Custo da soja 2025/26 em Mato Grosso deverá passar de R$ 4100,00 por hectare, aponta Imea
![]()
Mais do que olhar para os preços, os produtores brasileiros terão de olhar para suas margens e estar bem posicionados para avançarem com seus negócios para a safra 2025/26. Afinal, será uma temporada mais custosa e as relações de troca já exigem monitoramento constante. Somente no estado de Mato Grosso, por exemplo, o custeio da nova safra será 3,75% mais alto em relação a anterior.
De acordo com cálculos feitos pelo Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), do projeto CPA -MT, o custeio da soja, em março, foi projetado em R$ 4118,61 por hectare.
"Com a elevação dos custos e a necessidade de aquisição de produtos, muitos sojicultores que optaram, nesta temporada, por realizar a relação de troca (barter) enfrentam um cenário desfavorável para alguns insumos", informa o Imea. "É importante destacar que alguns produtores irão custear parte, ou até mesmo toda a safra, por meio do barter, o que poderá representar um desafio adicional para o equilíbrio das despesas da atividade.
E os fertilizantes se destacam neste quadro. Para o sojicultor mato-grossense, os dados de março mostravam que eram necessárias de 24,98 sacas de soja para a compra de uma tonelada de Super Simples (SSP) e de 45,26 sacas para uma tonelada de MAP. "Em comparação com o mesmo período do ano anterior, isso representa um aumento de 29,97% para o SSP e 18,23% para o MAP.
E não será mais caro produzir só a soja, como também o milho no maior estado produtor do Brasil. O levantamento destaca que o custeio do milho de alta tecnologia da safra 2025/26 ficou em R$ 3.163,85/ha, o que representa aumento de 1,05% ante ao registrado em fevereiro/25, de acordo com o Projeto CPA-MT.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas nesta terça-feira, o analista de fertilizantes da Agrinvest Commodities, Jeferson Souza, apontou que as atuais relações de troca entre a soja e alguns grupos de fertilizantes são a segunda maior em 15 anos, em especial depois das altas fortes que as matérias-primas registraram nos últimos dias.
"O custo nominal da safra 2025/26 será maior, isso é inegável. O foco agora é o que pode ser feito para melhorar essa relação não elo fertilizante, mas pelo preço da soja. E a cada semana que passa e o produtor deixa de comprar, essa relação piora um pouquinho. Não hpuve melhora nessa relação, pelo contrário. Estamos terminando o mês de abril, a janela vai se encurtando e parece-me que uma queda dessa relação, no primeiro semestre, só será proporcionada se o preço da soja melhorar. Do lado do fertilizante, está bem difícil", diz.
Souza relata ainda que cerca de 50% dos fertilizantes já foram comprados para a safra 2025/26, contra 47% do ano passado. "Isso significa que o produtor está mais adiantado do que no ano passado, mas atrasado em relação à média dos últimos cinco anos".
Veja a entrevista completa:
Os negócios com a safra 2025/26 têm avançado no Brasil e ganharam um pouco mais de tração nas última semanas, quando o ápice da guerra comercial entre China e Estados Unidos, porém, será necessário acompanhar. Como explicou o consultor em agronegócios, Ênio Fernandes, da Terra Agronegócios, o produtor deverá estar bem posicionado para efetivar novos negócios, já que se trata de um momento de riscos bastante elevados, o que se soma aos custos mais altos.
"Este é um ano de se trabalhar com segurança, prudência. No ano passado, estava mais claro. Vimos uma grande safra do Brasil acontecendo, mas tivemos chances de vender, no ano passado, a soja antecipadamente acima dos US$ 12,00 por bushel", diz Fernandes.
0 comentário
Soja termina com preços estáveis no mercado brasileiro, com pressão de Chicago, mas suporte do dólar
USDA informa mais uma venda de soja para a China nesta 6ª feira (19) em dia de novo leilão
Chinesa Sinograin vende um terço da soja ofertada em leilão, diz Mysteel
Soja segue lateralizada em Chicago nesta 6ª feira, ainda reagindo a cenários já conhecidos
Apesar de novas baixas em Chicago, preços da soja se mantêm no Brasil com dólar ainda alto
Soja: Preços cedem em Chicago, com falta de novidades e pressionada pelo óleo nesta 5ª feira