Pressão da ômicron promove novo dia de perdas generalizadas nas commodities; atenção ao óleo
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Acompanhando as baixas de mais de 3% do petróleo, os futuros do óleo de soja despencam quase 4% na Bolsa de Chicago e lideram as baixas no complexo nesta terça-feira (30), dia de novas e intensas realizações de lucros entre todas as principais commodities agrícolas.
Na soja grão, por volta de 11h50 (horário de Brasília), as cotações perdiam mais de 1% - ou algo entre 17,25 e 18,25 pontos - com o janeiro sendo cotado a US$ 12,25 e o maio a US$ 12,44 por bushel. No farelo, as perdas eram de quase 1% na CBOT. Na Bolsa de Nova York, o algodão lidera as baixas e cede mais de 4%.
O dia é de perdas generalizadas. Segundo os analistas de mercado da Agrinvest Commodities, não só os componentes do complexo soja, mas também trigo e milho perderam sua média móvel de 50 dias, com forte pressão vinda do cenário macroeconômico. As recentes declarações dos representantes da farmacêutica Moderna intensificaram a aversão ao risco ao trazerem ainda mais incertezas sobre a eficácia das vacinas para a variante ômicron.
"O CEO da Moderna diz que as vacinas serão muito menos eficazes contra a ômicron, levando novamente os ativos de risco para um mergulho. O CEO também disse que, provavelmente, levará meses atgé o desenvolvimento de uma vacina em escala", explicam os analistas da Agrinvest.
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A maior preocupação dos especialistas e, consequentemente, dos mercados é a rapidez e o número de mutações que a nova variante apresenta. “O número de mutações neste vírus é surpreendente. Temos que interpretá-lo como a séria ameaça que representa", disse o co-fundador da Moderna em uma entrevista à Bloomberg. Já ao Financial Times, o CEO do laboratório, Stephane Bancel, afirmou que as alternativas, neste momento, são limitadas para um novo imunizante dadas as características da ômicron.
Toda essa nebulosidade que a pandemia traz de volta chega acompanhada de incertezas sobre quais rumos a retomada econômica global deverá tomar. Ainda de acordo com a agência internacional Bloomgerg, "o tom utilizado pelo CEO da Moderna parecia bem determinado e pareceu ter assustado os mercados", que caíram não só entre as commodities, mas também entre os principais índices acionários ao redor rdo globo.
As pesquisas sobre a agressividade da ômicron ainda estão em andamento para determinar a intensidade de seus sintomas, a taxa de letalidade e de transmissão. Até que os resultados sejam claros e efetivos, a incerteza tende a manter o mercado volátil.
Todavia, as declarações mais preocupantes da Moderna, de líderes europeus e da própria OMS (Organização Mundial da Saúde) acabam divergindo de outras mais serenas de especialistas da África do Sul, onde a variante foi primeiramente detectada.
FUNDAMENTOS DOS GRÃOS
Além do macrocenário, o mercado de grãos e derivados da soja também sentem pressão de parte de seus fundamentos. Ainda como explica o time da Agrinvest, a baixa no trigo - que agora se aproxima de 1,5% - vem da revisão para cima na produção do grão na Austrália. A notícia acaba pressionando também o milho na carona, já que reduz a competitividade do trigo com o cereal.
Sobre o farelo, a menor competitividade do produto norte-americano. "O farelo dos EUA está muito caro no mercado internacional e as vendas semanais já começam a se desacelerar. Os farelos argentino e brasileiro estão bem mais baratos", diz a consultoria.
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