Soja: Demanda forte nos EUA se destaca e Chicago fecha com forte alta

Publicado em 20/09/2018 17:54

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Uma composição de otimismo em relação à guerra comercial entre China e Estados Unidos com boas notícias da demanda pela soja norte-americana resultou em um fechamento positivo e forte para os preços da commodity na Bolsa de Chicago. 

Os futuros da oleaginosa encerraram o pregão subindo entre 19,50 e 20,25 pontos, levando novembro a US$ 8,50 e o março/19, que é referência para a safra brasileira, a US$ 8,77 por bushel. As referências são as melhores em semanas, depois de o mercado testar, nos últimos dias, suas mínimas em dez anos. 

Essas novas mínimas que vêm sendo testadas pelo mercado têm atraído boa demanda pela soja norte-americana e, mesmo sem as compras da China, os números seguem fortes, com participações mais expressivas, principalmente, do México e da União Europeia, como explicou o analista de mercado da Safras & Mercado, Luiz Fernando Gutierrez. 

Os números das vendas semanais norte-americanas para exportação reportados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) deu força ao mercado, uma vez que mostrou o total de 917,6 mil toneladas. O volume ficou ligeiramente acima das expectativas do mercado, que variavam de 400 mil a 900 mil toneladas. 

O maior demandador foi o México, que respondeu pelas compras de 165,6 mil toneladas do volume total. 

O volume foi bem recebido pelo mercado, uma vez que, mesmo sem a China, os EUA conseguem atrair outros compradores - em partes por seus preços mais baixos e pela falta de oferta suficiente para todos na América do Sul - e garantir boas vendas. 

"As próximas semanas serão assim, com muitos garantindo produto dos EUA. Até porque, se a guerra comercial continua, a China toma toda a soja da América do Sul e sobra pouco para os demais compradores", diz Steve Cachia, diretor da Cerealpar e consultor do Kordin Grain Terminal, de Malta. 

No acumulado do ano comercial, as vendas norte-americanas da safra 2018/19 totalizam 17,932,3 milhões de toneladas. O USDA estima que as vends totais desta temporada sejam de 56,07 milhões de toneladas. 

Entretanto, ainda como explicou Gutierrez, essa ainda não é uma força capaz de promover ao mercado uma alta muito consistente, uma vez que os preços da soja seguem pressionados ainda pela chegada de uma safra grande e recorde sendo colhida nos Estados Unidos e pela falta de um acordo entre China e Estados Unidos. 

"E somente com um acordo é que os preços poderiam ganhar mais força e voltar a trabalhar nos US$ 9,00 e acima disso", diz. "Mas, parece estarmos cada vez mais longe de um acordo" disse o analista, mesmo com as especulações sobre mais negociações que deram impulso aos preços nesta quinta-feira. 

Para o economista e analista de mercado Camilo Motter, da Granoeste Corretora de Cereais, há dois sentimentos sendo digeridos pelos participantes do mercado neste momento.

"Vejo duas linhas diferentes. Uma que fala da possibildiade de retomada das conversas, e outra que diz que a guerra comercial entre EUA e China está criando um sentimento de que não terá resultados tão negativos como previamentepensado", diz.

Mercado Brasileiro

Tais altas em Chicago foram, como eventualmente acontece, neutralizadas pela baixa do dólar frente ao real nesta quinta-feira e os preços acabaram ficando praticamente estáveis em todo o Brasil, tanto nos portos, quanto no interior do país. 

Ainda assim, Rio Grande registrou alta de 0,85% no disponível, para R$ 94,50, e de 1,05% no outubro, para R$ 96,00 por saca. Em Paranaguá, estabilidade nos R$ 98,00 pra o disponível e nos R$ 87,00 para a safra nova.

Os negócios, porém, seguem mais aquecidos e fluindo melhor para o produto disponível neste momento. A demanda forte mantém os prêmios acima dos US$ 2,40 para as posições mais próximas de entrega e, na última semana, o indicativo no porto paranaense chegou a bater nos R$ 100,00 por saca. 

Em contrapartida, os negócios da safra 2018/19 de soja estão bastante travados neste momento no Brasil em função de uma série de incertezas que ronda a formação dos preços neste momento. 

Entre eles, o câmbio e o tabelamento dos fretes preocupam e os prêmios que têm sido oferecidos para o produto da nova temporada chamam a atenção, uma vez que chegam a apresentar até mais de um dólar de diferença para menos, o que deixa os produtores ainda mais reticentes na hora da venda.

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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