Mercado brasileiro da soja deve ter nova semana de poucos negócios

Publicado em 22/04/2019 10:26

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O mercado internacional da soja retomou seus negócios neste início de semana ainda bastante estável e sem grandes mudanças. Caminhando de lado, a pouca movimentação dos futuros da oleaginosa também deverá manter os negócios ainda escassos no mercado brasileiro, segundo analistas e consultores. 

Como explica o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, a comercialização brasileira da soja deverá continuar acontecendo "a conta-gotas" na medida em que não vê novidades vindas da Bolsa de Chicago. 

"E isso somente irá mudar se tivermos alguma novidade vinda de Chicago, como uma alta, que por enquanto não está sendo prevista, ou mais avanço no dólar. Isso sim poderia trazer mais negócios", diz. E o consultor completa dizendo que um recuo expressivo na moeda americana pode deixar os novos negócios ainda mais escassos. "Vamos ver retração das ofertas e assim negócios escasseando", conclui. 

Ainda segundo o consultor, no período de finalização da colheita é sazonalmente normal que o produtor segure um pouco mais suas ofertas, esperando ajustes mais adiante, com melhores oportunidades de vendas. De acordo também com analistas e consultores, já há pouco mais de 50% da safra 2018/19 de soja do Brasil comercializada. 

Números da AgRural mostram que a colheita da soja no Brasil foi concluída em 92% da área até a última quinta, avançando 4 pontos percentuais na semana. Ainda segundo a empresa, o que limita um pouco o avanço dos trabalhos de campo são as chuvas um pouco mais frequentes no Rio Grande do Sul neste momento. 

"No Rio Grande do Sul, as chuvas registradas nesta semana deixaram o ritmo um pouco mais lento, mas as produtividades seguem agradando. No Matopiba, o tempo mais firme desta semana favoreceu o avanço das colheitadeiras. Nesta reta final, a preocupação dos produtores da região (Matopiba) é com áreas que receberam muita chuva no início de abril, quando estavam entrando em maturação. O receio é de que, agora, na colheita dessas áreas, surjam problemas de qualidade causados por aquelas precipitações", traz o boletim da AgRural. 

Um levantamento do Cepea mostra que, na semana que passou, os preços da soja subiram no Brasil ligeiramente, no entanto, ainda marcam as menores médias mensais desde janeiro. 

"Isso se deve à menor procura de indústrias brasileiras, uma vez que grande parcela tem garantido os lotes por contrato a termo e negociado poucos volumes no spot. Além disso, as aquisições são para consumo a médio prazo, visto que agentes esperam preços menores", explicam os pesquisadores do Cepea.

Na última quinta (18), o indicador ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá registrou uma alta de 0,2% para chegar a R$ 76,66/saca. 

E nesta segunda-feira (22), além das pequenas baixas registradas na Bolsa de Chicago - que eram de pouco mais de 3 pontos nos principais contratos, por volta de 9h40 (Brasília), o dólar também trabalhava em queda frente ao real. Perto de 10h20, a divisa recuava 0,22% para R$ 3,921. 

Para o mercado financeiro brasileiro, a semana começa, mais uma vez, como foco na reforma da Previdência e, mais especificamente, nas articulações políticas que são necessárias para efetivá-la. A expectativa maior é para sua votação na CCJ (Comissão de Cidadania e Justiça), que está marcada para amanhã. 

Além disso, outro ponto de atenção é a nova ameaça de greve por parte dos caminhoneiros, que começou a ser especulada depois do último aumento do diesel. Na tarde de hoje, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, se reúne com a CNTA (Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos) como forma de alinahr um acordo entre o governo e o setor para evitar uma nova paralisação. 

Um dos líderes dos motoristas de caminhão teria dito que o principal pleito da categoria continua sendo a necessidade de se fazer valer o piso mínimo do valor dos fretes em três dias, no máximo, valendo a partir da reunião desta segunda-feira ou que seja reduzido o valor do diesel. 

Como explica o diretor da ARC Mercosul, Matheus Pereira, é natural que os preços em reais por saca estejam, de fato, mais pressionados neste momento em função desse maior volume disponível de soja logo após a colheita no Brasil. 

"Então, hoje, realmente, não é um momento de venda. Cabem novas altas assim que o mercado digerir toda essa disponibilidade de soja hoje no Brasil e começar a colocar esse produto nos portos para ser exportado", diz. 

Entretanto, Pereira orienta ainda para que o produtor esteja atento às inúmeras ferramentas de comercialização disponíveis atualmente, travando Chicago, dólar, prêmios, buscando aquilo lhe seja mais adequado de acordo com sua realidade e com a realidade do mercado de sua região. 

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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