6ª e bate R$ 100/sc

Publicado em 14/09/2018 17:17

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A sexta-feira (14) foi de alta aos preços da soja praticados no Brasil. No Porto de Paranaguá, a saca disponível subiu 2,04% e fechou o dia a R$ 100,00. Em Rio Grande, a saca disponível registrou alta de 0,32% e terminou a semana a R$ 93,30. O futuro, para entrega em outubro/18, acumulou ganho de 0,53%, com a saca a R$ 94,00, segundo levantamento do Notícias Agrícolas.

Já em Ubiratã (PR), a saca apresentou valorização de 1,85% e fechou o dia a R$ 82,50. Na região de Pato Branco (PR), o ganho foi de 1,83% e a saca a R$ 83,50. Em Brasília, a saca subiu 1,22% e finalizou a sexta-feira a R$ 83,00.

As cotações subiram no final dessa semana, apesar da queda observada no dólar. A moeda norte-americana encerrou o dia a R$ 4,1667 na venda, com perda de 0,69%. Contudo, na semana, a valorização do câmbio ficou em 1,52%.

"O dólar fechou a sexta-feira em queda, com movimento de correção depois de encostar em 4,20 reais e bater nova máxima recorde de fechamento na véspera, mas sem abandonar o noticiário que tem mantido a cautela eleitoral como pano de fundo", reportou a agência Reuters.

Em recente entrevista ao Notícias Agrícolas, o consultor de mercado da Carlos Cogo Consultoria Agroeconômica, Carlos Cogo, novas altas ainda podem ocorrer entre os meses de outubro e novembro. "Teremos uma escassez interna e mantemos o bom ritmo de exportação, os prêmios voltaram a subir e temos um dólar acima de R$ 4,10. Teremos um momento de venda física de soja até novembro, o produtor deve fazer médias", alerta.

Outro fator que está no radar dos participantes do mercado é o início da nova safra no Brasil. O Paraná, segundo maior produtor do grão no país, foi o primeiro a começar os trabalhos nos campos.

Diante das chuvas, os produtores paranaenses já semearam 1% da área estimada para o ciclo 2018/19, segundo dados do Deral (Departamento de Economia Rural do Estado). A partir desse sábado (15), os estados de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul também já podem iniciar a semeadura do grão, porém, os agricultores ainda aguardam a consolidação das chuvas.

Bolsa de Chicago

A semana foi de ligeiras perdas aos preços da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). Conforme levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas, as principais posições da commodity acumularam desvalorizações de mais de 1%.

Nesta sexta-feira (14), o pregão foi de volatilidade e os vencimentos da oleaginosa recuaram entre 1,25 e 2,75 pontos. O contrato novembro/18 era cotado a US$ 8,30 por bushel, enquanto o janeiro/19 trabalhava a US$ 8,44 por bushel. O março/19 era negociado a US$ 8,57 por bushel.

De acordo com informações da agência Reuters internacional, as cotações da oleaginosa foram pressionadas pela proximidade de uma grande safra nos Estados Unidos. Ao longo dessa semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) revisou para 127,72 milhões de toneladas a projeção para a safra americana.

O volume ficou acima do indicado no reporte de agosto, de 124,81 milhões de toneladas. O cenário acabou pesando nas cotações da oleaginosa.

"Os preços da soja continuam a sofrer pressão dupla das grandes expectativas de safra dos EUA, agravadas pelas preocupações comerciais com a China", informou o portal Farm Futures.

A possibilidade de negociações entre os Estados Unidos e a China permanecem no radar dos investidores. "O presidente dos EUA, Donald Trump, deu instruções aos assessores para prosseguir com as tarifas de cerca de US $ 200 bilhões a mais de produtos chineses, apesar das tentativas do secretário do Tesouro, Steven Mnuchin, de reiniciar as negociações comerciais com a China, disse uma fonte próxima à decisão", informou a Reuters.

"O maior fator potencial de oscilação do balanço dos EUA é o número de exportações, e qualquer mudança na situação tarifária nos EUA pode sustentar a soja dos EUA", disse Jonathan Lane, diretor comercial da Gleadell em entrevista à Reuters.

