China amplia compra de soja argentina para 20 cargas, dizem traders
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Por Ella Cao e Naveen Thukral
PEQUIM/CINGAPURA (Reuters) - Importadores chineses mantiveram um ritmo frenético de compras de soja argentina depois que a medida do fornecedor sul-americano de eliminar impostos de exportação tornou os preços da oleaginosa local temporariamente competitivos, disseram traders nesta quarta-feira.
As compras estão diminuindo a participação de mercado dos EUA, enquanto os agricultores norte-americanos começam a colher uma safra abundante que tem sido evitada pela China em meio à guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
Desde que a Argentina suspendeu impostos na segunda-feira, compradores chineses reservaram cerca de 20 cargas, ou aproximadamente 1,3 milhão de toneladas de soja argentina, disseram dois traders.
Na terça-feira, a Reuters informou que compradores chineses haviam encomendado pelo menos 10 cargas, com um trader citando 15 cargas de tamanho Panamax de 65.000 toneladas cada.
A soja dos EUA tornou-se proibitivamente cara para os compradores chineses, graças às tarifas retaliatórias impostas por Pequim na guerra comercial.
"A China terá grãos suficientes sem a soja dos EUA", disse um trader de uma multinacional que envia grãos para a China e é um dos compradores dessas cargas.
"A maioria das cargas é para embarque em novembro e cerca de 20% são para embarque no próximo ano da nova safra argentina que será colhida a partir de abril."
Os traders falaram à Reuters sob condição de anonimato, pois o assunto é considerado delicado.
As compras incluem uma mistura de safras antigas e novas, com um prêmio de cerca de US$2 por bushel em relação ao contrato de soja de novembro da Bolsa de Chicago (CBOT), disseram dois traders asiáticos.
A Argentina disse que a suspensão do imposto sobre grãos será válida até outubro ou até que as exportações declaradas atinjam US$7 bilhões, uma medida que fez com que os futuros do farelo de soja chinês caíssem.
Pequim ainda não reservou nenhuma soja americana de sua safra de outono, disseram os traders.
(Reportagem de Ella Cao, em Pequim, e Naveen Thukral, em Cingapura)
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