Brasil aproveita conflito comercial entre China e Argentina e oferece óleo de soja ao país asiático
Publicado em 07/04/2010 11:31
e atualizado em 07/04/2010 16:04
Enquanto o Governo espera os progressos nas negociações para solucionar o conflito, brasileiros acreditam que a China poderia comprar mais óleo de soja. Em Chicago, seguem as altas dos preços.
O conflito comercial entre Argentina e China por conta das barreiras impostas pela nação asiática ao óleo de soja está longe de ser resolvida e ontem ainda trouxe mais uma dor de cabeça às autoridades argentinas: o Brasil, que é o principal membro do Mercosul e que não tem a China como principal destino de suas exportações agroindustriais.
As expectativas do Brasil sobre o que poderia acontecer com o conflito entre a China e a Argentina se somam à notícia, de quarta-feira, sobre os valores internacionais do óleo de soja. Em Chicago, os contratos de vencimentos mais próximos, ontem, avançaram mais de 1%, chegando a US$867 por tonelada.
Apesar de o Governo Lula não ter se manifestado sobre o conflito, os produtores brasileiros de óleo se entusiasmaram com uma possibilidade de que o boicote chinês ao óleo de soja argentino - que não cumpre uma norma de qualidade sanitária de resíduo de solvente (ppm) - aumente a demanda chinesa pela produção agrícola brasileira.
Com relação ao conflito entre China e Argentina referente ao óleo de soja, a Associação Brasileira de Indústrias de Óleos Vegetais do Brasil (Abiove) indicou que até o momento não houve aumento da demanda asiática pelos produtos brasileiros, mas também não descartou que isso possa vir a acontecer.
Os representantes da Abiove asseguraram ainda que são capazes de exportar para a China entre 300.000 e 400.000 toneladas extras de óleo de soja, caso o bloqueio ao subproduto argentino não se resolva. No entanto, o presidente da Associação, Carlos Lovatelli, disse que o Brasil poderia substituir parcialmente os carregamentos de óleo de soja da Argentina, que em 2009 representaram 76% do total das importações chinesas. E ressaltou também que é difícil que a China renuncie completamente a Argentina como fornecedor, já que tanto o Brasil quanto os Estados Unidos destinam parte da soja para a fabricação de biodiesel.
Tanto com a China quanto com o Brasil, a Argentina tem várias disputas comerciais abertas e um déficit na balança, que em março, pelo nono mês consecutivo, apresentou um déficit comercial de US$232 milhões.
A publicação especializada no mercado de óleo, Oil Word, disse que o bloqueio chinês ao óleo de soja argentino é uma questão de tempo, dado que a China não possui fontes alternativas para conseguir o produto.
Mesmo com o anúncio de bloquear os carregamentos que não cumpram a norma sobre resíduos (com data de 2003), a indústria brasileira de óleo de soja estimava exportar 1,25 milhões de toneladas para a China em 2010, número bem acima das 500.000 toneladas exportadas no ano passado. A Argentina, por sua vez, pretendia enviar para o país asiático mais de 2,3 milhões de toneladas de óleo de soja.
Tradução: Carla Mendes
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Fonte:
E-Campo
Liones Severo Porto Alegre - RS
Se a Argentina, o maior exportador de oleo de soja mundial, não vender para a China, será muito pior para o Brasil, porque eles irão exportar mais soja in natura com preços mais competitivos. Não haverá nenhuma vantagem para o Brasil, muito antes pelo contrario.