Confira como fecharam os preços nesta sexta-feira:

>> SOJA

Plantio de soja 18/19 do Paraná tem início mais precoce em anos em meio a chuvas

Por Roberto Samora

SÃO PAULO (Reuters) - O plantio de soja da safra 2018/19 do Paraná, segundo produtor da oleaginosa no Brasil, teve início nesta semana, marcando o início mais precoce das atividades de semeadura em pelo menos cinco anos, afirmou nesta sexta-feira o Departamento de Economia Rural (Deral), do governo do Estado.

Chuvas que deverão continuar nos próximos dias permitiram o início dos trabalhos no Estado, com produtores vendo condições de umidade favorável para a germinação do grão.

Nos últimos dias, contudo, as mesmas precipitações podem ter prejudicado atividades mais intensas de plantio, disse à Reuters nesta sexta-feira o economista do Deral, Marcelo Garrido.

"Como está chovendo em algumas regiões, é capaz de não ter evoluído muito o plantio, mas a perspectiva é melhor do que na safra passada, quando tivemos um setembro seco", comentou ele.

Até o início da semana, o Deral contabilizava 1 por cento da área plantada no Estado, ante zero na mesma época dos últimos anos pelo menos desde 2013, segundo levantamento feito pela Reuters com base em dados do departamento.

Uma início precoce do plantio da soja é importante para o Estado, que tem semeado cada vez mais milho na segunda safra.

"Ano passado, ficamos até 28 de setembro sem chuva, isso atrasou o plantio e a colheita, e atrasou o plantio da safrinha de milho depois."

Quanto mais cedo o plantio da safrinha, melhor a janela para o desenvolvimento da safra. Se o cereal é plantado mais tarde, fica mais sujeito à falta de chuva ou geadas --este ano, o Estado perdeu bons volumes pela seca.

Em 2018/19, a safra de soja do Paraná está estimada pelo Deral em 19,6 milhões de toneladas, o que seria um crescimento de 3 por cento ante 2017/18, ficando atrás apenas do recorde registrado em 2016/17 (19,9 milhões de toneladas). O Deral projeta o plantio em 5,45 milhões de hectares, com estabilidade ante a temporada passada.

Além de ser favorecido pelo clima, o plantio de soja mais precoce, na comparação com anos anteriores, ocorre após uma determinação fitossanitária no ano passado que autorizou a antecipação dos trabalhos em alguns dias.

"Diante das recentes precipitações, produtores paranaenses, especialmente da região oeste do Estado, estão semeando a oleaginosa “a todo vapor”. Isso porque as previsões indicam chuvas também para os próximos dias...", afirmou o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), em análise nesta sexta-feira.

"O lado ruim é que o recebimento de sementes está atrasado, devido às complicações logísticas no Brasil", acrescentou o Cepea.

Segundo o Deral, os produtores do sudoeste do Estado são os próximos a começar os trabalhos, que já tiveram seu início em Cascavel e Toledo (oeste).

"Conforme vai andando com a colheita do trigo, vai andando com o plantio da soja, a perspectiva é boa, deu para recuperar o déficit hídrico, e alguns institutos afirmam que teremos El Niño, quando chove mais no Sul."

A expectativa é de mais de 50 milímetros de chuvas no Paraná do dia 15 até o final do mês, com precipitações na maior parte das regiões.

As chuvas também começam a chegar ao Mato Grosso, que lidera na produção de soja no Brasil, mas os volumes serão um pouco menores no mesmo período, embora algumas áreas como o norte do Estado devam receber cerca de 50 milímetros.

MATO GROSSO

Em Mato Grosso, o vazio sanitário para plantio --como forma de evitar uma disseminação maior do fungo da ferrugem asiática-- termina no sábado.

"Então, a partir do dia 16 é possível plantar. O que já deve estar ocorrendo são preparos de solo pré-plantio", afirmou o superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca.

Ele explicou que os produtores, em geral, aguardam maiores volumes de chuvas para iniciar os trabalhos, destacando que aqueles que "começam cedo são os que terão de plantar algodão".

De acordo com a última pesquisa do Imea, publicada em maio pelo órgão ligado ao setor produtivo, o Mato Grosso deverá semear uma área recorde com a oleaginosa na safra 2018/19, a 9,58 milhões de hectares, aumento de 1,22 por cento sobre o atual ciclo 2017/18.

A safra está estimada em 32,32 milhões de toneladas.

Mato Grosso e Paraná têm respondido por mais de 40 por cento da safra do Brasil, o maior exportador global da oleaginosa.

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Tags:
Por:
Fernanda Custódio
Fonte:
Notícias Agrícolas/Reuters

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