Soja: Com demanda, Chicago acumula altas de mais de 3% na semana e tem máximas em dois meses

Publicado em 05/06/2020 08:47

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O mercado da soja segue em alta nesta manhã de sexta-feira (5) na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa vêm registrando um rally desde o início da semana e, por volta de 8h15 (horário de Brasília), subiam entre 2,25 e 2,75 pontos nas posições mais negociadas. 

Assim, o julho vinha sendo cotado a US$ 8,70 e o agosto, US$ 8,71 por bushel, com os preços alcançando suas máximas em quase dois meses na CBOT. Na semana, a commodity acumula ganhos de mais de 3%, com o avanço sendo catalisado pelas boas informações vindas da demanda. 

Apesar do acirramento nas relações entre China e Estados Unidos e nas notícias confusas sobre seus desdobramentos ao longo dos últimos dias, prevaleceram os fatos sobre os rumores. De acordo com anúncios do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), de terça a quinta-feira, os americanos venderam mais de 400 mil toneladas de soja. 

Em entrevista ao Notícias Agrícolas, o diretor da Price Futures de Group, Jack Scoville afirma que esta "nova onde de demanda" pela soja dos EUA poderia fazer o mercado retomar o patamar dos US$ 9,00 por bushel na Bolsa de Chicago. 

No link abaixo, veja a íntegra:

>> Com nova onda de demanda pela soja americana, grão pode buscar os US$ 9/bushel em Chicago

O recuo do dólar frente ao real também contribuiu para o movimento. De acordo com a agência de notícias Reuters, a moeda americana perdeu 4,76% somente nos três primeiros pregões de junho. Em 11 sessões, as baixas chegam a US$ 11,71%. Assim, a divisa se aproxima muito mais dos R$ 5,00 do que dos R$ 6,00 no momento. 

A tendência, segundo o economista chefe da Necton, André Perfeito, é de que o dólar continue a cair no curto e médio prazo, mas com espaço para que volte a subir no longo prazo, diante de muitos fundamentos ainda negativos no horizonte, principalmente ocasisonados pela pandemia do coronavírus na economia mundial. 

"No curto prazo, o real vai ganhar força e o real vai perder. Mas, se eu estiver certo sobre os pontos que eu levantei, o conjunto de tensionamento vai continuar, os juros vão continuar caindo no Brasil o que torna menos atrativo para o real, e isso acaba gerando uma leitura de câmbio mais alto no final do ano, isso sem contar algumas trovoadas", disse, acreditando que a moeda americana possa estar próxima de R$ 5,90 no final de 2020. 

A valorização do real frente ao dólar vai fazendo com que a soja americana se torne cada vez mais atrativa para os importadores, o que justifica essa movimentação positiva de Chicago em reação à queda do câmbio no Brasil. 

Em dólares por tonelada, o produto dos EUA no Golfo marca, para julho, US$ 342,20, enquanto no porto de Paranaguá chega a US$ 362,80. As informações partem, como referência, da ARC Mercosul. 

Ainda segundo a consultoria, a movimentação dos fundos é outro fator que contribui para as altas na Bolsa de Chicago. Com o mercado sobre vendido como estava, os fundos começam a refazer suas posições e trazer um novo caminho para as cotações. 

"O movimento foi disparado pelo setor de cereais, onde fundos que estavam fortemente posicionados no lado da venda, agora entram em reversão dos contratos em aberto, na tentativa de zerar posições nas indefinições deste mercado", explicam os analistas da ARC. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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