Soja: Preços no Brasil podem subir até R$ 6/saca entre março e novembro, afirma Carlos Cogo

Publicado em 11/03/2024 17:11 e atualizado em 12/03/2024 07:52
Precificação dos riscos climáticos da nova safra americana e melhora contínua dos prêmios no BR no radar

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Os preços da soja têm espaço para subirem e recuperarem cerca de R$ 6,00 por saca - ou 5% - entre os meses de março e novembro no mercado brasileiro. A projeção é do sócio-diretor da Cogo Inteligência em Agronegócio, Carlos Cogo. "Os preços da soja deverão seguir uma trajetória ascendente nos próximos meses", afirma o executivo. E o ambiente, segundo ele, ainda deverá oferecer "oportunidades para traçar estratégias de vendas futuras: Hedge, Put e Call". 

A análise da Cogo Inteligência em Agronegócio sinaliza que este caminho de fôlego e recuperação para as cotações da oleaginosa passam por uma melhora contínua dos prêmios no Brasil, os quais têm apresentado indicativos já positivos nos vencimentos a partir de agosto, combinados com as referências na Bolsa de Chicago atuando em uma faixa mais estreita de US$ 11,50 a US$ 11,80 pos bushel. Dessa forma, as paridadades de exportação - baseadas nos preços futuros, dólar futuro na B3 e prêmios nos portos - já sinalizam indicativos melhores para os produtores brasileiros. 

Segundo um levantamento da consultoria, em valores atualizados nesta segunda-feira (11), os valores traziam como indicativos R$ 125,44 no março/24; R$ 127,94 no maio/24; R$ 131,12 no julho/24; R$ 132,49 no agosto/24; R$ 132,77 no setembro e R$ 134,05 por saca no novembro.

Assim, as novas nuances que vão se desenhando no mercado global de soja devem ser acompanhadas bem de perto, monitoradas com constância para que as oportunidades possam ser bem aproveitadas pelos sojicultores. A partir deste ponto, além dos números números da safra 2023/24 de soja estão terminando de se definir, da safra da Argentina terminando de se desenvolver, e de um comportamento demandador da China já conhecido, o horizonte vai recebendo ainda as expectativas da nova safra dos Estados Unidos.

Até este ponto, o desafio se dá sobre a projeção de uma nova safra norte-americana podendo ser recorde, em especial pelo aumento considerável de área projetado até momento pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) - durante o Outlook Forum, em fevereiro - e os contratos futuros, a partir de novembro de 2024, já apontando algum viés de baixa. No entanto, antes mesmo do início do plantio da nova temporada americana, o "weather market", ou o mercado climático, deve trazer uma volatilidade considerável aos futuros dos grãos e junto dela, as oportunidades também poderão aparecer. 

"O fenômeno La Niña pode se apresentar a partir de junho, com um “weather market” trazendo oscilações intensas em Chicago, podendo haver uma precificação do risco de quebra da safra dos EUA no mercado futuro. Afinal, o  mercado de commodities agrícolas é dinâmico e reage a fatores climáticos, econômicos e sazonais".

À ESPERA DAS NOVAS NOTÍCIAS 

O mercado da soja na Bolsa de Chicago, nesta segunda-feira (11), trabalhou o dia todo com estabilidade, do lado negativo da tabela, e assim concluiu os negócios. Os futuros da oleaginosa fecharam o dia com pequenas baixas de 2 a 4,75 pontos, com o maio sendo cotado a US$ 11,79 e o agosto - referência importante para a safra americana - com US$ 11,86 por bushel. 

Até que estas novas notícias e, principalmente, estes novos riscos fiquem mais claros para o mercado, o intervalo dos preços deverá permanecer ainda pouco alterado, respeitando um cenário que já conhece. Aos poucos, os mapas climáticos para os Corn Belt começarão a dominar o noticiário internacional e o humor dos traders na CBOT, os quais irão cruzar as previsões, com as decisões dos produtores americanos para o plantio e dos sul-americanos para a comercialização. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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