Vale do Araguaia pode tornar Goiás o 3º maior produtor de grãos do País
A região do Vale do Araguaia é considerada a nova fronteira agrícola de Goiás e do Centro-Oeste brasileiro. Atualmente, já produz cerca de 10% da safra de soja e 15% do milho no estado. Contudo, tem potencial para aumentar sua área agricultável, a curto prazo, em pelo menos 50%. O que elevaria a safra agrícola goiana para mais de 50 milhões de toneladas/ano, consolidando Goiás como o 3º maior produtor de grãos do país. A safra goiana para este ano está prevista em 36 milhões de toneladas, a maior na história do agronegócio do estado.
Este cenário foi apresentado nesta sexta-feira (14/2) por produtores rurais e pela Federação da Agricultura de Goiás (Faeg) em evento do agronegócio realizado na região de Aruanã (GO), com as presenças do governador em exercício Daniel Vilela (MDB) e de prefeitos de 10 municípios do Vale do Araguaia. Entretanto, para que essa perspectiva se torne realidade, existem desafios a serem superados. E o principal deles é garantir o fornecimento de energia elétrica.
Em Goiás, o Vale do Araguaia compreende 11 municípios: Araguapaz, Aruanã, Britânia, Crixás, Faina, Matrinchã, Mozarlândia, Mundo Novo, Nova Crixás, São Miguel do Araguaia e Uirapuru.
Daniel Vilela anunciou o projeto do governo de duplicar a rodovia estadual GO-164, que faz a ligação do Vale do Araguaia (a partir de São Miguel do Araguaia) até o Sul e o Sudoeste Goiano. Além disso, afirmou que o Estado vai investir neste ano na recuperação de 1 mil quilômetros da malha rodoviária goiana e serão contempladas importantes estradas da região produtora.
“O governo tem atenção especial para o Vale do Araguaia, porque sabemos da importância desta região para garantirmos um novo salto de produção e de produtividade ao agronegócio goiano. Esse desenvolvimento vai mudar por completo a realidade econômica e social desta parte do nosso estado e fará que nos tornemos, em curto tempo, a terceira maior potência agrícola do país”, disse.
Produtores
“O Vale do Araguaia vive uma transformação acelerada, com áreas propícias para produção agrícola e maior produtividade. Além da grande disponibilidade de terras, outro fator decisivo para que a região se destaque no agronegócio é seu enorme potencial hídrico. Com irrigação, podemos transformar uma área de pastagem degradada e produzir três vezes mais que em área não irrigada”, afirma o produtor rural Jânio Darrot (MDB), ex-prefeito de Trindade.
Mas, apesar de estar se tornando rapidamente na maior fronteira do agronegócio brasileiro, o Vale do Araguaia ainda enfrenta grandes desafios. O maior deles é a oferta de energia elétrica, principalmente no que diz respeito à indisponibilidade de carga. Muitos produtores ainda têm de usar geradores de energia, o que torna o custo de produção muito alto e, para a maioria, inviável”, frisa.
O presidente da Aprosoja-GO, Clodoaldo Calegari, afirma que o agronegócio goiano vive no Vale do Araguaia seu novo momento de forte expansão. “Temos ainda muita terra disponível na região para a agricultura, altamente favorecida pelo seu relevo e abundantes recursos hídricos. Vamos viver um novo crescimento até o final desta década com a conclusão da obra da Ferrovia de Integração do Centro-Oeste (Fico), prevista para 2029”, diz.
Presidente da Faeg, José Mário Schreiner, concorda. “O Vale do Araguaia tem potencial para Goiás produzir uma safra anual superior a 50 milhões de toneladas. Temos avançado na área ambiental e na infraestrutura, com perspectivas de novos investimentos do governo do Estado na pavimentação de rodovias. Mas precisamos superar o grande gargalo da região, que é a falta de energia elétrica”, enfatiza.
Equatorial
Superintendente de Engenharia e Planejamento da Equatorial Goiás, Roberto Silva Vieira afirma que a distribuidora tem todo o interesse em expandir a rede de energia elétrica para o Vale do Araguaia. “Para se ter uma ideia, a demanda desta região por energia cresceu nos últimos cinco anos a uma taxa média anual de 9%, contra a média nacional de 2%. Isto é reflexo direto do crescimento do agronegócio nesta parte do estado”, frisa.
Entretanto, o executivo da Equatorial afirmou que serão precisos investimentos em linha de transmissão de energia. “Não podemos resolver apenas de forma paliativa. O grande gargalo no Vale do Araguaia é que não temos na região uma empresa de transmissão. Em parceria com o governo de Goiás, estamos atuando na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para termos uma solução definitiva, que só acontecerá com o leilão de construção de nova linha de transmissão, previsto para este ano”, afirma Vieira.
Daniel Vilela confirmou: “Estamos em constante contato com a Aneel para garantirmos que o leilão da linha de transmissão para a região seja realizado até outubro deste ano. Uma vez realizado, vamos concentrar esforços sobre a empresa ganhadora, para que antecipe o seu cronograma de investimentos. A expectativa inicial é que esta linha esteja concluída até 2029, com ponto de distribuição em Matrinchã (GO). Mas o Vale do Araguaia tem urgência e vamos trabalhar forte para anteciparmos esse calendário.”
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