Soja: em maio, preços renovaram as máximas nominais em algumas regiões levantadas pelo Cepea, especialmente nos portos

Publicado em 04/06/2020 11:33

Os preços da soja renovaram as máximas nominais em algumas regiões levantadas pelo Cepea, especialmente nos portos. Algumas praças do interior do País também registraram altas intensas nos valores pagos ao produtor (preços de balcão) em maio. Produtores do Sul do Brasil e da região paulista de Sorocabana (oeste do estado) chegaram a negociar a saca da soja na casa dos R$ 100,00. A sustentação se deve à boa demanda, especialmente para exportação, e à menor oferta.

De acordo com dados da Conab, embora a produção brasileira tenha crescido 4,6% sobre o ano anterior, no Sul do País, a disponibilidade está 8,8% menor, devido às quebras de safra no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. Além disso, o elevado patamar do dólar incentivou as exportações brasileiras, reduzindo o excedente interno e fazendo com que as relações estoque/consumo mundial e brasileira sigam em queda.

Já na segunda quinzena do mês, a taxa cambial se enfraqueceu e a liquidez foi menor. Sojicultores estiveram reticentes na comercialização do grão porque o baixo volume remanescente de soja no País, as incertezas quanto às relações comerciais entre os Estados Unidos e a China e o menor incentivo nas exportações da Argentina, podem fazer os preços subirem ainda mais no mercado brasileiro.

Com isso, entre as médias de abril e maio, os Indicadores ESALQ/BM&FBovespa da soja Paranaguá e CEPEA/ESALQ Paraná, subiram 7,9% e 8,6%, respectivamente, com fechamentos a R$ 110,41 e R$ 103,34 saca de 60 kg em maio. No mês, ambos os Indicadores tiveram as maiores médias nominais da série do Cepea. Já em termos reais, as médias foram as mais elevadas desde junho/16 (esses valores foram deflacionados pelo IGP-DI de abril/20).

Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, as cotações da soja subiram 8,6% no mercado de balcão (preço pago ao produtor) e 8,8% no de lotes (negociações entre empresas.

Diante dos elevados preços do grão, as indústrias brasileiras estiveram cautelosas nas aquisições no correr de maio. A queda do dólar no final do mês deixou esses players afastados das compras, já que esse cenário gerou expectativas de que os preços possam recuar mais nos próximos meses. Vale lembrar que muitos agentes relataram não ter compras do grão garantidas para o próximo semestre nem estoques alongados.

O lado bom para as indústrias é que a demanda por derivados esteve firme em maio, sustentando a margem de lucro. Considerando-se as regiões acompanhadas pelo Cepea, na média de abril para maio, os preços registraram alta de 4,4%. Inclusive, 17 regiões acompanhadas pelo Cepea registraram valores recordes para o farelo de soja, em termos nominais.

Os preços do óleo de soja na cidade de São Paulo (com 12% de ICMS) subiram 4,8%, com média de R$ 3.631,57/tonelada em maio – o maior patamar desde janeiro deste ano, em termos reais – IGP-DI de abril/20.

FRONT EXTERNO – Nos Estados Unidos, as condições climáticas favoráveis ao semeio de soja, o elevado patamar cambial e a enfraquecida demanda externa pressionaram os futuros do grão e do farelo em maio. Segundo o relatório de acompanhamento de safras do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), até 31 de maio, 75% da área destinada para a soja havia sido semeada no país, acima dos 68% na média do mesmo período dos últimos cinco anos.

As exportações norte-americanas estiveram abaixo das expectativas dos agentes. Conforme o relatório de inspeção e exportação do USDA, os embarques da oleaginosa norte-americana somaram 35,4 milhões de toneladas na parcial desta safra (de setembro/19 até 28 de maio), apenas 3,4% acima do volume registrado no mesmo período da temporada anterior – quando a China e os Estados Unidos ainda não haviam feito um acordo comercial.

Diante disso, na CME Group (Bolsa de Chicago), o primeiro vencimento da soja se desvalorizou 0,2% entre abril e maio, a US$ 8,4186/bushel (US$ 18,56/sc de 60 kg) na média de maio – a menor média nominal desde maio de 2019. O contrato de primeiro vencimento do farelo de soja cedeu 2,4% no mesmo comparativo, a US$ 284,85/tonelada curta (US$ 313,98/t) – essa é a menor média nominal desde março de 2016. Já quanto ao óleo de soja, o primeiro vencimento registrou elevação de 1,3%, indo para US$ 0,2654/lp (US$ 585,02/t) – players aumentaram as aquisições deste coproduto após abril ter registrado a menor média nominal desde outubro de 2006.

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Cepea

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