Soja volta a subir em Chicago estimulada pelas preocupações com o clima no BR
![]()
Depois de testar baixas de dois dígitos mais cedo, os futuros da soja voltaram a subir na Bolsa de Chicago na tarde desta terça-feira (14). Perto de 14h20 (horário de Brasília), os ganhos variavam entre 3 e 4 pontos nos principais contratos, levando o janeiro a US$ 13,86 e o novembro a US$ 14,08 por bushel. Após a realização de lucros, os fundamentos voltaram a prevalecer.
Segundo explicou o analista de mercado da Agrinvest Commodities, Marcos Araújo, os preços em Chicago ainda precisam subir mais e buscar patamares mais elevados para precificar efetivamente os problemas que se acumulam na safra do Brasil. A consultoria estima a colheita em 155,4 milhões de toneladas e acredita que caso o atual padrão climático se mantenha, o número possa sofrer um novo reajuste para baixo.
As perdas na colheita 2023/24 de soja brasileira poderiam alcançar as 13 milhões de toneladas na medida em que as chuvas continuem escassas ou ausentes no Centro Norte do país e acima da média no Sul. Os relatos dos produtores são bastante angustiantes e o mercado ainda não os absorveu em sua totalidade.
Reveja a entrevista de Araújo no Bom Dia Agronegócio desta terça-feira:
Assim, os traders permanecem atentos ao clima bastante adverso no Brasil, atrasando o plantio e reduzindo o potencial produtivo da safra 2023/24. "O modelo europeu fala hoje em persistência do mesmo padrão para o Brasil nas próximas duas semanas. Clima mais quente que o normal e mais seco para a região Centro-Oeste e mais chuvoso do que o normal para o Sul", explica o analista de mercado Eduardo Vanin, da Agrinvest.
"Os fundamentos começaram a ser precificados. Atraso de plantio da soja no norte do Brasil e perda da janela ideal, vídeos de replantio em várias localidades de Mato Grosso, Tocantins e Mato Grosso do Sul, stands baixos, talhões de soja no noeste de Mato Grosso sendo gradeados para plantio de algodão safra, anomalias de todos os tipos e muito calor", complementou.
Assim, manutenção de foco sobre o cenário fundamental, porém, com as chances sempre presentes de que o mercado continue passando por pontuais e típicos movimentos de realização de lucros de momentos como o atual de muita volatilidade em pleno mercado climático da América do Sul.
A demanda intensa pela soja americana também está no radar, bem como o cenário financeiro. Nesta terça, o dólar cede 0,8%, vai a R$ 4,87 e é mais um combustível para a soja na CBOT. Sobem também os futuros do óleo - quase 2% - e do farelo de soja.
0 comentário
Soja fecha em baixa na Bolsa de Chicago, enquanto dólar volta a subir frente ao real
Soja tem 6ª feira de movimentos tímidos em Chicago, mas passa a operar em queda
Soja retoma negócios em alta nesta 6ª em Chicago, após rally da véspera de Natal
Safra de soja do Rio Grande do Sul se desenvolve bem, aponta Emater
Retro 2025 - Soja/Cepea: Oferta global recorde derruba preços internos e externos em 2025
Argentina: Processamento de soja caiu em novembro e o mercado começa a sentir a escassez do produto