Soja: Prêmios no Brasil cedem mais de 20% nesta 6ª feira e travam ainda mais negócios no BR

Publicado em 14/12/2018 17:38

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A semana foi intensa e volátil para os preços da soja no mercado internacional e o balanço foi negativo para as cotações na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa terminaram a sessão desta sexta-feira (14) com perdas de mais de 6 pontos entre os principais vencimentos e, no saldo semanal, o janeiro ficou com perda de 1,75% e valendo US$ 9,00 por bushel, enquanto o maio recuou 1,49%, para fechar em US$ 9,26. 

Durante os últimos dias, a guerra comercial entre China e Estados Unidos se manteve sob os holofotes do mercado e as novidades vieram com as notícias de que a China voltou a comprar, em partes, soja nos EUA. A estatal Sinograin comprou pouco mais de 1 milhão de toneladas e o total adquirido poderia chegar, segundo especulações, a até 5 milhões de toneladas. 

Essas primeiras compras, porém, acabaram frustrando os traders, que já haviam embutido nos preços pequenas aquisições como estas - dadas as sinalizações de líderes tanto de Washington quanto de Pequim - e os efeitos sobre os preços foram limitados. Assim, depois de baterem em seus melhores níveis dos últimos seis meses, as cotações vieram corrigindo alguns ganhos até fecharem nestes patamares. 

As compras acabaram sinalizando somente que China e Estados Unidos estariam, finalmente, mais próximos de firmar um acordo, e trazer ao mercado notícias mais concretas sobre o consenso a que chegariam. E isso depende, como explica o analista de mercado Matheus Pereira, da ARC Mercosul, de um encontro presencial entre os dois presidentes. 

"Devemos esperar um novo encontro que está previsto para acontecer no começo de 2019, em Washington, de onde poderá vir um cenário mais concreto, mais palpável sobre onde poderá chegar essa guerra ou conciliação", diz Pereira. 

Dessa forma, o que o mercado observa agora é o futuro dessas tarifas sobre a soja americana impostas pela China e o impacto que ainda exercerão sobre a dinâmica do comércio global de soja. Fato é, que até o final desse episódio, os estoques finais mundiais de soja vêm subindo consideravelmente, como explica o também analista da ARC, Cristiano Palavro, ainda mantendo as cotações na CBOT pressionadas. 

"Desde maio, o USDA já ampliou os estoques mundiais em 30 milhões de toneladas. Temos um cenário fundamental de pressão para os preços, e com isso, as altas que poderiam vir com a queda das tarifas podem não ser tão altas assim", explica o executivo. 

Preços no Brasil

Nesse ritmo e com esses dados, aliados à proximidade da chegada da nova safra do Brasil e de toda a América do Sul, os prêmios e preços para a soja no mercado nacional também sentem uma pressão maior e já recuam de forma significativa. Se os compradores não têm grande apetite pela oleaginosa neste momento, os vendedores também seguem retraídos e evitando novas operações. 

Somente nesta sexta-feira, os prêmios ofertados para a soja no porto de Paraguá perderam mais de 20% e têm variado, entre as principais posições de entrega, entre 30 e 50 cents de dólar sobre os preços observados na Bolsa de Chicago. 

Com isso, e um dólar bastante volátil também neste momento, com os investidores dividindo seus olhares entre o cenário internacional e o início do novo governo brasileiro, a comercialização da safra 2018/19 já entrou em ritmo de final de ano, com ainda mais cautela por parte dos sojicultores. Sua postura, segundo analistas e consultores, é acertada e a orientação é de que fiquem atentos às oportunidades pontuais que possam surgir a partir desse momento. 

No porto de Rio Grande, somente nesta semana, as referências para o disponível e para janeiro/19 fecharam com R$ 80,50 por saca, e uma baixa acumulada de 2,19%. 

E Palavro alerta. "O cenário para 2019 é um cenário complicado, diferenciado. Com essas mudanças de governo, a guerra comercial tem pontos mais conflitantes do que normalmente. Então, proteção é a chave para isso, temos que ter uma estratégia segura, para passar 2019 com boas margens, sem trazer qualquer problema para a atividade econômica do produtor e dos compradores de grãos". 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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