Guerra Comercial: USDA informa venda de 585 mil t de soja para a China em meio a negociações

Publicado em 11/12/2019 12:19

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Mais uma vez, o mercado se depara com um momento de especulações sobre o novo capítulo da guerra comercial entre China e Estados Unidos. Enquanto isso, a nação asiática precisa seguir se abastecendo e, depois de anunciar que irá liberar novas cotas para soja e carne suína dos EUA isentas de tarifação, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou duas novas vendas da oleaginosa nesta quarta-feira (11). 

De acordo com o reporte, foram 585 mil toneladas para os chineses e mais 140 mil toneladas para destinos não revelados. Todas as vendas feitas no mesmo dia, para o mesmo destino e com volume igual ou superior a 100 mil toneladas devem sempre ser informadas ao departamento. As duas vendas são de produto da safra 2019/20. 

Ao longo da semana, a agência de notícias internacional Reuters já havia informado relatos de exportadores americanos da venda de cinco cargos de soja dos EUA para a China e as informações motivaram o mercado. Os traders, no entanto, precisam de notícias mais fortes e detalhadas para promoverem movimentos mais consistentes entre os futuros da oleaginosa. 

Entre uma venda e outra e um boato e outro, as duas maiores economias do mundo seguem em disputa e buscando encontrar uma solução para um conflito que já dura quase dois anos. O foco das especulações agora se dá sobre o dia 15 de dezembro, quando podem entrar em vigor uma rodada de aumento das tarifas americanas sobre produtos chineses. 

"Assim como a ARC vem alertando há semanas, a especulação se tornou uma função das resoluções políticas", diz o boletim diário da consultoria ARC Mercosul, que explica ainda que "as principais variáveis de curto-prazo que possam catalisar novas altas sustentadas (na CBOT) seriam a conclusão
da “fase 1 do acordo comercial” ou a intensificação da seca na Argentina". 

Nesta quarta, a publicação americana The Wall Street Journal informou que Donald Trump ainda não teria se decidido sobre a efetivação do aumento de tarifas no próximo domingo, embora as últimas notícias davam conta de que o planto de elevá-las estaria mantido. O adiamento poderia, no entanto, ser efetivado depois da liberação das novas cotas chinesas. 

Para o Secretário de Agricultura dos EUA, Sonny Perdue, essas 'tarifas extras' não deverão acontecer. "Temos um prazo até 15 de dezembro para outra parcela de tarifas. Não acredito que ela será implementada e acho que podemos ver alguns recuos", disse um dos representantes do governo Trump em uma conferência no estado de Indiana, nesta terça-feira (10). A informação parte da agência internacional Bloomberg. 

"Não acho que o presidente queira implementar essas novas tarifas, mas deve haver algum movimento da parte deles para encorajá-lo a não fazer isso e, o sinal que eles enviaram sobre as cotas de soja e carne suína pode ser esse sinal", complementou o Secretário. 

Fontes ouvidas pela Bloomberg que não quiseram ser identificadas disseram que serão 2 milhões de toneladas de soja isentas de tarifação, com a medida valendo apenas para empresas privadas. 

Ainda segundo Sonny Perdue, um dos entraves para a chegada de um acordo e sua consolidação, ao menos desta primeira etapa, também esbarra na construção e cumprimento de contratos. "Entre nações, não há muita arbitragem e esse é o desafio. Se a China assinar um acordo e um contrato, quais são as medidas de aplicabilidade disso? É com isso que estamos lidando agora", disse. 

Já Larry Kudlow, assessor econômico da Casa Branca, afirma que negociadores chineses e americanos continuam trabalhando para alcançar, ao menos, a primeira fase de um acordo e que estariam perto de um consenso. A declaração chega mesmo dias antes do presidente norte-americano dizer que "não se importaria" caso as negociações se estendessem até as eleições presidenciais de 2020 ou até mesmo para depois delas. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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