Soja: Nova escalada nas tensões entre China e EUA pressiona e Chicago fecha com mais de 1% de queda

O mercado internacional da soja passou da estabilidade às baixas intensas para encerrar o pregão desta quinta-feira (21) na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa terminaram a sessão recuando mais de 1% diante de um novo capítulo de troca de farpas entre China e Estados Unidos.
A escalada das tensões entre Washington e Pequim traz novas preocupações sobre a demanda da nação asiática pela oleaginosa norte-americana, levando as cotações a testarem suas mínimas em duas semanas.
"Não foi preciso muito, só uma retórica mais aquecida entre os países", diz o analista chefe da NorthStar Commodity, à Reuters Internacional. Assim, as posições mais negociadas terminaram o dia com perdas de 7,50 a 11,75 pontos - com os vencimentos mais curtos sentindo as perdas mais intensas -, o julho sendo cotado a US$ 8,35 e p agosto, US$ 8,38 por bushel.
Não só os futuros da soja recuaram na Bolsa de Chicago, como também as demais commodities agrícolas - à exceção do café negociado na Bolsa de Nova York -, e os índices acionários nas bolsas americanas e europeias.
"O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, mirou novamente a China na quarta-feira, chamando os 2 bilhões de dólares que o país asiático prometeu para combater a pandemia de "insignificantes". Uma autoridade de Pequim disse que a China não vacilará diante das crescentes tensões", noticiou a Reuters.
Do mesmo modo, há uma crescente na preocupação no macrocenário de que as relações entre China e EUA, as duas maiores economias do mundo, podem atrasar e agravar ainda mais a recuperação da economia global no pós pandemia do novo coronavírus e, inclusive, aumentar as possibilidades de uma recessão ainda mais severa.
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O recuo nos preços da soja vieram mesmo com dados consideravelmente favoráveis no boletim semanal do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) de vendas para exportação.
Na semana encerrada em 14 de maio, os EUA venderam 1,205 milhão de toneladas de soja 2019/20, enquanto o mercado apostava em um intervalo de 500 mil a 1 milhão de toneladas. O volume cresceu 99% em relação à semana anterior e 80% se comparado à média das últimas quatro semanas. E a China foi o principal destino da soja americana.
Em todo o ano comercial, os EUA já comprometeram 41.517,9 milhões de toneladas da oleaginosa, contra mais de 45,7 milhões do anterior, neste mesmo período.
Da safra 2020/21, os americanos comprometeram, na última semana, 464 mil toneladas, com a China também como maior compradora. As expectativas do mercado variavam entre 300 mil e 600 mil toneladas.
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