Fertilizantes x Soja: Relações de troca estão mais altas, diminuindo poder de compra do produtor; safra 25/26 será mais cara
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A safra 2025/26 de soja será mais cara, inevitavelmente. Os preços dos fertilizantes continuam a subir de forma gradual, se dando semana após semana e sem espaço para um recuo expressivo, como explica o analista de fertilizantes da Agrinvest Commodities, Jeferson Souza, em entrevista ao Bom Dia Agronegócio desta terça-feira (22). Entre os fosfatados, o aumento foi de cerca de US$ 60,00 por tonelada nos últimos 30 dias.
"Trabalhamos com uma cotação de MAP aqui no Brasil, que é o custo e frete, a conta do importador, a US$ 700,00 a tonelada, a pior relação de troca que temos em 15 anos", afirma Souza. "O receio que nós tínhamos era de que o preço continuasse subindo a ponto de piorar ainda mais a relação e este cenário está se concretizando. O cenário não era propício e está ficando cada vez pior".
Ainda como explica o analista, este era um movimento já esperado, porém, sem qualquer ligação direta com a guerra comercial. Os fundamentos aos quais o merccado vem respondendo já estavam no horizonte e vão apenas se confirmando. E novas altas podem, inclusive, se apresentar. A média da relação de troca atual, com a soja, é de 44,5 sacas por tonelada, contra a média dos últimos cinco anos de 33 a 34 scs/t.
"O custo nominal da safra 2025/26 será maior, isso é inegável. O foco agora é o que pode ser feito para melhorar essa relação não elo fertilizante, mas pelo preço da soja. E a cada semana que passa e o produtor deixa de comprar, essa relação piora um pouquinho. Não hpuve melhora nessa relação, pelo contrário. Estamos terminando o mês de abril, a janela vai se encurtando e parece-me que uma queda dessa relação, no primeiro semestre, só será proporcionada se o preço da soja melhorar. Do lado do fertilizante, está bem difícil", diz.
Para o cloreto de potássio, os preços já testaram até algo como US$ 480,00 por tonelada - em ofertas específicas de negócios que se apresentam - o que também agrava muito as relações de troca com a soja, mesmo que a média do preço seja um pouco menor do que esta. Neste caso, as relações de troca saltaram de 22 sacas por tonelada de KCl, em outubro, para perto de 25 e a média é de 24 sacas/tonelada. Já para o 0-18-18, com referência no Cerrado, o número está perto de 24 sacas por tonelada, contra a média de 18,5 da safra 2024/25.
Souza relata ainda que cerca de 50% dos fertilizantes já foram comprados para a safra 2025/26, contra 47% do ano passado. "Isso significa que o produtor está mais adiantado do que no ano passado, mas atrasado em relação à média dos últimos cinco anos".
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