Argentina: últimas chuvas trazem bons panoramas para soja e milho, mas há alertas

Publicado em 07/03/2019 09:59

Um presente final para os cultivos em grande parte da região agrícola núcleo, mas também um alerta por situações de excessos hídricos que poderiam atrasar a colheita onde já havia iniciado. Essa é a situação atual da safra de verão na Argentina perante as chuvas do último final de semana.

Essas chuvas ocorreram sobre grande parte de Buenos Aires, Córdoba, Santa Fe e parte de Entre Ríos, com registros que chegaram a superar os 100mm em alguns pontos. Para a soja e o milho em desenvolvimento, esse volume veio para terminar de consolidar boas produções.

A nível país, a Bolsa de Cereais de Buenos Aires (BCBA) prevê uma colheita de soja de 53 milhões de toneladas, uma recuperação após os 35,1 milhões de toneladas do ano passado, por conta da seca. Neste cultivo, houve uma variabilidade climática importante na safra, com fenômenos que foram desde episódios de granizo, seca a alagamentos, entre outros, que também serão refletidos nos rendimentos, segundo a entidade. Contudo, o panorama, em geral, é bom.

Para o caso do milho, a colheita já se iniciou em setores do sudeste de Córdoba e centro-sul de Santa Fe, além de dar seus primeiros passos no norte de Buenos Aires, com rendimentos com picos de 13000kg por hectare e, em alguns lugares, de 17000kg por hectare. A colheita deve ser de 45 milhões de toneladas para o grão comercial, muito acima das 31,7 milhões de toneladas colhidas na safra passada e do recorde anterior de 39,8 milhões de toneladas, na safra 2016/17.

"Foi uma boa chuva para completar o enchimento de grãos no milho e na soja de segunda etapa, ajudando os rendimentos especialmente onde se necessitava. É um bom evento do ponto de vista regional para consolidar a produção esperada, embora haja alguns excessos em Córdoba e Santa Fe", apontou Pablo Mercuri, diretor do Centro de Pesquisa de Recursos Naturais do Instituto Nacional de Tecnologia Agropecuária (INTA) da Argentina.

Mercuri disse que havia alguns lugares com pouca água, como no oeste de Buenos Aires e sudoeste de Córdoba. Não era uma situação de seca, mas uma situação de déficit hídrico no perfil por chuvas menores do que a média de fevereiro.

A respeito dos locais com excessos hídricos, o técnico Cristian Bianchi contou que, no centro de Santa Fe, foram acumulados 300mm na última semana.

Na opinião de Esteban Copati, chefe de Estimativas Agrícolas da Bolsa de Cereais de Buenos Aires, pode-se esperar uma produção boa de soja após as últimas chuvas, mas "há alertas", já que, para a soja em desenvolvimento, o padrão úmido pode implicar em algumas doenças que recortam produtividades, bem como o excesso de umidade pode afetar a colheita. Embora seja prematuro afirmar, esse cenário poderia inclusive afetar a qualidade.

Por sua vez, a soja de segunda etapa corre riscos de sofrer o impacto de geadas precoces no sul de Buenos Aires, como ocorreu na semana passada.

Tradução: Izadora Pimenta

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Fonte:
La Nación

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