Soja: Preços sobem até 6% no interior do Brasil com alta acumulada do dólar e oferta ajustada

Publicado em 08/05/2020 18:18 e atualizado em 09/05/2020 14:21

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O mercado da soja, tanto no Brasil, quanto na Bolsa de Chicago, registrou uma nova semana volátil e de movimentações fortes. Os preços renovaram seus recordes no mercado interno, enquanto no internacional as cotações da oleaginosa registraram altas consecutivas e também parecem estar entrando em um novo momento. 

No cenário nacional, o destaque continua sendo o dólar. Apesar da baixa registrada pela divisa nesta sexta-feira (8) e com fechamento nos R$ 5,74, a alta acumulada na semana é de 5,56%. Durante a semana, a moeda americana chegou a se aproximar dos R$ 5,90, e em todo 2020, o ganho se aproxima de 50%. 

A tendência é de que a volatilidade e vulnerabilidade do câmbio continue e siga como o principal catalisador dos preços da soja negociada em reais por saca. Nesta quinta-feira (7), a oleaginosa disponível no porto de Santos/SP, por exemplo, encerrou os negócios com referência nos R$ 116,00 por saca. Nesta sexta, o indicativo terminou o dia com R$ 115,00. 

No terminal de Paranaguá, a soja disponível concluiu o dia com R$ 110,00 e em Rio Grande, R$ 110,50. Para fevereiro de 2021, os valores de fechamento foram de R$ 105,50 e R$ 105,00 por saca. 

Dados da ARC Mercosul, mostram ainda a soja brasileira mais barata do que a norte-americana para junho, com a tonelada sendo cotada no porto paranaense em US$ 332,70 e no Golfo dos EUA, US$ 335,10. Para julho, estes valores passam a, respectivamente, US$ 336,70 e US$ 337,70. 

Nesta sexta-feira, os preços também subiram muito forte em praticamente todas as principais praças de comercialização do país. Em Castro, no Paraná, a alta foi de 6,8% para a saca chegar a R$ 110,00, 3,15% em Panambi no Rio Grande do Sul para R$ 98,00 e 3,83% em Sorriso, Mato Grosso, para R$ 95,00 e 5,38% em Maracaju, Mato Grosso do Sul, para R$ 98,00. 

BOLSA DE CHICAGO

Na Bolsa de Chicago, um dos fatores que mais estiveram presentes no radar dos traders foi a relação entre China e Estados Unidos. E nesta sexta-feira, a notícia de que os representantes dos dois países irão iniciar as negociações da fase dois do acordo comercial trouxe certo otimismo ao mercado. 

Além disso, ambas as partes estão retomando suas discussões também para fazer um balanço da fase um do acordo e dar continuidade a ela. 

Todavia, "a ARC lembra que a medida é tida como um movimento político da parte de Trump, que está em pleno ano eleitoral e vê sua popularidade em contração, principalmente no meio agrícola. É indiscutível que o conflito comercial entre estadunidenses e chineses resultou em prejuízos gigantescos
para produtores rurais, principalmente para aqueles que cultivam soja", explicam os diretores da consultoria ARC Mercosul.

Além disso, os analistas afirmam ainda que esta aproximação poderia ser temporária. No final da última semana, afinal, o presidente americano Donald Trump fez duras acusações contra a nação asiática em torno do coronavírus e ajudou a desequilibrar o mercado. 

CLIMA NOS EUA

Além das relações comerciais China x EUA, as quais impactam diretamente na demanda pela soja norte-americana, o clima nos EUA para este início da safra no país também exige a atenção do mercado. O arranque inicial do plantio conta com condições bastante favoráveis, salvo pequenas regiões com problemas pontuais - como acontece em todo ano safra - e os percentuais de semeadura tanto da soja, quanto do milho são bastante expressivos. 

E apesar de alguma preocupação com o frio intenso esperado para este final de semana, com a possibilidade até mesmo de algumas geadas, "não se espera muita umidade adicional para a região central dos EUA deste sábado até a próxima terça-feira". As informações partem do NOAA, o departamento oficial de clima do governo norte-americano. 

Os mapas a seguir mostram as condições para o clima nos EUA no período dos próximos 6 a 10 dias:

Clima nos EUA - 6 a 10 dias

Chuvas para 14 a 18 de maio - Fonte: NOAA

Clima nos EUA - 6 a 10 dias

Temperaturas para 14 a 18 de maio - Fonte: NOAA

O ponto de atenção está, como explica o diretor do Grupo Labhoro, Ginaldo de Sousa, em entrevista ao Notícias Agrícolas, na concentração do plantio no país, o que poderia deixar a nova safra mais vulnerável a a eventuais adversidades climáticas. 

No link abaixo, veja sua entrevista desta sexta-feira na íntegra:

>> Plantio concentrado da soja nos EUA deixa safra americana vulnerável em caso de problemas climáticos

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Tags:
Por:
Carla Mendes| Instagram@jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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