Soja no Brasil se fortalece no dólar e registra novo dia de preços historicamente altos

Publicado em 31/03/2020 17:32 e atualizado em 31/03/2020 20:30

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O mercado da soja encerrou o pregão desta terça-feira (31) fechou o dia com pequenas altas na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa encerraram os negócios pequenos ganhos de pouco mais de 3 pontos nos principais contratos, com o maio/20 terminando em US$ 8,86 e o agosto, com US$ 8,89 por bushel. 

No Brasil, o equilíbrio continua vindo do dólar, que voltou a se aproximar dos R$ 5,20. Segundo relatou o consultor de mercado Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting, os preços no cenário nacional voltaram a registrar níveis recordes, com referências de R$ 103,00 por saca para abril nos portos, R$ 104,00 no maio e até R$ 106,00 no agosto. Para a safra nova, de R$ 100,00 a R$ 101,00. 

"O mercado está firme, com alguns negócios ainda acontecendo. Já na safra nova os negócios são mais escassos agora", explica Brandlalizze. "Seguimos com ritmo forte e os compradores querendo a soja brasileira", completa. 

MERCADO INTERNACIONAL

Os traders esperavam pelos novos números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), porém, a chegada das informações teve pouca relevância, como já se esperava, diante da pressão que o noticiário sobre a pandemia do coronavírus ainda exerce sobre as commodities de uma forma geral. 

Ainda assim, o mercado olhou com bons olhos o fato de a área estimada para a soja na safra 2020/21 dos EUA ter vindo menor do que a média das expectativas.

O relatório trouxe uma área de soja de 33,8 milhões de hectares, contra a média das projeções do mercado de 34,28 milhões. Confirmada, a área irá superar em cerca de 10% a área de 2019. Ainda de acordo com o USDA, a área de soja tende a subir ou a ficar estável em 22 dos 29 estados produtores. 

Leia mais:

>> USDA: Área estimada para a soja nos EUA abaixo da média esperada; milho supera

Em contrapartida, os estoques trimestrais ficaram ligeiramente acima da média esprerada. Os estoques de soja em 1º de março de 2019 foram projetados em 61,23 milhões de toneladas, quando a média esperada pelo mercado era de 60,88 milhões. Em relação a março de 2019, o volume é 17% menor. 

>> USDA: Estoques trimestrais de soja dos EUA ficam acima do esperado

O mercado em Chicago também está bastante atento ao início da nova safra 2020/21 dos EUA e, com o país se tornando o novo epicentro da pandemia do coronavírus, há problemas que começam a aparecer para os produtores norte-americanos como um comprometimento na distribuição de insumos. 

Como explica o diretor da ARC Mercosul, Matheus Pereira, a quarentena por lá é ainda mais severa, deve se estender até 30 de abril e traz uma série de incertezas para o produtor rural. Crise está ainda longe da contenção e produtor já teme atrasos no plantio por dificuldade na distribuição de insumos. Na soja, produtor já contabiliza prejuízos, diante dos atuais referenciais no novembro em Chicago e com custos medianos, US$ 50 a US$ 100 por acre.

Entenda mais na entrevista de Matheus Pereira, na íntegra:

>> EUA: Agressividade do coronavírus compromete distribuição de insumos e pode atrasar plantio

Poder de compra do produtor de soja melhora para aquisição de adubos, diz Itaú

SÃO PAULO (Reuters) - O recuo no valor dos fertilizantes fosfatados pressionado pela retomada de atividades industriais na China, aliado ao avanço nas cotações da soja em Chicago, melhorou o poder de compra de adubos pelo agricultor brasileiro.

“Essa queda no preço do fertilizante combinado com a recente recuperação dos preços futuros da soja na CBOT ainda possibilita a fixação da relação de troca em níveis bastante atrativos para a safra 2020/2021 no Brasil”, informou o Itaú BBA em levantamento divulgado nesta terça-feira.

A retomada da circulação de pessoas e atividades industriais na China, que levou à queda no valor da matéria-prima, deve-se à redução nas restrições logísticas no país, dados sinais de controle do coronavírus.

Na avaliação do banco, o momento é de oportunidade de compra, mas também merece especial atenção do produtor diante do aumento dos riscos do ambiente de negócios.

“Possíveis rupturas logísticas mais duradouras devido às medidas de contenção do coronavírus (na China) podem afetar o volume disponível de insumos para o plantio da próxima safra”, alertou a análise.

Na possibilidade de impacto sobre a oferta, o banco acredita que, provavelmente, haveria um aumento de preços dos produtos no Brasil e também risco de não recebê-los na janela ideal.

“O argumento é igualmente válido para as outras categorias de insumos.”

O banco ressaltou que não se pode descartar a possibilidade de um enfraquecimento da demanda global, mesmo que ligeira, diante do ambiente economicamente recessivo decorrente dos impactos do coronavírus.

Isso combinado com um cenário de produção nos EUA e na América do Sul na próxima safra pode impactar as cotações, disse o Itaú BBA.

“Nesse sentido, é importante estar atento às possibilidades de antecipação das aquisições do insumo de maneira a garantir as boas relações de troca.”

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Por:
Carla Mendes| Instagram@jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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