Soja: Preços sobem forte no BR acompanhando alta do dólar; Chicago estável

Publicado em 08/09/2021 17:13

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O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou uma nova venda de 106 mil toneladas de soja para a China nesta quarta-feira (8). As vendas feitas no mesmo dia, para o mesmo destino e com volume igual ou superior a 100 mil toneladas devem sempre ser informadas ao departamento americano. 

A China segue buscando soja para cobrir sua demanda interna e as necessidades de suas indústrias processadoras, as quais estão com baixos estoques ao passo em que as vendas de farelo de soja continuam aquecidas na nação asiática. 

A notícia, porém, foi insuficiente para estimular ganhos mais fortes e os futuros da oleaginosa terminaram o dia com pequenas baixas na Bolsa de Chicago. As posições mais negociadas feharam o pregão desta quarta com pequenas altas de 0,75 a 2,50 pontos, levando o novembro a US$ 12,79 e o março aUS$ 12,95 por bushel. 

O combustível que poderia chegar da nova compra chinesa acabou encontrando limite nos terminais americanos ainda fora de operação no leito do rio Mississippi depois da passagem do furacão Ida, do clima favorável para a conclusão da safra americana e da cautela que o mercado costuma adotar antes da chegada do novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) nesta sexta-feira, 10 de setembro. 

Além disso, o mercado ainda encontrou espaço para uma pequena recuperação dos preços depois das baixas registradas na sessão anterior, quando Chicago terminou a terça-feira (7) com mais de 1% de queda. 

"O clima está muito bom, acelerando a maturação da soja e a colheita no Delta está de vento em popa", explica Ginaldo de Sousa, diretor geral do Grupo Labhoro. "E essa colheita que está acontecendo nem sempre está descendo para o porto por conta dos estragos no Mississippi, acaba represando produto e tem que vender Chicago".

E ainda na análise de Sousa, o USDA deveria revisar para baixo a produtividade esperada para a soja 2021/22 dos EUA, corrigindo a safra também. No entanto, afirma tambémn que a demanda também poderia ser revisada para menos - com uma baixa nas exportações - mas ainda mantendo os estoques finais muito apertados e, ao se confirmarem, poderiam dar um estímulo às cotações na CBOT. 

MERCADO BRASILEIRO

No Brasil, os preços no mercado físico, em boa parte das principais praças de comercialização, subiram acompanhando a alta de quase 3% do dólar frente ao real. Em Ponta Grossa, no Paraná, por exemplo, o preço subiu 2,41% para R$ 170,00 por saca. Ao mesmo tempo, diversas praças de Mato Grosso terminaram o dia sem referência. 

A semana é mais curta para o mercado e com notícias esperadas mais em seu final, como o relatório do USDA, que pode mexer com as cotações tanto em Chicago, como no Brasil. O que dá ainda mais força aos preços do restante da safra velha são os prêmios, que chegaram a testar até US$ 2,40 por bushel acima de Chicago nos portos. 

"O produtor está vendendo da mão para a boca", explica Sousa. 

Em Paranguá, o spot subiu 3,03% para chegar aos R$ 170,00 e em Rio Grande, 2,44% para R$ 168,00 por saca. Já para a safra nova, os ganhos foram ligeiramente mais contidos - de 2,53% e 1,91%, respectivamente - e fecharam com R$ 162,00 e R$ 160,00 por saca. 

E para a formação das referências da nova safra do Brasil, o diretor da Labhoro lembra que aos poucos o clima para o plantio no país vai ganhando cada vez mais importância e que essas informações chegarão também ao mercado internacional. Afinal, deverá vir do Brasil uma safra - caso as condições climáticas sejam adequadas - uma oferta que poderia começar a equilibrar as relações com a demanda. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistadasoja
Fonte:
Notícias Agrícolas

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