Unidade da Marubeni nos EUA interrompe novas compras de soja para clientes da China

Publicado em 26/07/2019 10:58
Empresa era uma das maiores do mundo na importação da oleaginosa para os chineses

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Se há alguns dias eram crescentes as especulações sobre novas compras de soja por parte da China nos EUA, o que o mercado observa agora são notícias dando conta de que a nação asiática segue limitando suas operações com o produto norte-americano. Nesta sexta-feira (26), a empresa Marubeni Corp., um dos maiores grupos de tradings do mundo informou que sua unidade norte-americana - a Columbia Grain Trading Inc. -  parou todas as suas novas compras de soja para clientes chineses.

A notícia parte da agência internacional Bloomberg e traz informações de um comunicado divulgado pela corporação, que explica ainda que a decisão é reflexo de um momento mais difícil para seus rendimentos e de incertezas sobre as condições do mercado. Mais detalhes não foram informados. Segundo a agência, a empresa era, antigamente, uma das maiores casas do mundo de importação de soja para a China. 

Por outro lado, a Gavilon Group, outra trading americana também de propriedade do conglomerado japonês Marubeni, continuará a negociar soja com a China sem quaisquer mudanças. 

E são essas incertezas e notícias como as de que a demanda da China estaria cada vez mais distante do mercado norte-americano que têm limitado o potencial de avanço dos futuros da soja no mercado internacional diante de problemas sérios que são enfrentados pela nova safra norte-americana. 

"Não é uma safra boa, é uma safra que deve ficar na média, ou talvez até um pouco abaixo disso aqui nos Estados Unidos, mas isso não provoca uma alta nos preços em Chicago porque há uma falta de demanda. E é por isso que os prêmios no Brasil também não reagem", explica o diretor da ARC Mercosul Tarso Veloso, direto do Corn Belt, durante um bate-papo de mercado realizado nesta sexta-feira pela consultoria. 

Desde dezembro último, os chineses importaram 14 milhões de toneladas soja dos EUA, contra algo entre 30 e 35 milhões de toneladas que vinham sendo adquiridas nos últimos anos, antes do início da guerra comercial entre as duas maiores potências do mundo. E essa redução considerável vem promovendo uma realidade de estoques norte-americanos historicamente altos. 

E isso, mesmo diante de uma falta de acordo entre China e Estados Unidos, mostra ao comprador mais opções de fornecimento, uma 'garantia maior' de produto, ainda como explica Veloso. 

São 15 meses de duração da guerra comercial entre China e Estados Unidos. E depois de alguma semanas de conversas paradas, dirigentes norte-americanos e chineses voltarão a se reunir na próxima semana pessoalmente para retomar de forma efetiva as negociações. O encontro está marcado para terça (30) e quarta-feira (31) próximas. 

"Mas ninguém mais acredita nestas rodadas de conversa, ninguém mais aposta em nada. Tivemos aquela bolha especulativa sobre novas compras da China nos EUA, mas ao invés disso o que os relatórios do USDA mostraram foi o cancelamento de 148 mil toneladas de soja americana na última semana. Então, por enquanto, só temos notícia ruim", disse o chefe do setor de grãos da Datagro, Flávio França Junior, em entrevista ao Notícias Agrícolas. 

Assim, o que resta para o mercado é esperar por essa retomada das conversas nos próximos dias e saber quais serão as reações dos especuladores. "Mas, até o momento o que vemos é que os embarques estão fracos, que os registros estão fracos e que o mercado agora tem um 'bando de cegos' abraçados, tateando para saber o que teremos de área e produtividade norte-americanas", completa França. 

E o executivo afirma ainda que mais direção virá para o mercado a partir do momento em que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) chegar com o seu novos dados em 12 de agosto, principalmente os de área. 

Com informações da Bloomberg. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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