Aprosoja se posiciona contra Moratória do Cerrado e divulga "A Carta de Palmas"

Publicado em 23/07/2019 09:50

Produtores rurais e entidades signatárias deste documento realizaram no município de Palmas (TO), no dia 15 de julho de 2019, o Seminário Soja Responsável – Produzindo Soja com Sustentabilidade. O evento foi uma realização da Aprosoja Brasil em parceria com as Aprosojas Tocantins, Mato Grosso, Goiás, Maranhão, Piauí e Bahia e com a Secretaria de Agricultura do Estado. Participaram do evento produtores rurais da região do Cerrado, pesquisadores e autoridades do legislativo e executivo estadual e federal.

O objetivo foi afirmar e promover a sustentabilidade da soja brasileira, em especial da região do MATOPIBA (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia), por meio de um debate transparente com a participação dos atores públicos e privados da cadeia da soja.

O evento é uma resposta à ofensiva recente de ONGs e membros da cadeia europeia importadora de soja, consolidada na Declaração de Roterdã, bem como declaração da empresa Cargill, que investirá US$ 30 milhões para evitar o desmatamento do bioma Cerrado na região do MATOPIBA.

A partir das informações agregadas pela Embrapa Territorial durante o evento, se evidenciou que aproximadamente 30% do Matopiba é destinado à preservação da vegetação nativa dentro das propriedades rurais. Somado a isso, cerca de 10% dessa área é protegida por lei por meio de Unidades de Conservação e Terras indígenas. Significa que 40% deste território já está, de alguma forma, protegido ou preservado pelas leis e pelo código florestal brasileiro. Desta forma, ficou claro que:

  1. A moratória da soja nada teve a ver com a queda do desmatamento no Brasil, que se intensificou a partir de 2004, antes da moratória, e se consolidou com níveis próximos a zero após o início da discussão do novo código florestal e sua promulgação;
  2. Trata-se (a moratória) de peça publicitária internacional que prejudica muito a imagem dos sojicultores brasileiros, indo na direção oposta ao que o atual Governo Federal intenta fazer, que é promover a sustentabilidade do Agro nacional no exterior;
  3. O Cerrado brasileiro não está ameaçado de acabar e a soja não é fator relevante de desmatamento, nem neste bioma, nem no bioma amazônico;
  4. O Cerrado do MATOPIBA está 72% preservado, sendo que a agricultura ocupa apenas 5% de sua área, enquanto que a soja abrange 3% da área originalmente ocupada pelo bioma na região;
  5. Portanto, a área de soja no Cerrado do MATOPIBA pode dobrar sem ameaçar a preservação do bioma, ao contrário do que vociferam europeus e suas ONGs.

Como encaminhamento, os participantes do evento se dirigem ao poder público nacional e internacional, instituições financeiras, traders e empresas que adquirem soja do Brasil, bem como instituições financeiras, para dizer que:

  1. O discurso de que os produtores de soja colocam em risco a preservação do meio ambiente no Brasil é um discurso irresponsável e desprovido de argumentos válidos;
  2. A soja brasileira é a mais sustentável do mundo, seja devido às boas práticas agrícolas, seja porque o sojicultor brasileiro é o único no mundo que preserva vegetação nativa em suas propriedades, carregando um custo de toda a sociedade, sem perder competitividade;
  3. A produção de soja pode e irá crescer na região do MATOPIBA, dentro da legalidade, podendo dobrar sua área sem ameaçar a vegetação nativa;
  4. Os produtores de soja brasileiros são em sua totalidade contra o desmatamento ilegal;
  5. Os produtores de soja não negociam com organizações não-governamentais;
  6. Conclamamos todos os que desejam promover esforços e recursos para a manutenção da sustentabilidade dos produtores de soja brasileiros que se unam aos signatários deste documento para contribuir com os projetos de sustentabilidade dos produtores e oficiais, tais como:
  • Soja Plus – projeto nos estados do MATOPIBA (através das Aprosojas estaduais);
  • Projeto para a cadeia da soja do ativo florestal da Embrapa Territorial (recursos privados);
  • Projeto de promoção da sustentabilidade da soja nos países europeus que compõe a declaração de Roterdã.

Assista: Sojicultores do Matopiba divulgam " A Carta de Palmas" e se posicionam contra nova tentativa de inviabilizar produção no Cerrado

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Fonte:
Aprosoja Brasil

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4 comentários

  • Virgilio Andrade Moreira Guaira - PR

    Näo haverá moratoria nenhuma... Quem manda aqui somos nós.. Fim de papo. Aliás, papo cansativo, coisa de eco chatos.

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  • Marcos Gomes Várzea Grande - MT

    Os produtores que ainda não fazem de forma efetiva uma gestão de compliance ambiental em suas propriedades ficam reféns dessas situações internacionais de pressão. Devem iniciar já isso, pois assim ganham competitividade, com possibilidades de expansão, como foi mencionado na matéria, uma vez que após os estudos, viu-se que podem dobrar sua área de plantio sem impactar em nada que está hoje. Mas para isso, acredito eu que, devem contratar empresas para fazer isso, o produtor tem que focar no seu trabalho técnico de produção e deixar a parte burocrática com outros, assim ganham musculatura para nao ficar reféns dos grandes players, como disse um comentário abaixo aqui de um amigo.

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  • Jose P Farias Junior Junior

    DE NOVO ESSA CONVERSA MOLE SOBRE O DESMATAMENTO DO SERRADO???!!!.., QDO SE FAZ CURVA DE NIVEL NAS LAVOURAS O SOLO FICA MELHOR DO QUE NO CERRADO VIRGEM... COM AS CURVAS, A AGUA VAI PRA ONDE??? PRAS PLANTAS E PROS LENÇOIS,... NO CERRADO A AGUA ESCORRE PROS RIOS TAMBEM.

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  • MArcelo Henrique Barboza Geraldes MAracaju - MS

    Temos de ter concorrentes nacionais para a Cargill e outras... só assim o produtor ficará livre dessas empresas que buscam unicamente seus próprios seus interesses.

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    • Augusto Mumbach Goiânia - GO

      Somos milhões de vendedores nas mãos de um punhado de compradores. Será que não tá na hora da Aprosoja iniciar sua própria empresa de trade?

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