Sojicultores do BR e dos EUA atentos e ansiosos para o encontro de Trump e Xi no sábado

Publicado em 27/06/2019 18:09

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Embora o mercado já esteja saturado pela guerra comercial entre China e Estados Unidos e pelos inúmeros rumores não confirmadas dos últimos meses, um novo encontro entre Donald Trump e Xi Jinping durante a reunião do G20 que começa nesta sexta-feira, 28 de junho, em Osaka, no Japão, atrai muita atenção. As negociações foram paralisadas há mais de um mês depois que os americanos aumentaram as tarifas sobre produtos chineses e foram retaliados. 

A conversa entre Trump e Xi deve acontecer no sábado (29) e as expectativas são grandes. Ainda assim, o presidente americano sinalizou a possibilidade de subir mais 10% as taxas sobre importações da nação asiática. Ele ressaltou, porém, que sua decisão final dependerá do resultado do encontro deste final de semana. 

Embora a guerra comercial já tenha tomado perfil de um conflito muito mais geopolítico e com a tecnologia em foco, o agronegócio também está no coração das conversas - e segundo especialistas, nesse caso, o acordo já estaria quase 100% concluído - e foi um dos setores mais afetados. 

Assim, as especulações são crescentes e as expectativas, principalmente, por parte dos produtores norte-americanos, também. Afinal, o maior comprador de alimentos do mundo está praticamente fora do mercado do EUA e, somente na soja e na carne suína, as compras chinesas caíram 55,3% no acumulado dos primeiros cinco meses de 2019, de acordo com dados do Ministério da Agricultura da China. 

Ainda de acordo com publicações internacionais, Pequim estaria utilizando os itens agrícolas como ferramenta de negociação com Washigton conhecendo tamanha importância de sua demanda para os americanos. 

Os Estados Unidos carregam estoques historicamente altos de soja depois de verem suas exportações para a nação asiática recuaram substancialmente. Neste ano, as aquisições do produto americano foram 70,6% menores, ainds segundo informou o ministério. De janeiro a maio deste ano, as vendas foram de 6,9 milhões de toneladas, 20 milhões a menos do que no mesmo intervalo de 2018. 

E para analistas e consultores brasileiros, o encontro acontece, mas um acordo ainda não é uma realidade muito próxima. "A reunião entre Trump e Xi Jinping está confirmada. Mesmo com um acordo ainda improvável no curto prazo, cresce a expectativa de que as conversas venham a ser retomadas', diz a consultoria ARC Mercosul.

Há ainda, também entre os especialistas internacionais, quem acredite que os dois países poderiam firmar até mesmo uma trégua antes da reunião, segundo a publicação asiática South China Morning Post. 

Enquanto isso não acontece ou um acordo não é estabelecido, a demanda chinesa, por soja principalmente, segue focada no mercado do Brasil. No ano passado, a nação asiática importou mais de 66 milhões de toneladas de soja brasileira, 30% a mais do que no ano anterior. 

Em todo o acumulado de 2019, os embarques brasileiros da oleaginosa já somam mais de 42 milhões de toneladas, superam o total do mesmo período de 2018 e o maior volume tem como destino principal a China. 

Tal demanda tem promovido uma importante manutenção dos prêmios pagos sobre o produto do Brasil - que ainda atuam na casa dos 100 a 105 pontos nas principais posições de entrega -, bem como criado oportunidades importantes para o sojicultor brasileiro, que tem se consolidado cada dia mais como o principal exportador de soja do mundo. 

E é por tudo isso que produtores americanos e brasileiros estarão nesta sexta-feira com suas atenções divididas entre os novos números do USDA e as notícias que começam a chegar do G20. No sábado, olhos e ouvidos voltados para Osaka e no que decidiram - ou decidiram decidir - Donald Trump e Xi Jinping. 

Leia mais:

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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1 comentário

  • Augusto Mumbach Goiânia - GO

    Pergunto aos entendidos de mercado de soja: Essa briga dos EUA e a China fazem a soja subir no Brasil? Porque não tenho percebido isso. Observei no ano passado. Continuamos nos baseando na bolsa de Chicago na hora de vender soja (o que de certa forma até traria uma baixa do preço da soja por causa da briga). Lembrando ainda que os compradores são, em sua maioria, empresas dos EUA.

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