EPAMIG desenvolve soja convencional, transgênica e para alimentação humana com alta tecnologia

Publicado em 13/11/2018 15:55
Foram desenvolvidas mais de 30 novas cultivares, entre convencionais, transgênicas, especiais para alimentação humana, resistentes a nematoide de cisto e resistentes a ferrugem asiática

Desde que iniciou o Programa de Pesquisa de Soja, em parceria com a Embrapa, no ano de 1974, e mais tarde com a Fundação Triângulo, a EPAMIG Oeste contabiliza grandes conquista para o Cerrado Mineiro. Foram desenvolvidas mais de 30 novas cultivares, entre convencionais, transgênicas, especiais para alimentação humana, resistentes a nematoide de cisto e resistentes a ferrugem asiática. O trabalho com soja, desenvolvido no Campo Experimental Getúlio Vargas, resultou num aumento de 200% da produtividade média e revolucionou a sojicultora com conquistas importantes:

Lançou a variedade de soja “Conquista”, em 1995, que já ocupou mais de três milhões de hectares cultivados comercialmente, no Brasil e países da América latina;
Em 1997 lançou a 1ª cultivar de soja brasileira resistente ao nematoide de cisto;
Em 2005 lançou a 1ª variedade de soja transgênica brasileira;
Lançou em 2008 a 1ª cultivar de soja especial para alimentação humana (BRSMG 790A - “Soja de Minas”), adaptada ao Cerrado;
Em 2011, a empresa lançou a soja de coloração marrom para alimentação humana (BRSMG 800A -“Soja de Minas”), que conquistou o 1º lugar, em 2012, no Prêmio Inovação Tecnológica do Fórum Nacional de Alimentação Escolar, na FERNEC – Federação Nacional das Empresas de Alimentação Coletiva – São Paulo - SP.
Em 2015, foi lançada a terceira cultivar especial para alimentação humana, a BRSMG 715ª, de tegumento preto. Com um ciclo mais curto que as anteriores, ela é considerada muito mais macia e saborosa.
As cultivares com tegumento amarelo e marrom para alimentação humana, avaliadas numa pesquisa de mercado, tiveram 90% de aceitação, devido ao sabor mais suave, aparência e maciez. A cultivar preta não foi testada.

Soja convencional – A EPAMIG Oeste contribuiu com o desenvolvimento do setor agrícola, especialmente pelos avanços obtidos no melhoramento genético da soja convencional. Estes avanços serviram de base para inserção dos novos genes que resultaram nas variedades transgênicas.

Cultivar aprovada - A soja convencional ‘Conquista’ foi a grande contribuição da empresa para o agronegócio brasileiro.  Ela foi lançada em 1995 e continua em cultivo até hoje. São 23 anos de mercado, contrariando os dados estatísticos que mostram vida útil das variedades de soja, atualmente na faixa de cinco anos. Em nenhum lugar do mundo uma variedade de soja atingiu área tão extensa como a ‘Conquista’ ocupou no Brasil, cultivada de Norte a Sul do país. Ela também rompeu fronteiras com lavouras implantadas na África, América do Sul e Cuba. Tornou-se referência em genética para os pesquisadores devido a sua produtividade e resistência a doenças. A variedade contribuiu como doadora de genes que, hoje, estão em muitas variedades de sucesso. Há mais de uma década a soja ‘Conquista’ vem servindo de matéria prima para produção de um suco a base de soja vastamente consumido no Brasil.

Retorno da soja convencional - Depois de perder mercado para a soja transgênica no território nacional, a soja convencional volta a ocupar mais espaço nas lavouras do Brasil. A expectativa para este ano é a área de plantio aumentar 2% e chegar a 4% seguindo, principalmente, a demanda do mercado internacional, já que a Europa não abre mão dos produtos convencionais.

Nova tecnologia - Uma nova cultivar desenvolvida pela antiga parceria Embrapa, EPAMIG e Fundação Triângulo está sendo multiplicada para entrar no mercado em 2019. A cultivar, que ainda é uma linhagem, é precoce, com ciclo de 110 dias, crescimento indeterminado e com potencial de rendimento para ultrapassar 100 sacas por hectare. Trata-se de uma soja convencional com rendimento de grãos no mesmo patamar das melhores variedades transgênicas.

Soja ideal para cada clima – O Zoneamento Agroclimático do Estado de Minas Gerais para a Produção de Semente de Soja, desenvolvido em parceria com a Embrapa Soja e o Instituto Federal do Triângulo Mineiro (IFTM), aponta quais as regiões mais favoráveis, medianamente favoráveis e pouco favoráveis em produtividade para a produção de sementes de elevada qualidade. O trabalho delimitou o mapa climatológico do estado em três regiões. Na área mais favorável para produção de sementes de soja de alta qualidade estão as regiões do Alto Paranaíba, parte do Triângulo Mineiro, parte do Noroeste de Minas, Sul de Minas, Centro-Oeste e parte central do estado. Toda esta área apresenta temperaturas mais amenas, menores que 23,5 ºC, associadas com condições climáticas secas nas fases de maturação e de colheita.

Dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (SEAPA-MG) comprovam o potencial dessas regiões. O Noroeste de Minas foi a região que mais produziu em 2017, com 1.771.845 toneladas, seguida pelo Triângulo Mineiro, com 1.634.601, e Alto Paranaíba, com 1.063.685. As cultivares de soja adaptadas às condições edafoclimáticas dessas regiões, adotadas pelos produtores, são desenvolvidas pela EPAMIG Oeste no Campo Experimental Getúlio Vargas (CEGT). A empresa produz sementes de alta qualidade física e fisiológica, que são recomendadas aos produtores dependendo da condição climática e da região, podendo alcançar ganhos de produtividade variando de 5% a 15%. Além da alta produtividade, elas são resistentes a doenças. É o caso da cultivar MG/BR 46 Conquista, lançada em 1998, que se tornou a soja mais plantada em Minas Gerais, Goiás e São Paulo no começo dos anos 2000. Ela também foi cultivada na Bolívia e testada no Chile, em Cuba e na Rússia.

Análises precisas - Um importante trabalho realizado na EPAMIG Oeste, a partir da pesquisa de Zoneamento Agroclimático e desenvolvido no Laboratório de Análise de Sementes (LAS), é a análise de amostras de sementes. O material chega de várias regiões de Minas Gerais e de outros estados para recomendação de plantio. Quando a semente não é recomendada para determinada região é feita uma observação orientando o produtor a utilizar uma cultivar indicada pela pesquisa. Assim, a cultivar de soja a ser plantada deverá seguir as recomendações das instituições detentoras para o cultivo e inscritas no programa Zoneamento Agrícola da Soja. Os serviços de análises da EPAMIG Oeste podem ser solicitados por meio de contato com a Unidade, no CEGT/LAS: (34) 3317-7600 / 7624 / 7642.

Avanço para prevenir Soja Louca II – Uma pesquisa realizada na EPAMIG Oeste, em parceria com Embrapa Soja, constatou que feijão e algodão, além de quatro plantas daninhas (trapoeraba, agriãozinho-do-pasto, cordão-de-frade e caruru) são hospedeiros do nematoide Aphelenchoides besseyi causador da Soja Louca II. O estudo constatou que os nematoides sobrevivem de uma safra para outra porque estão se alimentando e multiplicando nessas plantas e que elas são fonte de inoculo para a próxima safra. Também buscou cultivares de soja mais sensíveis ao nematoide. Das 64 avaliadas, 62 apresentaram maior intensidade de sintomas e nenhuma delas mostrou-se resistente ao nematoide.

A doença ataca em regiões com temperatura e umidade elevadas e constantes. Pode causar reduções de até 100% na produtividade, pois leva ao abortamento das vagens, enrugamento e escurecimento das folhas. Muitas vezes provoca a indução de uma nova floração e sintomas de super brotamento. Um dos fatores que pode ter favorecido seu ataque nas regiões mais atingidas foi o excesso de chuvas. Lavouras do Maranhão, Tocantins, Pará e Mato Grosso foram prejudicadas. A incidência nesses estados diminuiu, na ultima safra, em função de um rigoroso manejo de plantas daninhas em pós-colheita, da dessecação antecipada e de controle em pós-semeadura, nos diversos sistemas de produção da soja, além da adoção de cultivo de milho em sucessão à soja.

Novos rumos - Finalizada a parceria do Programa de Soja, em 2015, a EPAMIG Oeste continua desenvolvendo trabalhos com a oleaginosa. Hoje a pesquisa sobre novas cultivares para alimentação humana continua, a partir do projeto “Desenvolvimento e avaliação tecnológica em linhagens de soja com características especiais para a alimentação humana”, iniciado em janeiro de 2017. O estudo utiliza o material genético que já estava no campo.

Projetos em andamento: Projetos de pesquisa da EPAMIG Oeste sobre a soja garantem mais tecnologia para esta grande cultura e fortalece a produção brasileira de grãos. Confira os trabalhos em andamento:

1. Seleção de genótipos de soja para qualidade de sementes quanto a maior tolerância à deterioração no campo.
2. Desenvolvimento de cultivares de soja para os diversos sistemas de produção visando a sustentabilidade do agronegócio brasileiro.
3. Nematóides (soja louca). EPAMIG/EMBRAPA Soja.
4. Avaliar a eficiência da co-inoculação nos parâmetros de nodulação e produtividade da soja.
5. Desenvolvimento e avaliação tecnológica de linhagens de soja com características especiais para alimentação humana.

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Fonte:
Epamig Oeste

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